O DIA SEGUINTE AO DIA 7

Há uma decisão tomada por Washington e Tel Aviv. Derrubar Hugo Chávez a qualquer preço. As dificuldades para se obter uma vitória eleitoral, mesmo com tentativas de fraudar as eleições, sugerem que o complexo terrorista ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A vá tentar criar um clima propício a um golpe ou a uma intervenção militar de forças da farsa que chamam de OEA, ou mesmo ONU. É prática comum e corriqueira aos senhores do mundo, montados em milhares de ogivas nucleares e nenhum respeito nem mesmo por seus povos.

O ser humano é mero detalhe na escalada terrorista que marca escancaradamente o perfil do capitalismo nesses últimos anos, sobretudo após o fim da União Soviética. Não têm limites, nunca tiveram. Não têm escrúpulos, nunca tiveram. O conceito de nação não existe nem para Israel e nem para os Estados Unidos. São conglomerados terroristas controlados pelo sistema financeiro, pelas grandes corporações e estendem suas garras ao controle do latifúndio (caso do Brasil), da grande mídia (também caso do Brasil).

Apostam na domesticação das pessoas através de um projeto de poder via igrejas/seitas neopentecostais em toda a América Latina e que já se espalha pela África, Ásia e tenta chegar especificamente ao Oriente Médio. Pornografia (distribuída à larga no Iraque, na Líbia e em outros países) como tentativa de quebrar costumes e tradições, valores de povos submetidos ao terror capitalista e ao reino dos céus padrão Edir Macedo.

Três eixos da política terrorista de Estado de Israel e EUA. "Impedir a emergência de potências militares capazes de desencadear conflitos e de contestar, ainda que regionalmente, a hegemonia americana". "Manter a inviolabilidade do território americano". "Proteger os interesses americanos em terceiros países, se necessário pela força e, em especial, assegurar o acesso a insumos básicos como o petróleo".

São afirmações/constatações de Samuel Pinheiro Guimarães, em ‘QUINHENTOS ANOS DE PERIFERIA" (Contraponto e Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Ao petróleo se acrescenta hoje a água.

Samuel Pinheiro Guimarães foi substituído por Wellington Moreira Franco na Secretaria de Assuntos Estratégicos (nível de Ministério), no governo do faça o que falo e não o que eu faço de Dilma Roussef. Renunciou ao cargo de Alto Comissário do MERCOSUL ao perceber que o governo brasileiro aceitaria passivamente o golpe contra Lugo no Paraguai, como de fato aconteceu.

As eleições de domingo na Venezuela são de capital importância para o processo de luta popular na América Latina e particularmente na América do Sul, onde mais dois governos, além do de Chávez, enfrentam o desafio de construir suas nações livres e soberanas, ao contrário dos demais. A Bolívia de Evo Morales e o Equador de Rafael Corrêa.

As pesquisas de opinião pública e as constatações simples mostram que o presidente Hugo Chávez será o vencedor. Um novo mandato de Chávez significa um risco para as políticas de dominação de Israel e EUA na região. O acordo de livre comércio firmado pelo governo Lula com o governo de Tel Aviv abriu os portos brasileiros a invasão sionista e Dilma agora vai entregar aeroportos, rodovias e ferrovias mudando apenas o conceito de privatizar. Passa ser concessão.

Chávez é o oposto de tudo isso e as transformações sociais na Venezuela no campo da saúde, da educação, da moradia, dos direitos básicos do cidadão incomodam complexo terrorista/capitalista, principalmente quando as nações da União Européia se levantam contra governos neoliberais. O desemprego entre jovens na Grécia já atinge a 55% daqueles que são economicamente ativos e além da Grécia países como a Espanha, Portugal, a própria Polônia (no leste europeu), vivem momentos de crise cujas dimensões preocupam Washington e o "porta-voz" das "nações livres", o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu.

A guerra contra o Irã parece ser questão de tempo. Essa ampulheta vai ter maior ou menor velocidade, neste momento, em função dos interesses eleitorais de Barack Obama, candidato à reeleição.

Em todo esse tabuleiro a Venezuela é chave para as políticas terroristas/capitalistas. Não bastasse ser um dos países com reservas petrolíferas de grande monta.

No Brasil as tentativas de abater Lula e impedir sua eventual volta ao governo, ou a própria reeleição de Dilma (não muda nada se o próximo for Aécio por exemplo) são visíveis e resultam dos próprios equívocos do ex-presidente. Tentou conciliar forças inconciliáveis e acabou preso na própria armadilha que montou. Seu partido, hoje, o PT - Partido dos Trabalhadores - não passa de um arremedo do que era há anos atrás.

A orfandade da militância é visível e os erros de Lula, a acentuada guinada de Dilma à direita, restam por criar dificuldades para as forças populares, em boa parte prisioneiras da crença nas "transformações lulistas", o tal "capitalismo a brasileira" que se desfaz num País manco e dependente de tecnologias básicas, sem a menor preocupação em gerá-las (tem capacidade de sobra para isso).

O contrário ocorre com a Venezuela de Chávez. O líder bolivariano, malgrado equívocos eventuais, simboliza a resistência dos países latino-americanos às pressões e ao controle dos EUA e agora de Israel (registre-se que Israel detém a maioria das ações do Estado norte-americano).

Custos de uma nova guerra? Ou de um empreendimento golpista? Bush resolveu isso quando privatizou os serviços de inteligência e boa parte das forças armadas. O que era um negócio de Estado é agora um grande negócio privado.

No dia seguinte ao dia 7 de outubro começa um capítulo novo na história da resistência popular na América Latina. Defender o presidente Chávez das investidas golpistas e até de intervenção do capitalismo terrorista em seu processo de transformar essa parte do mundo numa GRANDE COLÔMBIA.

Eric Hobsbauwn, o historiador marxista que faleceu no início dessa semana, já dizia que "os historiadores são recordadores profissionais daquilo que os cidadãos costumam esquecer".

E mais - "o futuro não pode ser uma continuação do passado ou um prolongamento do presente".

É só olhar o passado e o presente das intervenções norte-americanas, agora com a presença acentuada de Israel, em toda a América Latina para perceber que a hora é de resistência e essa resistência vai ter que ser nas ruas, ou vamos sucumbir ao poder do hambúrguer e do catchup. Sem falar nas concessões de D. Dilma por conta da Copa do Mundo.

A defesa de Chávez é vital para a sobrevivência da América Latina.
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