UMA GUERRA PARA O IMPÉRIO – MAIS UMA

Treze bases militares na Colômbia para que? Combater o narcotráfico? A perspectiva de bases militares no Chile com o novo presidente Sebastian Piñeira é real e da parte do empresário eleito já ficou claro que não haverá obstáculos se os Estados Unidos entenderem que tal se torna necessário para o combate ao “terrorismo”.

Um antigo sonho dos EUA é o de unificar as forças armadas de todas as Américas. Quando acertou os ponteiros da ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas) com o presidente Bil Clinton, o brasileiro Fernando Henrique ouviu de seu colega o desejo de fundir as forças armadas de seu país com as do Brasil.

Cínico e sem nenhuma reação de protesto, o então presidente do Brasil, afirmou que para isso era necessário esperar mais um pouco, naquele momento não haveria clima e as reações poderiam atrapalhar outros “negócios”.

A ALCA não se materializou com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva e em contrapartida surgiu a ALBA (Aliança dos povos Bolivarianos), liderada pela Venezuela. De saída contou com apoio dos governos da Bolívia, do Equador, da Nicarágua e de Cuba.

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya foi deposto, entre outras coisas, por ter aderido a ALBA. Em Tegucigalpa, capital de Honduras, está uma das maiores bases militares dos EUA no continente. Foi instalada para organizar, treinar e dar apoio logístico a chamada guerrilha dos contra, que lutou contra o governo revolucionário de Daniel Ortega, na Nicarágua.

Hoje, transformou-se em escola de golpes militares e absorve oficiais de forças armadas de quase todos os países latino-americanos. Cumpre o mesmo papel que o War College (Escola de Guerra), integrado à história das ditaduras militares na América Latina nas décadas de 60 e seguintes.

Os EUA incorporaram a essa política de “grande porrete” para disciplinar governos e países considerados hostis a “tecnologia” terrorista do estado de Israel, fundamental noutra parte do mundo, o Oriente Médio. Não bastou comprar os governos do Egito, da Arábia Saudita, da Jordânia ou retirar do governo líbio parte de sua característica revolucionária, presente apenas no Irã.

É alto o preço pago pelo Irã e pelo povo iraniano para sustentar sua independência.

O jornal THE GLOBE, em sua versão em português, O GLOBO, noticiou que o exército de Israel admitiu o uso de fósforo branco contra palestinos nos ataques realizados à Faixa de Gaza no princípio do ano passado. São bombas proibidas por convenções internacionais, armas químicas e serviram para garantir o caráter de povo superior dos reich sionista.

Israel pode.

Os oficiais, a notícia veio a público, torna-se necessário dar uma satisfação qualquer a opinião pública, foram punidos. É mais cômodo ter bodes expiatórios que admitir que a decisão foi do próprio governo terrorista de Tel Aviv.

Um negócio assim como se Israel não tivesse esse tipo de armamento. Os oficiais resolveram ir a um mercado qualquer de armas e compraram as tais bombas para ajudar na “libertação” do povo “eleito”.

As treze bases militares na Colômbia prestam-se a treinar e formar soldados/terroristas com o objetivo de uma guerra contra a Venezuela. Não há a menor intenção de combater o narcotráfico. O presidente da Colômbia Álvaro Uribe foi eleito pelo narcotráfico para gerir entre outras coisas os “negócios” e assegurar impunidade e crescimento.

Os documentos que mostram as ligações de Uribe com o tráfico de drogas foram divulgados pelo governo dos EUA, à época de Bush e depois sumiram para não complicar os ideais de liberdade e justiça do país.

Terça-feira, dois de fevereiro, integrantes de tropas de elites da Colômbia entraram em território venezuelano com o claro intuito de promover provocações que sirvam de pretexto a uma invasão do país. São treinadas por especialistas dos EUA e agentes do MOSSAD de Israel.

Dias antes o presidente Álvaro Uribe, em discurso, ameaçou líderes de movimentos contrários ao seu governo e integrantes de movimentos bolivarianos de buscá-los e eliminá-los em qualquer parte do mundo, onde quer que estejam, citando nominalmente os que estão asilados na Suécia.

Uma nova Operação Condor. Esquema que no século passado juntou os serviços de repressão das ditaduras militares sul americanas. Prendiam, torturavam e matavam em qualquer parte do mundo (inclusive New York, onde foi assassinado Orlando Letelier, ex-chanceler do governo de Allende). Ou apenas uma nova fase da Operação Condor como costuma denunciar a professora Neuzah Cerveira, que trata do assunto em sua tese de mestrado. Planejada, montada e treinada pela CIA.

Não é e nem vai ser a última tentativa de provocação ao governo do presidente Chávez da Venezuela. Uribe é instrumento dos EUA e aí não há que ter dúvidas, para que o narcotráfico não seja incomodado além das aparências, o país, a Colômbia, é transformada em colônia, território ocupado por norte-americanos. Não é só o petróleo da Venezuela, é a Amazônia como um todo.

Pelo sim e pelo não, diante das incertezas sobre quem será o próximo presidente do Brasil, país chave nesse tabuleiro, se organizam na Colômbia. Previnem-se para a hipótese de derrota de José Collor Serra, candidato de Washington.

O que é preciso entender é que uma guerra não significa problema algum para o império norte-americano. Vive disso desde os tempos em que foi tomando territórios mexicanos como a Califórnia, o Texas, até chegarem ao tratado de livre comércio, o NAFTA, que, definitivamente, transformou o México em protetorado dos EUA.

Os altos custos das guerras travadas pelos EUA afetam o contribuinte do país, mas geram lucros fantásticos aos que controlam os “negócios”. Tem sido inclusive prática dos governos daquele país dividir esses custos com outros países a pretexto de operações de forças internacionais pela democracia, pela liberdade, contra o terrorismo.

Envolveram a Grã Bretanha (colônia européia) na guerra do Iraque, na do Afeganistão, a Austrália, o próprio Brasil, na intervenção no Haiti, uma espécie de “toma conta aí enquanto eu cuido de arrumar o resto, depois eu venho e fico com o petróleo”.

Não admitem que países latino-americanos tenham seus caminhos decididos pelos povos latino americanos. É preciso que se submetam ao império, aceitem as regras do império por bem e se assim não o for, por mal, pela via das armas.

Querem uma guerra por aqui a todo custo. Se isso significar a morte de milhares de pessoas, situações de terror, de instabilidade, o que quer que seja, o problema não é deles. Importante é assegurar o petróleo, tomar conta da Amazônia e cuidar da democracia a moda deles. Como fazem nas prisões de Guantánamo, do Iraque, do Afeganistão, onde torturadores enquadram os inferiores.

Para atenuar esse caráter bélico/terrorista, dispõem de um porta aviões espetáculo que faz cirurgias de qualquer porte, mas carrega armas nucleares também.

Há um prelúdio de guerra na América Latina, de nova onda de golpes e ditaduras, Honduras foi como que um laboratório e perceber esse quadro é fundamental para os brasileiros. Em última instância somos o principal pólo de resistência ao avanço do império norte-americano por aqui. Se capitularmos capitula toda a América Latina.

Retrocedemos ao século XIX, à condição de colônia, no máximo de protetorado.

E não adianta contar com a Anistia Internacional e aqueles que distribuem experiência em fatos consumados, na linguagem cândida das ovelhas que acreditam na bondade dos lobos. É que não é tão cândida assim, é linguagem de espertos.

É uma luta de sobrevivência.
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