Parte das informações divulgadas na carta do ex-executivo da Siemens foram publicadas por Gilberto Nascimento na Carta Capital em 2009.
Por uma falha de edição, a Pública cometeu uma omissão na matéria “O repórter que descobriu o whistleblower da Siemens”. Parte das denúncias contidas na carta do ex-executivo – sobre o cartel e o esquema de corrupção no metrô de São Paulo, envolvendo o governo estadual – já haviam sido publicadas pelo repórter Gilberto Nascimento na revista Carta Capital, em 2009.
A carta, porém, só foi publicada na íntegra em maio de 2012, em trabalho assinado por Bryan Gibel no site da UC-Berkeley, assim como a entrevista com a fonte.
O repórter Bryan Gibel cita que procurou a bancada legislativa do PT em São Paulo depois de conversar com jornalistas brasileiros; através do partido, chegou ao whistleblower, como relata na reportagem publicada em nosso site. Em comunicação com a Pública, ele confirmou ter conversado com o repórter Gilberto Nascimento após a leitura da matéria, que o ajudou, mas ele só chegou à fonte depois de frequentar por semanas a Assembleia Legislativa de SP.
Nascimento, porém, considera “uma inverdade” dizer que Gibel “descobriu” o whistleblower da Siemens. “Eu dei as dicas para ele (Bryan) porque ele estava fazendo uma trabalho de mestrado, não era concorrente, e não publiquei a carta inteira porque achei que não fazia sentido publicar anônimamente”, explica Gilberto.
O trabalho de mestrado, realizado por Bryan Gibel na UC-Berkeley, é, na verdade, também uma reportagem, uma vez que o encerramento do curso dirigido pelo jornalista investigativo Lowell Bergman, exige uma matéria jornalística, em vez da tradicional dissertação de mestrado, em sua conclusão. Gibel e Bergman também checaram na Siemens, à época, se a empresa havia recebido a carta, como ele explica na reportagem da Pública. Por isso, tinham as garantias de autenticidade do documento que faltava à época da matéria de Gilberto Nascimento na Carta Capital.
“A minha tese é fruto de mais de dois anos de investigação jornalística que eu fiz como parte do Programa de Jornalismo Investigativo na Universidade de Berkeley, sob a supervisão dos jornalistas da universidade. Ela foi retirada do site da universidade na semana passada por questões de privacidade de algumas das fontes mencionadas”, diz Bryan.
Confiante na boa-fé dos envolvidos, a Pública se desculpa por ter trazido polêmica para um assunto tão caro aos jornalistas: o “furo”. Reiteramos que todas as informações da reportagem de Bryan Gibel continuam corretas, tendo havido um equívoco de nossa autoria no olho (resumo) da reportagem, já corrigido por nós.
Leia a matéria de Bryan Gibel aqui.
* Publicado originalmente no site Agência Pública.