Ato político reúne ferroviários em “descomemoração” ao Golpe de 64

Após 50 anos de Ditadura, ferroviários, políticos e representantes da sociedade se reúnem e homenageiam as vítimas do Golpe Militar

Que prevaleça viva a memória daqueles que lutaram pela democracia e a liberdade neste País e que a justiça seja feita mesmo após 50 anos do Golpe Militar, que ainda deixa marcas aterrorizantes na mente dos que sobreviveram e das famílias que até os dias de hoje sentem na pele o arrepio da dor pela perda de seus parentes. Dia 31 de março, segunda-feira, uma data que marca meio século de tristeza, período para a Associação dos Ferroviários Aposentados e Pensionistas de Macaé que foi “descomemorado” com um ato político em sua sede.

O evento contou com a presença de representantes dos sindicatos dos Professores, Ivânia Ribeiro, e Sindipetro-NF, Valdick Oliveira, além da Associação dos Aposentados e Pensionistas e parentes de ex-ferroviários e políticos que representava a  classe. O vice-prefeito, Danilo Funke e o vereador Marcel Silvano também participaram do evento, reforçando a importância das classes e da sociedade não perderem a esperança e lutarem por uma democracia plena.

“Cinquenta anos depois, uma ‘democracia acordada’ que ainda percebe e sofre com os vestígios da Ditadura Militar, do autoritarismo e com poucos avanços da vontade popular nas decisões e nas escolhas do que a gente precisa. Nas eleições hoje, ganham cada vez menos aqueles que são da vontade da população, pois vivemos na cidade onde a classe política não consegue entender a importância da democracia e do verdadeiro sentido do que é uma renovação política. Não podemos estar aliados a aqueles que não representam os avanços para nossa cidade”, disse Marcel Silvano.

“Temos que lembrar essa data para continuarmos resistindo e a exemplo de tudo que aconteceu naquela época, pois alguns movimentos, aparentemente ditatoriais, continuam, pois para estes, a democracia não é fácil de conviver. Parabenizo em especial aqueles que resistiram durante todo esse tempo para que a história, enfim, fosse contada em memória dos que já morreram e em defesa daquilo que a gente defende e acredita, que é a nossa democracia”, disse o vice-prefeito Danilo.

Repúdio

O ato político também foi palco para repúdios. O diretor do Sindipetro-NF, Valdick, Valdick criticou a mídia brasileira que na época apoiou a Ditadura, como O Globo, Folha de São Paulo, entre outros, que contribuíram com meios para facilitar a ação de tortura por meio dos militares. “Estes, até hoje, não querem, de forma alguma, que o povo e os trabalhadores sejam soberanos nas decisões”, mencionou.

Na ocasião, o professor Gerson Dudus, que mora em Macaé há 16 anos, falou da importância de se levar esses fatos históricos até às salas de aula, pois a nova geração precisa conhecer e se tornar protagonista nos processos democráticos e de resistência. Tomando conhecimento da história da cidade por meio de livros como “Estação Bendegó”, o professor lamentou a mudança do prédio velho do Palácio Cláudio Moacyr para a nova Câmara, que segundo ele, recebeu nome de um ex-político que não representa o povo e foi aquele que assinou a cassação dos seis vereadores que representaram a classe operária naquela época.

“Deveríamos arrancar aquele nome de lá e este é momento, pois a casa do povo deve receber o nome daquele que lutou pela democracia ao lado dos sindicalizados, trabalhadores e ferroviários. Que a justiça seja feita, que o nome seja da escolha do povo, porque aquele que está lá não nos representa”, declarou Gerson. A declaração do professor foi crucial para que todos presentes no evento, cerca de 80 pessoas, aprovassem uma moção de repúdio ao nome dado à nova Câmara de Macaé.

O evento foi encerrado com a entrega de uma placa doada pelo Sindicato dos Professores, por meio de Ivânia Ribeiro, em homenagem aos verdadeiros heróis da cidade e do País, marcados pela tirania, covardia e antidemocráticos ditadores. 

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