‘Somos ricos, somos cultos. Fora os imbecis corruptos’. Este foi o grito de guerra de um grupo de médicos que protestou nesta terça (30/07) em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília, conforme noticiou o jornal 'O Globo'.
Sem dúvida esta não é uma palavra de ordem que segue alguma orientação geral dos sindicatos médicos que estão organizando uma série de protestos e greves contra o governo Dilma. Eles não são burros a este ponto, sabem que, em alguma medida, é importante contar com algum apoio junto a sociedade para suas reivindicações.
No entanto, esta talvez seja a palavra de ordem mais sincera já dita pelos médicos nestes atos. Boa parte da resistência da categoria as medidas anunciadas pelo governo, como o programa "Mais Médicos", ocorre por esta visão elitista que os médicos tem sobre si.
Para estes, não importa a situação da população carente que precisa de médico, não interessa que se amplie e democratize o acesso a saúde. Para estes importa, acima de tudo, é manter o "status" de classe privilegiada em um país que ostenta profundas desigualdades.
O Brasil precisa de médicos que gostem de gente, de povo. Mudar esta postura elitista, modificar este padrão excludente que se perpetua no país é uma tarefa árdua e que não se dará sem resistências.