Definida por eles.
O governo de Dilma Roussef está anunciando um modelo de concessão para os aeroportos de Guarulhos e Viracopos no Estado de São Paulo e o de Brasília, capital do País.
A INFRAERO - estatal que administra aeroportos - ficará com 49% do controle e grupos privados com os restantes 51%, logo, maioria.
É o PSDB no poder. Segundo porta-voz da presidente "o modelo se destina a gestão, operação e reformas nessas unidades, para atender o aumento da demanda devido ao crescimento econômico, à Copa do Mundo e às Olimpíadas de 2016".
Se a decisão é produto da empresa de consultoria do ministro Antônio Palocci não sei. Mas é parte de um processo de transformação de um governo supostamente comprometido com o Brasil e os brasileiros (foi o que foi dito em campanha eleitoral) em ponta de lança do neoliberalismo mais deslavado e no justo momento em que o barco neoliberal faz água por todas as partes do mundo.
E não é só. Os leilões de áreas destinadas à prospecção e exploração de petróleo estão a todo vapor.
Pelo andar da carruagem breve o sonho de William Bonner se consumará.
O JORNAL NACIONAL será apresentado em inglês. Os nativos pagarão a conta, como sempre.
O governo Dilma Roussef tem um cenário sombrio pela frente. Inflação começando a fugir do controle, o PT colocando as manguinhas de fora e se mostrando um PSDB digno de qualquer DEM - falo da cúpula do partido - e tudo isso terminando no risco que o original, a partir de 2014 reassuma o comando do País e a chave do cofre, lavrando a escritura de venda do Brasil, no "cartório" de Wall Street.
Em qualquer canto que se vá dos meandros e avenidas do poder em Brasília, há um José Serra à espreita e um Aécio Neves pronto para uma rasteira. E Dilma Roussef governada à distância por Palocci e José Dirceu duas figuras sinistras da política brasileira.
Lula parece não ter se dado conta do equívoco e se deu está se fingindo de morto, breve vai dizer que não foi bem assim que imaginou.
Todos os magros avanços obtidos ao longo de seus oito anos (mantiveram intocadas as estruturas do latifúndio, dos bancos e das grandes empresas) estão indo para o brejo. Sobra o bolsa família, agora com visíveis características eleitorais.
Não foi por outra que FHC disse que seu partido deve deixar os pobres de lado e buscar seduzir a classe média.
Percebeu que essa adora comer arroz com feijão e arrotar maionese.
A privatização de três aeroportos brasileiros, dentre os mais importantes, é um crime de lesa pátria.
O que há com clareza é uma opção preferencial pelo modelo ditado a partir de Washington, a presunção que assim estaremos nos colocando no primeiro mundo. Se esquecem de olhar para a Europa, estão anos atrasados, ainda não enxergaram que o velho mundo fez essa opção e se dismilingua em crises e protestos.
De pé só os museus.
Quem se debruçar sobre os quase seis meses de governo de Dilma Roussef, analisar cada momento, cada decisão, vai entender ao final que a presidente esqueceu-se de tomar posse e se o fez não tem a menor idéia de onde está o leme e que direção deve seguir, ou que caminho contratou com o eleitor durante sua campanha.
É um embuste.
Os poucos setores que se salvam no governo (Cultura, Direitos Humanos, por exemplo) estão debaixo de fogo de artilharia pesada da turma disposta a aumentar os lucros da companhia petista.
Da trupe.
O engodo se torna maior à medida que fica claro que o futuro tem o desenho de um tucano num jogo sórdido de tem para todos.
Este é o País onde um torturador e estuprador vira colunista do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, editado no país vizinho (FIESP/DASLU) e que fala a mesma língua. Brilhante Ulstra, símbolo da barbárie e da boçalidade vai vomitar asneiras de extrema-direita por uma coluna no jornal.
Nem havia necessidade. O governo se encarrega de falar para um lado e fazer para o outro.
O monstro das privatizações e do neoliberalismo engoliu Dilma. A opção Lula ("capitalismo a brasileira", magistral definição de Ivan
Pinheiro) virou o pragmatismo de Anthony Patriot, supostamente ministro das Relações Exteriores do Brasil.
Em futuro não muito distante os aeroportos brasileiros terão cartazes em inglês do tipo "brasileiros não pisem na grama". "Brasileiros não ultrapasssem a linha amarela, propriedade privada, mariners ferozes".
Chamam todo esse aparato de "modelo de operação, gestão e reformas".
Se morrem perto de 40 líderes camponeses no norte do País assassinados pelo latifúndio criminoso, é detalhe. Ou talvez até limpeza de resistentes.
Picadas abertas na luta popular para completa entrega do País, aí, no modelo Código Florestal do deputado Aldo Rebelo.
Com a voracidade dos chineses na compra de terras no Brasil, a cumplicidade do governo e asseclas, pode até ser que William Bonner tenha que dividir o inglês do JORNAL NACIONAL do futuro com o chinês.
Pastel para todos.