"O BRASIL PODE MAIS" – MAS COM ARRUDA/SERRA?

Quem se der ao trabalho de pesquisar as críticas feitas ao governo Lula e especificamente à ex-ministra Dilma Roussef, vai perceber que buscam criar a imagem de alguém capaz de todas as perversidades possíveis, pelo simples fato de ter sido uma das resistentes contra a ditadura militar.
 
Por outro lado, quem se der ao mesmo trabalho de buscar notícias sobre o candidato José Collor Arruda Serra, tucano, só vai encontrar dados “positivos” acerca do ex-governador de São Paulo. Falo da grande mídia. É indisfarçável essa coligação.
 
GLOBO/PSDB/DEM/PPS/VEJA/FOLHA DE SÃO PAULO e outros menores,
 
Nem uma palavra em torno do passado político do ex-governador como militante de esquerda, ex-presidente da UNE. E muito menos sobre as muitas ações de improbidade administrativa, roubalheira mesmo, durante o período que governou São Paulo.
 
Exemplo?
 
O Ministério Público de São Paulo deu a conhecer no dia 24 de março deste ano uma portaria apontando como réus Alexandre Alves Schneider, Cláudia Maria Costin, Fundação Vítor Civita, Hubert Alqueres, Instituto de Protagonismo Jovem e Educação – PROGAGONISTÉS e Teresa  Roserley Neubauer da Silva. O número do documento do Ministério Público é MP: 41.0695 0000336/20-1 e trata exatamente de improbidade administrativa.
 
Teresa Roserley Neubauer da Silva foi secretária de Educação no governo de Mário Covas e membro do Conselho Nacional de Educação nos dois mandatos de FHC. É a presidente do Instituto.
 
O seu currículo, que e público, mostra que no sistema 3 da USP, Universidade de São Paulo, a senhora em epígrafe, organizou e editou livros pela Fundação Vítor Civita e Editora Abril e fez parte da comissão julgadora final do prêmio professor nota 10 da Fundação Vítor Silva.
 
O grupo que edita VEJA. Ela e os outros denunciados são parte do esquema de contratação da compra de livros e revistas da EDITORA ABRIL, sem processos licitatórios, em altos valores, todos eles assinados pelo ex-governador José Collor Arruda Serra. No caso do professor nota 10 deve ter recebido como prêmio uma sessão de pancadas numa sala qualquer de um quartel qualquer da PM paulista.
 
É fácil explicar porque GLOBO e VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO e partidos menores fazem parte da coligação que apóia o ex-governador Arruda Serra.
 
Negócios. São quadrilhas.
 
De agora em diante e até o dia da eleição tudo é válido para que o funcionário da Fundação Ford seja eleito presidente da República. O Brasil é a jóia da coroa ambicionada e desejada pelos EUA e grandes grupos internacionais e Arruda Serra toma posse num dia e assina a escritura de venda no dia seguinte.
 
Foi diferente com FHC? O ex-presidente estava ao lado de Arruda/Serra no lançamento da candidatura tucana à presidência.
 
“O Brasil pode mais” o que?  O slogan de Arruda Serra além de copiado do candidato de oposição à atual diretoria do Santos Futebol Clube não explica, assemelha-se aos cinco dedos de FHC em sua primeira campanha, 1994, que acabaram sendo exatamente o que cinco dedos significam de um modo geral. Uma grande roubalheira como conseqüência de um modelo político e econômico em que o que menos conta é o Brasil e os brasileiros (esses menos ainda).
 
Se o distinto for mais detalhista e for conferir os dados divulgados pela grande mídia sobre o México, país que integra o NAFTA (acordo de livre comércio entre os EUA, Canadá e México), vai ficar espantado com os números apresentados. Os índices de crescimento.
 
Trate de conferir e a percepção vai ser dolorosa. O México é apenas uma colônia dos EUA. E separado por um muro. Norte-americanos podem entrar à vontade, mexicanos não, só se for para limpar latrinas nos banheiros públicos dos EUA e mesmo assim, depois de prolongado período de espera. E por cotas.
 
É o destino do Brasil na hipótese de Arruda Serra virar presidente da República.
 
A exceção do PCB, mais dois ou três nanicos no máximo, no Brasil não temos partidos políticos. Temos empresas ou grupos escondidos através de legendas. E lideranças pessoais que se sobrepõem ao que chamam partidos.
 
É impressionante “o Brasil pode mais” de Arruda Serra. Quando perguntado sobre o bolsa família diz que vai mantê-lo, ampliá-lo e melhorá-lo. Por que, por exemplo, não pode pagar mais aos professores de São Paulo? Teve que pagar o contrato com a EDITORA ABRIL para garantir o apoio de VEJA?
 
É impressionante pela desfaçatez, pelo cinismo, pelo deboche, além de ser plágio.
 
Vivemos um mundo de ficção, ou como diz uma pessoa, vivemos como se hipnotizados pelo poder da televisão, do marketing.
 
Experimentem criar um clima de comoção em torno de Fernandinho-beira mar e transformem-no em vítima do sistema, do modelo. Sai da cadeia e ganha um mandato de deputado com a maior tranqüilidade.
 
Ou o próprio José Roberto Arruda, o careca que seria o vice de Arruda Serra. Antes de ser governador de Brasília se meteu numa fraude no Senado, teve que renunciar e retornou tranquilamente após um breve período.
 
O Brasil pode muito mais, claro que pode. Mas nunca com figuras como José Collor Arruda Serra, gente como FHC, toda essa podridão – não falo só de corrupção, mas do modelo, corrupção é intrínseca ao modelo –.
 
Eleições não vão resolver o problema do Brasil, ou constituir-se em alavancas para soluções mágicas. São instrumentos, parte do processo de construção da democracia popular e essa passa tanto pela resistência a quadrilhas como a coligação GLOBO/PSDB/DEM/VEJA/FOLHA DE SÃO PAULO e outros, pela organização popular, o  que exclui a mágica dos bandidos, a alienação.
 
Mas são importantes, são etapas do processo de luta.
 
Não se trata de pegar o celular e ligar um determinado número e eliminar B ou C, mas de optar pelo BRASIL, ou aceitar resignado o BRAZIL de Arruda Serra.
 
“O pode mais” de Arruda Serra é outra coisa. Pode render mais a ele e aos seus aliados.
 
Arruda Serra, mentiroso compulsivo, assumiu a Prefeitura de São Paulo assinando, repito, assinando diante de câmeras de tevê um compromisso de cumprir o mandato até o final, de não usá-lo como trampolim para alcançar cargos mais altos. Rasgou a assinatura, assina qualquer coisa desde que não atrapalhe seus objetivos, renunciou e candidatou-se ao governo de São Paulo com o argumento que faria melhor pelo estado como governador.
 
Fez para a quadrilha que o elegeu.
 
Saiu do governo de São Paulo antes do término do mandato para tentar ser presidente da República. Há um projeto por trás de tudo isso, é o obvio.
 
E vem de fora, vem do norte.
 
Esse é “o pode mais” dele.
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