ELEIÇÕES, A QUE LEVAM?

É difícil entender o que alguns costumam chamar de “cabeça do povo”. Bias Fortes, ex-governador de Minas (1956/1961) costumava dizer que de “barriga de mulher, cabeça de juiz e urna, nunca se sabe o que pode sair”.

Hoje é possível afirmar com certeza o que vai sair de barriga de mulher, se o juiz for Gilmar Mendes ou outros do mesmo naipe é previsível a sentença (se for ladrão de galinha cadeia, se for Daniel Dantas, rua) e de urna, desde o advento das urnas eletrônicas pairam dúvidas bem concretas sobre o caráter secreto do voto e os resultados.

Especialistas no assunto afirmam e demonstram à larga que é possível identificar o voto do eleitor, de cada um e modificar os resultados levando em conta o modelo adotado pelo Brasil (foi recusado nos EUA).

A presidente Bachelet tem mais de 80% de popularidade e não conseguiu eleger Eduardo Frei, ex-presidente, perdeu para Piñera, cadáver insepulto do período de Pinochet. Frei quando saiu do governo elegeu seu sucessor.

Vale dizer que o povo aprovou o governo de Bachelet, mas elegeu o candidato da oposição. Ou seja, aquele que criticou Bachelet e vai fazer tudo ao contrário do que Bachelet fez e continua fazendo, já que seu mandato não terminou.

FHC deixou o País falido. Montado por um esquema vindo de fora cometeu todas as vilanias possíveis contra o Brasil e os brasileiros, inclusive o golpe branco da reeleição arrancada através da compra de votos de deputados e senadores e não conseguiu eleger seu sucessor. Lula venceu, foi reeleito, governa com índices de popularidade acima de 80%.

As pesquisas mostram que o governador de São Paulo, José Collor Serra, o oposto de Lula, mesmo caindo sistematicamente, nessas pesquisas, ainda lidera em intenções de voto. Serra é a reedição piorada de FHC, o retorno a todo o passado que há oito anos atrás impediu o ex-presidente de sair pela porta da frente do Planalto, temeroso da reação popular.

Se o governo Lula tivesse índices baixos de aprovação isso seria fácil de entender. Tem índices elevados, logo, difícil compreender.

Pior ainda, agora que um dos principais porta-vozes de José Collor Serra, a REDE BANDEIRANTES, noticiou que o governador pode abrir mão de sua candidatura (arrancada em cima de grossa e repugnante chantagem contra o governador de Minas, Aécio Neves) e está propenso a candidatar-se à reeleição. Teme perder e ficar sem mandato, espécie de morto vivo na política brasileira. Que nem seu criador, FHC.

O maior partido do País, o PMDB, não tem, desde 1989, candidato próprio a presidente da República. Nas eleições de 1994 deliberou não ter candidato e em 1998 foi atropelado pela tropa de choque de FHC, literalmente comprado (a maioria), para evitar riscos ao paulista.

Tem programa, a maior bancada no Senado, na Câmara, o maior número de governadores, de deputados estaduais, vereadores e prefeitos, mas...

... Virou uma grande agência de empregos públicos, cargos, vantagens, benesses, tudo negociado segundo os barões de cada estado, de cada município.

Pega toda essa estrutura e se alia, nessa hora, para arrancar, uma espécie de condomínio, o que puder, sangrar o que puder, do poder público.

É disputado a peso de ouro. Imagine que de repente os líderes do partido decidam lançar um candidato a presidente. Não têm. O pouco que sobra com dignidade carece de densidade eleitoral, caso do governador do Paraná, Roberto Requião. Ao contrário, o que não tem dignidade alguma, o ministro Hélio Costa, tem a tal densidade eleitoral. Não para presidente.

É por aí. Onde eleições levam?

Há uma realidade que precisa ser percebida pela “cabeça do povo”. A mídia. Milhões de brasileiros estão envolvidos com um bordel televisivo, o Big Brother Brasil, sendo induzidos há anos, sempre a partir de janeiro, para votar e pagar para votar, num tipo de Coliseu em que o polegar para baixo, via celular, transforma, a vítima em ex BBB.

Partidos, com exceção de dois ou três, têm programas distintos, propostas diferenciadas, mas conseguem a proeza de misturar água com óleo sem nenhum problema, sem dificuldade alguma.

O processo democrático no Brasil avança pouco, confere plena razão ao general Golbery do Couto e Silva e seu diagnóstico. Vai ser sempre o mesmo modelo não importa se democracia ou ditadura. Importa que existem tutores da democracia, tanto quanto ditadores, um e outro para a hora adequada, a necessidade urgente, na ótica do que Golbery chamou de “sístole e diástole”.

Aí, problema é quando a cabeça do povo se liberta desses controles. É preciso enquadrá-los e treiná-los, novamente, à obediência. Foi isso que fizeram em Honduras quando o presidente Zelaya foi deposto. Cismou de ouvir o povo e o povo parecia disposto a dizer o que pensa, então, rua com Zelaya.

A construção de um novo Brasil passa por eleições, mas como instrumento de avanços reais e efetivos na organização popular. Quer dizer, na ação desperta consciência no eleitor.

Como é possível conferir ao governo Lula índices elevadíssimos de aprovação e indicar ou sinalizar que pode eleger um “filho” do renegado FHC, digamos assim?

O final dessa história, definitivamente, não passa por eleições no modelo que temos. Se quisermos que seja um final feliz para a classe trabalhadora. Por enquanto tem sido feliz para as elites, os exploradores.

Com todos os pequenos avanços obtidos no atual governo. Mas a custa de muitos retrocessos, como agora, no caso do Plano Nacional de Direitos Humanos. Lula ao resignar-se às pressões dos militares e do ministro Nelson Jobim, ou via Nelson Jobim, está jogando parte de nossa História no lixo.

É nesse compasso, nessa toada que vão cantando a canção do engana trouxa e a cabeça do povo vai provocando um baita nó nas cabeças que tentam entender.
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