Mas e os corruptores? Que interesses esses políticos representam - esses e outros?
Imagine que José Sarney suma do mapa. Vá, por exemplo, se dedicar ao chá da cinco na Academia Brasileira de Letras ao lado de Merval Pereira (outro caso típico de corrupção. Comprou a cadeira de "imortal" por conta do peso das organizações GLOBO).
A corrupção acaba?
Nos Estados Unidos milhões de norte-americanos estão acordando para a realidade. Ou seja, para o fato primário a gerar a corrupção, que por sua vez faz com que desapareçam os recursos da saúde, da educação, dos serviços públicos essenciais. O modelo político e econômico que é global e tanto mata de fome na Somália, como nos EUA, ou demite 30 mil pessoas de uma só vez na Grécia, para salvar bancos da falência.
Que impõe rígidas políticas econômicas montadas no neoliberalismo e pouco se importa com o cidadão comum.
O discurso dos "limpos" contra a corrupção se volta exclusivamente para um alvo. Os políticos. Mas e os que compram políticos?
As campanhas eleitorais no Brasil são feitas a partir de recursos públicos - poucos - para o chamado fundo partidário e que beneficia as cúpulas dos partidos, nunca cumprindo o seu papel. Ou com doações de empresas a candidatos.
Bancos e grandes corporações compram lotes de candidatos e elegem seus representantes nas câmaras de vereadores (adereço desnecessário, conselhos cumpririam muito melhor as atribuições do legislativo municipal), nas assembléias legislativas e no Congresso Nacional.
Ou alguém acha que quando o deputado Eduardo Azeredo, tucano, apresenta um projeto que engessa a rede mundial de computadores está tentando organizar ou disciplinar alguma coisa? Está criando mecanismos que favoreçam às grandes empresas do setor e abrindo perspectivas de censura.
Se o ministro das Teles (alguns ainda chamam de ministro das Comunicações) Paulo Bernardo viaja de carona em avião de empresas e coloca a banda larga nas mãos dessas empresas quer apenas salvar o seu e dane-se o País e danem-se os brasileiros.
Latifundiários moldaram o Código Florestal ao sabor do agronegócio - doença negócio - incorporando, digamos assim, o pseudo comunista Aldo Rebelo (PC do B). Ganham o direito de desmatar a vontade, de ocupar extensas áreas com o transgênico regado a agrotóxico, matam a reforma agrária, o pequeno produtor e se fazem representar no Congresso por uma bancada expressiva, capaz de paralisar qualquer votação se entenderem de obstruir os trabalhos. E de envenenar o que o brasileiro come.
A idéia de financiamento público de campanha assusta esse tipo de político, pois iguala os recursos. Impede a compra de candidatos por bancos, empresas e latifúndio.
Ai, nesse processo de hipocrisia e alienação - hipocrialienação - surge como paladina da moral e dos bons costumes a organização GLOBO. Jornais, revistas e uma rede nacional de rádios e tevês a serviço dos interesses do grande capital. Corrupta em sua gênese.
E grita aos quatro cantos, vendendo a ilusão, que ao pretender um marco regulatório que impeça o monopólio das comunicações, como ocorre no País, se pretende acabar com a liberdade de expressão.
Com a liberdade de expressão não, pelo contrário. Com a verdade/mentira absoluta vendida pela mídia privada no Brasil (e em boa parte do mundo) sim.
Quantas vezes a GLOBO deixou de noticiar fatos importantes por cumplicidade? Na campanha das diretas já. Nas grandes manifestações pelo impedimento de Collor. Omitiu-se diante da tortura e da barbárie do regime militar e agora omite os fatos que acontecem nos EUA, a reação popular, o levante dos trabalhadores e da própria classe média, contra a ganância do modelo, a falência do capitalismo, com a convicção que a conta de todo esse arranjo é paga cá embaixo.
Inventam a ficha limpa, mas o Congresso não aprova. É claro, a maioria estaria comprometida e não poderia disputar eleições. Sabem que isso não é problema para bancos, grandes corporações e latifúndio. Partidos como PSDB, PMDB, PP, PR, PC do B, setores do próprio PT estão prontos a abrigar novos nomes na mudança que não muda nada, já que os donos são os mesmos. Quando derrubam a essência de um projeto assim, salvam apenas as próprias peles em relação aos que os compram.
Inventaram agora de comparar os ditadores militares com os presidentes civis. Se esquecem de dizer que à época a censura era absoluta e todos os casos de corrupção não podiam ser noticiados. Qualquer pessoa que tiver boa memória vai saber do envolvimento de Iolanda Costa e Silva com a PHILLIPS na construção do Túnel Rebouças, no Rio de Janeiro.
Ou do escândalo COROA/BRASTEL (Delfim Neto), semelhante ao do Banco Mafra do banqueiro Salvatore Cacciola, fato ocorrido no governo FHC. Se a ditadura censurava, o modelo atual compra. Compra as grandes empresas de mídia e atua segundo os ditames de Wall Street, exatamente o alvo dos cidadãos em levante nos EUA, o santuário da barbárie capitalista, da ganância que mata gregos de fome e vai por aí afora.
Um primeiro levantamento feito na Grécia pela ONU mostra que o índice de suicídios cresceu de forma preocupante. E por que? Tem banqueiro suicidando?
Dá para entender um país como a Itália governada por um sujeito repulsivo como Sílvio Berlusconi? E ainda quer dar lições de moral no Brasil no caso do refugiado Cesare Battisti. A cabeça que queria apresentar a partir de provas falsas e montadas para vencer novas eleições?
Os filhos do ditador Medice envolvidos em escândalos diversos, será que isso está esquecido? Ou o ministro do Planejamento do ditador Castello Branco, Roberto Campos que, como primeira providência, elevou a propina de dez para vinte por cento, acompanhando mais ou menos o ritmo da inflação à época.
À época o silêncio era imposto pela censura. Hoje basta comprar e pagar com uma cadeira de imortal, além de outras "coisas" óbvio.
Por conta disso e de outras o governador corrupto Sérgio Cabral, através do escritório de advocacia da mulher, tanto legaliza a casa ilegal de Luciano Huck (em Angra, em área de preservação ambiental), como favorece Eike Batista em negócios fabulosos no seu estado. E a GLOBO defende, não fala uma linha do assunto. Pelo contrário, "defende" o meio-ambiente, mas o deles.
A lição que podemos aprender do movimento OCUPA WALL STREET é que a corrupção não está só no político A ou B, mas nos que compram o político A ou B e impedem que o político correto, decente, C ou D, faça prevalecer a vontade popular.
E no cerne do capitalismo, ainda que os EUA hoje sejam apenas uma outra grande corporação controlada por grupos nazi/sionistas com sede em Tel Aviv.
O que os "limpos" querem, entre outras coisas - como evitar a revelação da barbárie na ditadura, os nomes dos torturadores como Brilhante Ulstra, Geraldo Almendra, etc - é a chave do cofre. Só isso. E contam com largos recursos dos bancos, grandes empresas e latifundiários.
Ou acordamos e enxergamos o dia, o modelo político e econômico falido e vamos às ruas indignados contra os corruptos e corruptores, ou a GLOBO, ponta de lança desses interesses de banqueiros, grandes empresários, latifundiários, vende o peixe da mentira travestida de verdade trazendo de volta dias sombrios que certamente não queremos.
O problema da corrupção não é prender o ladrão de galinhas, o político/objeto, propriedade dos donos, mas o modelo que traz em si, como algo implícito, parte dele, aquilo que se combate. A corrupção.
E entre outras coisas enfrentar esses leões significa criar perspectivas de poder popular de fato.
O que passa não só pelo Poder Legislativo, alvo preferencial, mas por toda a estrutura do Estado brasileiro, vale dizer, Executivo e Judiciário.