Hoje tivemos mais um dia cheio de lutas. De manhã saímos das ocupações do Recanto da Vitória, do Jd. da Luta e do Jd. da União rumo ao centro da cidade, e lá nos deparamos com duas coisas: uma muito bonita e animadora, que foi a presença de companheiros e companheiras da Favela do Moinho, que há muito tempo travam uma luta braba contra o processo de expulsão da população pobre das regiões centrais da cidade. Mas a outra coisa foi um grande absurdo: os portões da Central da Habitação estavam fechados, protegidos por várias viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM), e havia aí um bilhete anunciando que eles haviam encerrado o expediente. Tudo para não mostrar a cara, e ignorar a nossa luta.
Longe de desanimar, fomos em marcha até o famoso cruzamento da avenida Ipiranga com a avenida São João, e lá ocupamos todas as pistas. Algum tempo depois, a Polícia Militar fez contato com a Secretaria de Habitação, que respondeu dizendo que agendariam uma reunião entre nós e a chefia de gabinete no dia 19. Em resposta, permanecemos travando o cruzamento por mais de duas horas, e um pouco antes de fecharmos outra avenida importante, entraram em contato conosco dizendo que seríamos atendidos.
Devido à urgência da situação, caminhamos até o prédio da SEHAB, e um grupo de manifestantes subiu para conversar com o Secretário Adjunto da Habitação, Sr. Biasi, e com outros funcionários da secretaria, enquanto o restante de nós deu continuidade ao ato do lado de fora do edifício. Conforme escrito em nossa pauta de reivindicação, pedidos o empenho da Prefeitura em viabilizar os projetos de moradia nos terrenos abandonados, destinados às famílias ocupantes, e solicitamos o início de um processo de negociação com as famílias do Jd. da União, no sentido de barrar as reintegrações de posse, e assim, de garantir as condições para as famílias construírem um projeto de moradia.
O secretário adjunto se comprometeu a mediar pessoalmente o contato com as diferentes secretarias municipais, no sentido de facilitar e agilizar o processo de aprovação dos projetos de moradia e de urbanização que estamos tentando construir. Além disso, disse que amanhã à tarde dará uma posição sobre a suspensão das reintegrações de posse no terreno do Jd. da União.
De concreto, saímos com a certeza de que o único caminho aberto para nós é o caminho da luta e da insistência. Todo Poder ao Povo!
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