Nessas rodas de conversas todos tentam colocar suas experiências e cada um tenta dá uma ênfase ao que deseja contar.
Em umas dessas rodas de conversa um desses colega, era policial, entrou no assunto tentando mostrar as qualidades dele sobre o conhecimento de armas, mas o assunto do momento era sobre o novidade da época que era o surgimento dos computadores e nesse meio intervalo, uns comentavam sobre armas e outros sobre os ditos computadores. Os números, na realidade objetos, levou a uma confusão, onde alguns não sabiam sequer o que estava se comentado!
No meu caso, na época tinha adquirido um desses computadores que era identificado como um 386. Nesse meio tempo, o colega policial para, olha para mim e pergunta: e que tipo de arma é essa?
Esse tipo de confusão ocorre por que cada pessoa quer demonstrar que suas escolhas, suas opiniões são as melhores e nessa ganância de se mostrar e comentar para o grupo acaba ocorrendo essas trapalhadas!
Essas trapalhadas em conversas de rodas são inofensivas e quando se descobre todos acabam é rindo, mas nem sempre as trapalhadas são inocentes.
Quando adolescente, morava em Itabaiana -SE, existia uma quadra que todos chamavam de Glei, ficava em uma esquina em frente a delegacia da cidade e ao lado do Tanque do Povo. Hoje não existe mais a delegacia, não existe mais a quadra e no local onde era o Tanque do Povo é onde fica o famoso Mercadão da cidade.
A esquina do lado direito era a quadra de esporte e a esquina do lado esquerdo era uma delegacia. (Foto do Google Maps)
A imagem do lado esquerdo é do Tanque do Povo, ao fundo dá pra ver o muro da quadra e por cima do muro se consegue ver a parte superior do que antes era a delegacia. A foto do lado direito é o Mercadão construído onde outrora era o Tanque do Povo. (Fotos conseguidas no Grupo Itabaiana Grande - Facebook).
A quadra já estava abandonada e apresentava estado de abandono. O portão de entrada ficava bem em frente a delegacia, ao lado deste portão já existia um grande buraco onde se podia passar agachado com certa facilidade e a garotada aproveitava a oportunidade para a prática do futebol.
Em uma tarde de sábado (dia da feira principal em Itabaiana), eu e alguns adolescentes aproveitamos para um jogo, mas o problema é que ficou acertado que só poderia participar do jogo quem estivesse usando tênis. Quem não tinha tênis pedia emprestado para o colega e conseguir assegurar a vaga no Jogo. O problema é que as pessoas não tem os pés do mesmo tamanho e a pessoa tem de sair procurando alguém que emprestasse um tênis com a numeração desejada.
Nesta época a delegacia não contava com um efetivo policial muito grande e de vez em quando se trocava alguns dos policiais por outros vindos de outra cidade e isso foi um problema. Na procura por um tênis ideal, um dos colegas saiu de dentro da quadra, pelo buraco, e gritou para um adolescente que ia passando: tem um trinta e oito? Isso justamente quando ia passando uns desses novos policiais! Como resultado, o policial deu ordem de prisão e a confusão estava feita. Praticamente metade dos garotos foram para a delegacia tentando explicar o ocorrido. Com o horário se aproximando do final da tarde e consequentemente o final da feira, eu tive de abandonar a tentativa de jogar, ir ajudar nas devidas explicações e tive de sair para cumprir com as minhas obrigações que era ajudar a minha mãe que era feirante.
No outro dia soube que o rapaz foi liberado com a chegada de outros policiais que já estavam algum tempo na cidade e conhecia o adolescente!
Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)
www.carlosgeografia.com.br