URIBE - O ALIADO DOS EUA NA AMÉRICA DO SUL

Em cem dias de governo do presidente Juan Manuel Santos vários escândalos envolvendo o ex-presidente Alvaro Uribe, principal aliado dos EUA na América do Sul, foram descobertos, dentre eles benefícios concedidos a cartéis de traficantes e organizações de ultra-direita - paramilitares - igualmente ligados ao tráfico.

Juan Carlos Restrepo, titular da DIRETORIA NACIONAL DE ENTORPECENTES afirmou que "no governo Uribe a diretoria era o parque de diversões de máfia". As mais de 76 mil propriedades supostamente confiscadas a traficantes continuavam em poder dos mesmos a partir de laranjas, muitos deles funcionário da DNE.

Vários confiscos foram apagados do sistema eletrônico de gerenciamento de bens e o acesso era livre a traficantes e paramilitares.

Uma fazenda de 33 mil hectares confiscada do cartel do Norte do Vale sumiu da base de dados da DNE e uma mansão de 30 mil metros quadrados do paramilitar Carlos Castaño é administrada por laranjas da família. Castaño é ligado ao cartel Norte do Vale.

A Colômbia é sede de bases militares dos EUA, principal fomentadora de ações contra o governo do presidente Hugo Chávez da Venezuela, classificado pelo presidente atual Juan Manuel Santos, como "o meu melhor amigo".

O ministro da Agricultura Camilo Restrepo anunciou que os documentos do Instituto Colombiano de Desenvolvimento Rural, serão recuperados e grupos paramilitares que tomaram fazendas de outros proprietários serão afastados e as terras devolvidas a seus legítimos donos.

Segundo o ministro os grupos de traficantes e paramilitares - aliados - aterrorizavam os donos das propriedades, expulsavam ou matavam os camponeses e se apossavam das propriedades usadas para a produção de coca.

Restrepo declarou que vai reverter essas decisões do governo Uribe.

Um fundo criado no governo Uribe para administrar "seqüestros" o Fondolibertad, administrou cerca de 13 milhões de dólares e única família foi beneficiada, a do general Freddy Padilha, ex-comandante das forças armadas colombianas e principal militar cooptado pelos EUA.

Órgãos similares à Receita Federal no Brasil, a Alfândega, o Instituto Nacional Penitenciário e Carcerária e o que cuida das concessões de mineração, em todos esses órgãos ministros e amigos de Álvaro Uribe foram favorecidos através de recursos, concessões e fraudes.

Tudo isso, segundo Camilo Gonzalez Posso, ex-ministro de Uribe, ocorreu por conta do enfraquecimento do Poder Judiciário.

O que mais preocupa Uribe, no entanto, é o escândalo envolvendo a Polícia Federal colombiana. Um esquema de escutas ilegais permitia que membros da suprema corte e políticos da oposição fossem chantageados. O órgão era usado para intimidar adversários de Uribe durante as campanhas políticas.

A maior parte dos indiciados, cinqüenta e dois funcionários, já confessou o crime e dezoito aceitaram sentenças antecipadas como forma de colaboração e penas menores. Bernardo Moreno, secretário pessoal de Uribe comandava o esquema.

A polícia federal da Colômbia chegou a seqüestrar adversários de Uribe em território espanhol. Há uma denúncia do ministério público da Espanha contra o próprio Uribe. Por esse crime. Uribe está sendo acusado de crime de seqüestro na Espanha contra uma cidadã espanhola.

O ex-presidente confia em sua impunidade, pois é detentor de vários segredos de ações ilegais feitas por militares norte-americanos e colombianos contra sindicalistas, camponeses e líderes de oposição, era o principal aliado de George Bush na região e suas ligações com o tráfico conhecidas do governo dos EUA desde um relatório do Departamento Anti-drogas que vinculava sua carreira política ao traficante Pablo Escobar.

Bush, como Obama, preferiram ignorar as ligações de Uribe com o tráfico, a corrupção e a sistemática violação de direitos humanos em troca do apoio para tentar derrubar o governo do presidente Hugo Chávez da Venezuela.

Uribe, assim que deixou o poder, foi escolhido pelo governo dos EUA para presidir uma importante comissão internacional fato que revoltou governos latino-americanos e da própria Espanha, causando surpresa, inclusive, em governos aliados na Europa que sabem dos vínculos de Uribe com o tráfico, assim como acontece no Paquistão. Ali, os generais que detêm o poder são ligados ao tráfico de heroína, mas mantidos no governo pela presença de militares dos EUA;

Ingrid Bettancourt, a ex-senadora e que ficou durante quase dez anos em poder das FARCs - FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS COLOMBIANAS - assim que Uribe deixou o poder disse que sua libertação foi possível graças ao presidente venezuelano Hugo Chávez e que "muitas vezes me senti abandonada pelo governo colombiano de Uribe".

Em meio ao lodaçal em que se vê envolvido nas guerras que trava no Afeganistão, no Iraque devastado por seus militares, nas ações em que usa a OTAN - ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE - como laranja para crimes contra os direitos humanos e violações sistemáticas do direito internacional, o governo do debilitado presidente Barack Obama tem mais essa bomba para enfrentar.

Já há reação de governos de países membros da OTAN contra os gastos excessivos feitos pelos EUA em nome da organização, em operações que absolutamente só interessam aos norte-americanos.

Na última reunião do alto comando da OTAN com a presença de chefes de governos e de Estados os EUA foram acusados de transferir para os países membros seus gastos de guerra.

As revelações sobre os escândalos no governo Uribe abalam a posição dos EUA na América Latina e particularmente na América do Sul, onde se sabe mantêm ligações estreitas com grupos militares, inclusive brasileiros, todos subordinados a Washington.

É pouco provável que aconteça a Uribe o que aconteceu ao peruano Fujimori. O governo, a despeito dos escândalos não teria forças para enfrentar os grupos paramilitares, latifundiários e os EUA. De qualquer forma, um novo perfil nas relações entre a Colômbia e os Estados Unidos deve surgir em meio a toda essa salada.

O ex-presidente, mesmo assim, já foi intimado a depor em processos em que figuram como réus ex-ministros e políticos aliados e responde em Bruxelas a um processo por crimes contra os direitos humanos.

Noutra ponta o futuro da Colômbia é incerto, pois os militares colombianos, a exemplo de alguns militares de outros países latino-americanos controlados pelos EUA, têm o que se chama "reforço de soldo" pago por Washington e dificilmente abririam mão desses privilégios.

De qualquer forma Uribe hoje é apenas um político corrupto e um terrorista chancelado pelos EUA em ações ilegais em seu país e no exterior.

As escutas telefônicas e os "pagamentos" feitos a jornalistas para defender o governo Uribe servem para mostrar também que o JORNAL NACIONAL não é "privilégio" da Colômbia e que jornalistas padrão GLOBO ou VEJA, boa parte deles, tem o tal "reforço de soldo".
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