No curso da semana passada um fanático sionista lançou um filme amador com críticas ao profeta Maomé, principal inspirador da religião islâmica. O fato causou e continua causando revoltas em todo o mundo muçulmano. Um embaixador dos EUA (na Líbia) foi morto e as "providências" tomadas pelas autoridades norte-americanas, o filme foi feito naquele país, foi reforçar a segurança com dois destróieres. Ameaças as vítimas.
A mídia de mercado em todos os cantos tratou de chamar os protestos de "atos de terrorismo" e relacioná-los a Al Qaeda. O fato tem impacto direto sobre as eleições presidenciais nos EUA e coloca em cheque a reeleição do atual presidente Barack Obama.
A hipótese de um maluco irresponsável virar presidente dos EUA, Milt Romney, não pode ser afastada e essa perspectiva representa bem mais que todo o terror do período Bush. Romney é muito mais que leviano, inconseqüente e amoral. É homem de negócios escusos, ligado ao esquema de lavagem de dinheiro, construiu fortuna recuperando empresas a custa de demissões ("o que eu mais gosto é demitir gente", é uma de suas frases) e tem essa "visão celestial" que costuma orientar presidentes dos Estados Unidos.
Chegou a dizer que "os EUA foram criados por Deus para guiar o mundo".
Seu vice, um político obscuro, disse na convenção do Partido Republicano, que "mulheres que foram estupradas e engravidarem devem ter seus filhos, pois a própria mulher é culpada, já que existem dispositivos para evitar a gravidez". Dá para avaliar quem seja.
A mídia de mercado é hoje, ao lado do poder bélico, o principal instrumento de dominação do capitalismo.
É só olhar o que acontece no Brasil tomando como referência os grandes jornais, as principais redes de tevê, rádio e as revistas.
O caso de VEJA é o mais descarado exemplo de manipulação e do caráter inescrupuloso dessa mídia. GLOBO (todo o grupo) e RECORDE (tudo o que representa) são as principais drogas servidas aos usuários do dia a dia, os telespectadores, leitores e ouvintes.
Servem ao capitalismo internacional, se sustentam com verbas públicas (recente levantamento mostra que até o governo de Dilma, supostamente de esquerda, contempla esses veículos com mais recursos que a mídia independente), são veículos que acoplados às entranhas do poder capitalista (o site WIKILEAKS tem mostrado isso à larga, caso do jornalista brasileiro William Waack, ou do ítalo/brasileiro Diogo Mainardi), não têm, por sua vez, entranhas ou escrúpulos no processo de mentir e distorcer, inventar fatos, para alienar, desinformar, transformar o ser humano em massa disforme e sem vontade, alheio a seus direitos e a realidade, submisso. Pequeno, manco.
Os mesmos instrumentos bélicos que se usam no Oriente Médio na construção mundial do IV Reich (ISRAEL/EUA), serão usados na América Latina contra governos considerados hostis. As tentativas de controle dessa parte do mundo, neste momento, passam pelo instrumento mídia, pela docilidade da maior parte dos governos (inclusive o brasileiro), mas os preparativos para eventuais ações militares se materializam no Paraguai e na Colômbia.
Chávez é o alvo principal. A nova reeleição do presidente da Venezuela, a condição de um dos grandes produtores mundiais de petróleo do mundo, detentor de reservas significativas, torna aquele país atrativo para as grandes corporações e sistema financeiro que, por sua vez, fazem dos EUA, uma corporação maior ainda.
A hipótese, agora real, de um acordo de paz entre as FARCs-EP e o governo da Colômbia, pode vir a se tornar um obstáculo ao plano GRANDE COLÔMBIA, parte principal do projeto norte-americano para a América do Sul, que inclui a Amazônia brasileira, da qual a Colômbia já e parte no sistema de controle aéreo junto com os EUA e o Brasil. Manda o bom senso que não se acredite em disposição pacifista do governo geral da Colômbia, principal colônia dos EUA na América do Sul.
A chamada tríplice fronteira está em mãos dos norte-americanos desde a queda de Fernando Lugo, o golpe branco, no Paraguai (um dos maiores fiascos do governo Dilma, da diplomacia de Antônio Patriota).
A América Central concentra as maiores bases norte-americanas na região, a maior delas em Honduras, onde um governo considerado perigoso, o do presidente Manuel Zelaya foi derrubado noutro golpe branco.
Nessa história toda e no fracasso do governo Dilma (às portas de uma grave crise econômico financeira e com receituário neoliberal, o que vai aprofundar a crise social) faz com que o Brasil suma nessa poeira.
O gigante que a propaganda mostra despertando está voltando a se deitar, pior, ficando de joelhos. A contratação das forças armadas dos EUA para concluir as obras de transposição das águas do Rio São Francisco é quase que uma rendição incondicional, se somada ao projeto de privatizações que a presidente chama de "concessões". Eufemismo para disfarçar a entrega de setores estratégicos.
Em toda essa conjuntura o ser humano é detalhe. Não importa os milhares mortos no Iraque, a Líbia destruída, o Afeganistão sob o terror nazi/sionista dos EUA, a Síria sendo arrasada por mercenários contratados pela CIA. Importa que falidos, com perto de 30 milhões de pessoas vivendo na miséria e sem perspectivas de uma recuperação da economia em curto prazo, os norte-americanos transformaram-se ao lado de Israel nos grandes piratas do século XXI.
E com uma dimensão terrível além do controle da informação. Um poder bélico capaz de destruir o mundo cem vezes.
Esse terror não será derrotado dentro do mundo institucional, ou o mundo da farsa. Eleições nos moldes que acontecem em países como o nosso apenas referendam o sistema.
É uma luta para ser lutada nas ruas e para ser ganha nas ruas.
Estão equivocados os que pensam que 1964 se resumiu a um golpe de militares traidores comandados de fora para dentro. O golpe foi um momento agudo do processo permanente de dominação da América Latina.
A mídia de mercado e as armas de destruição em massa estão com o capitalismo. Não com os trabalhadores oprimidos em todo o mundo, inclusive nos EUA.
São os instrumentos do terrorismo real.