POR TRÁS DA VIOLÊNCIA E DO STF

Um pacto de não agressão para evitar um banho de sangue era a realidade de São Paulo antes da explosão de violência dos últimos dias. O governo de Geraldo Alckmin não perseguia o PCC e o PCC não realizava ações violentas fora do campo de suas atividades.

Um "julgamento" de um acusado do estupro de uma jovem de 15 anos numa favela da capital paulista desfechou o início do processo, significou o fim da "paz". Um "tribunal" do PCC - Primeiro Comando da Capital - julgava o acusado e policiais militares entraram no local atirando e matando.

O pacto em si é a confissão de falência do mundo institucional. A barbárie cometida pelos policiais militares é típica de qualquer PM em qualquer estado da Federação brasileira. Polícia é uma instituição civil, Polícias militares são anomalias num estado de direito.

Quando era governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola foi acusado pelo império GLOBO de ter realizado um pacto semelhante com organizações criminosas. Grossa mentira. Brizola apenas proibiu que policiais invadissem barracos em favelas, agredissem trabalhadores e exigiu que as ações de segurança obedecessem estritamente ao que dispunha a lei. Prisões só em flagrante ou com mandado judicial.

No caso paulista, segundo o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, "a presidente Dilma Roussef é a culpada pela violência em São Paulo". A diferença do ministro Gilmar Mendes para os juízes do PCC é apenas de status. Com um agravante. Foi um habeas de Gilmar que permitiu a um médico acusado de abuso sexual contra várias pacientes fugisse para o Líbano, onde se encontra até hoje gozando da fortuna construída de forma criminosa.

Se Gilmar Mendes tivesse dito que Dilma Roussef não tem a menor idéia do País que governa e se revela fiel aos princípios neoliberais inaugurados sob a égide de Fernando Henrique Cardoso, criminoso do colarinho branco que passeia impune pelo mundo (foi quem nomeou Gilmar), teria sido pelo menos uma afirmação correta.

O PCC é produto da ausência do Estado em setores essenciais e direitos básicos do cidadão em áreas de exclusão social deliberada e o maior exemplo disso é Pinheirinhos, uma comunidade pacífica, ordeira, expulsa de suas casas para atender aos interesses de um especulador amigo de Alckmin.

O que está em curso no País é um golpe branco que se não visa afastar a presidente. Tem o objetivo de amordaçá-la, torná-la, cada vez mais, prisioneira dessas estranhas alianças que sustentam o governo. De um lado os programas eleitoreiro-assistencialistas, de outro os privilégios aos principais acionistas do Estado. Banqueiros, grandes conglomerados empresariais, latifundiários e a agora famigerada bancada evangélica.

Envolve a mídia, o STF e seu estranho julgamento do mensalão, setores das forças armadas, os principais partidos de oposição e são submissos e por isso controlados por esquemas que chegam de fora, ou como disse Brizola numa de suas campanhas eleitorais, "isso vem de longe".

A decisão de transformar os royalties do petróleo em privilégio de estados produtores ao contrário de uma distribuição mais equitativa proposta pelo governo está por trás de todo esse processo também, à medida que a cobiça sobre o pré-sal é uma realidade. Sérgio Cabral e Renato Casagrande (Rio de Janeiro e Espírito Santo) não são governadores preocupados com seus estados. Cabral com festas em Paris e sapatos de cinco mil dólares para sua mulher. Casagrande não governo seu estado, é fantoche de Paulo Hartung embora tente negar e faça parecer o contrário. Hartung é ex-governador e chefe do crime organizado. Por trás da "indignação" de dois que não sabem o que é dignidade, a cobiça das grandes empresas estrangeiras e a aposentadoria segura.

O desmanche dos serviços públicos em todos os níveis e poderes é outra das ações que visa transformar o Brasil em parte da Grande Colômbia. Serviços públicos são essenciais à materialização de direitos básicos dos cidadãos. Têm sido entregues à iniciativa privada e áreas como a saúde, a educação, o meio-ambiente, entre outras, vão aos poucos e rapidamente virando negócios lucrativos aos "donos" do Estado.

A falta de peito para propor uma lei que regule os meios de comunicação e democratize o setor é mais uma das cumplicidades ou omissas, ou medrosas do governo e vem desde Lula, no duro mesmo, o principal responsável por toda essa situação desde que assinou a carta de intenções e compromisso com o FMI, ainda em campanha e no governo FHC, para parecer "maduro" aos olhos do povo, abandonando os compromissos básicos de seu partido. É apenas um partido a mais dentro do leque de partidos que formam o clube de amigos e inimigos cordiais.

As portas do Brasil abertas à descarada intervenção estrangeira em negócios estratégicos foram complementadas no governo Lula com o trágico acordo de livre comércio entre Israel e o Brasil. A presença da MOSSAD - serviços secretos de Israel - é viva em nosso País, em áreas sensíveis à nossa soberania e o avanço de grupos sionistas se dá também nesses setores, principalmente, o da indústria bélica.

Israel é sócia da EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeronáutica - transformada em base de experimentos desde a sua privatização pelo governo FHC.

Lula, Dirceu, a cúpula do PT (Genoíno entrou de gaiato), conseguiu dar as costas ao povo, à história de seu partido, a seus compromissos, acreditando ser possível um acordo com as elites econômicas e políticas do País. Se aliaram aos mais perigosos líderes políticos do clube que controla as decisões no Brasil e hoje estão prestes a se virem algemados e colocados em celas em regime de prisão fechada, por conta de um STF controlado pelo crime organizado, mas esse, um crime sofisticado, bem diferente do PCC.

As instituições estão falidas, o movimento popular - boa parte - acreditou no governo Lula, começa agora a perceber o verdadeiro caráter do governo Dilma (a privatização dos hospitais universitários disfarçada em empresa pública de direito privado), neoliberal, a dirigir um país manco, que abre mão de criar e buscar tecnologias que nos assegurem independência, soberania e justiça social, para equilibrar-se na corda bamba da corrupção (por que não? Dá seqüência ao esquema FHC), dos projetos que fazem com que o gigante que se levantou na propaganda continue deitado em berço esplêndido e sem qualquer perspectiva de caminhar por suas próprias pernas.

A luta não é em Brasília, é nas ruas de todo o País e contra as instituições falidas. Algemas para o PCC, para Geraldo Alckmin, para boa parte de um STF transformado em partido político, para FHC, para governadores corruptos e ávidos da faixa presidencial (Aécio Neves, Cabral, etc), uma nova constituição produto da vontade popular, antes que os guardas de trânsito que operam no Haiti disfarçados de militares brasileiros, escondendo a verdade estúpida da ditadura militar, passem a obedecer sem dissimulações como agora, as ordens vindas de fora, antes que chegue um novo Vernon Walthers e o caráter de marionete de Dilma Roussef se torne conhecido de todos.

Por trás da violência em São Paulo há tudo isso e mais alguma coisa. Quem sabe Lula não se aconselha com Maluf sobre como sair de enrascadas assim.

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