A OEA, a exceção dos Estados Unidos, deu todo apoio ao Brasil, à garantia da inviolabilidade da embaixada brasileira em Honduras, foi explícita na condenação ao golpe que derrubou Zelaya e reiteradas vezes seus principais funcionários tentaram entrar em Honduras para negociar o retorno de Zelaya sendo impedidos pelo governo golpista.
A notícia como veiculada pelo jornal THE GLOBE em sua edição brasileira, O GLOBO, foi dada a público de forma diferente pela BBC, estatal britânica (não nos esquecemos que a Grã Bretanha é a principal colônia dos EUA na Europa). A rede noticiou que o embaixador dos Estados Unidos condenou a atitude brasileira. Não a OEA.
A mentira do jornal THE GLOBE, é parte do modelo, faz isso deliberadamente pode ser conferida em
www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090928_honduras_oea_cq.shtml
E a prova, o confronto entre o fato noticiado pelo THE GLOBE e o mesmo fato pela BBC pode ser visto em
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/28/retorno-de-zelaya-honduras-foi-irresponsavel-diz-americano-na-oea-767810651.asp
Ronaldo Reagan considerado um ator de segunda categoria foi governador do estado da Califórnia em dois mandatos e presidente dos EUA eleito e reeleito. Ao tomar a decisão de candidatar-se a governador, no centro de um projeto ultraconservador elaborado pela extrema-direita norte-americana e que incluiria, mais à frente, George Bush pai como vice, termina nas mãos de Spencer-Roberts, uma empresa de consultoria e mercado, voltada para a área da propaganda eleitoral e parte do pacote direita volver.
As eleições para o governo seriam em 1966 e Reagan passa uma semana sendo submetido a testes os mais variados (imagem, rádio, televisão, comportamento em público, vida pessoal com Nancy, etc), até que o produto fosse definido e posto à venda. Todo esse aparato levava em conta inclusive as pesquisas de opinião pública. O mais importante ali não eram os índices de intenção de votos, mas o candidato considerado ideal pelo eleitor.
Spencer e Roberts tinham uma preocupação básica. Transformar Reagan num candidato atraente e o primeiro passo era saber se Reagan por si era atraente ou se seriam necessárias algumas “plásticas”, mudanças na embalagem, para que fossem reais as chances de vitória. O grupo que foi buscar Reagan para ser candidato envolvia empresários do petróleo no Texas, a indústria de armas e o conservadorismo hipócrita que caracteriza o estado da Califórnia.
Pronto, montado o produto, Reagan virou governador, reeleito e presidente eleito e reeleito.
O candidato John Shapp perdeu as eleições para o governo da Pensilvânia por usar meias soquetes marrons de cano curto e deixar a panturrilha à mostra quando se assentava num plano mais elevado que os eleitores, uma plataforma, um estrado, um palanque. Não quis dar crédito ao publicitário Joseph Napolitan. Em dezembro, após a derrota, recebeu de Napolitan um pacote de meias soquetes vermelhas e um cartão dizendo “com os diabos, pode usar tudo o que quiser agora”.
Charles Ryan foi prefeito de Springfield e ouviu os conselhos de Napolitan. Trocou as meias soquetes por modelos mais tradicionais e virou governador de Massachussets.
A realidade para o THE GLOBE e o conjunto das organizações GLOBO é simples. Surge no espetáculo e transforma o espetáculo em real. O que torna a sociedade alienada no processo “Xuxa para todos”, pode ser “como reagir a um assalto” da especialista em flora e fauna Ana Maria Braga, ou em mídias mais sofisticadas, pretensamente, como as novelas, o THE NATIONAL JOURNAL (versão brasileira do noticiário do Departamento de Estado e CIA e aqui chamado de JORNAL NACIONAL). “Essa alienação recíproca é a essência da sociedade existente”. Essa constatação é de Guy Débort.
“No mundo realmente invertido, a verdade é um momento do que é falso”.
A notícia do jornal THE GLOBE fala que dos EUA a Serra, todos “condenam o Brasil”. Por Brasil entenda-se o governo brasileiro e por Serra leia-se o funcionário da Fundação Ford que governa São Paulo na filial chamada de PSDB (tucanos para vender mais). Mister José Serra é o candidato de Washington e Wall Street ao Planalto em 2010. O THE GLOBE é parte do que poderíamos dizer aqui Spencer e Roberts. Um produto a ser vendido aos brasileiros.
O diretor geral dessa “empresa” no Brasil é o patético FHC. Uma espécie de executor, gestor dos “negócios”. Versão masculina e com doutorado de Xuxa, voltada para as classes médias e elites econômicas. Com pingo no “i” para as elites paulistas, que conhecem garfo e faca e sem pingo para as elites nordestinas, do Centro-oeste, que não saíram ainda do “mim ser chefe”. Mesmo comprando roupas em Paris, ou pegando dinheiro no Banco do Brasil para plantar e usar em campanhas eleitorais (senadora Kátia Abreu, do DEM, líder dos latifundiários no Brasil, morde e o veneno é fatal).
FOLHA DE SÃO PAULO, que é parte da quadrilha geral, mas gosta de caminhar por caminhos aparentemente diferentes, até para parecer que o rabo preso está solto, foi atrás de especialistas para definir se o governo do presidente Michelleti é golpista ou interino. A conclusão foi simples. O governo Michelleti é golpista.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2009/09/28/ult1859u1540.jhtm
É só ir lá conferir. O jeito de ser FOLHA é a infografitite.Incurável.
O gerente da Cervejaria Casa Branca, Barack Obama, sentiu-se incomodado com as críticas do apresentador de televisão David Leterman. Na CBS, uma das três maiores redes dos EUA. Pediu para ser entrevistadp e foi lá explicar várias coisas, dentre elas o plano de saúde que propôs ao Congresso e está sendo alvo de críticas de setores da extrema-direita.
Segundo o garçom, doublê de gerente da Cervejaria, o plano introduz mudanças substanciais na saúde pública e garante a 90 milhões de norte-americanos sem cobertura de planos privados atendimento médico de primeiro mundo. E com todas as letras diz que não há justificativa para que isso aconteça na nação “mais rica do mundo”. Obama criticou os planos privados que aumentaram seus custos em 130% nos últimos dez anos, muito acima dos índices inflacionários. Cita inclusive que num ano em que houve deflação, o aumento foi de 5.5%.
Chama os planos privados de saúde de meros negócios, critica asperamente com seu jeito branco de ser negro, ou vice versa e fala que a reação é dos poderosos. Vai mais além, diz que foi obrigado a ajudar a indústria automobilística, os bancos, por falta de regulamentação. Ou seja, ausência do Estado, o Estado mínimo defendido pelo neoliberalismo e praticado entre nós por FHC.
Imagino que se Obama fosse o presidente de Honduras seria preso e deposto por atitudes “chavistas” e “anti-patrióticas”, ao defender os excluídos. Seja na saúde, na educação, em todo o conjunto de uma nação qualquer que seja. E implicitamente estava dando razão ao cineasta Michael Moore. Moore, que em seu último trabalho diz que o capitalismo é nocivo. Num documentário leva cidadãos norte-americanos não assistidos pela saúde pública a Cuba. Lá são tratados corretamente e recebem os medicamentos que nos EUA custam até cem vezes mais porque produzidos pela iniciativa privada, aquela que chamam de “mola mestra do progresso e da liberdade”. Só não dizem de quem e qual.
A gripe suína foi deixada de lado na necessidade de garantir, exatamente esses negócios, a sobrevivência da “turma” em Honduras.
Bush filho não consegue andar e falar ao mesmo tempo, tropeça e cai. Tinha sempre alguém a lhe soprar o script. É célebre e medonha a imagem do então presidente dos EUA sendo maquiado (foi mostrada ao mundo inteiro) momentos antes de anunciar que iria atacar o Iraque. Ria, trocava chistes com o maquiador até a hora de assumir o tom grave de “estadista e libertador dos males que afligem a humanidade”.
Bush à falta do que falar, ou alguém do esquema por perto para orientar, soprar, cunhou a expressão “eixo do mal”. Referia-se aos países e governos que não pensam como pensam e querem os norte-americanos.
Inventam sempre um demônio. Caso de Israel com o “terrorismo” palestino, enquanto exporta bombas e agentes para Honduras. Armas químicas e biológicas pela “liberdade”.
Há pelo menos 70 anos o notável Charlie Chaplin escreveu, interpretou e dirigiu “Tempos Modernos”. A opção continua sendo aquela. Ou caminhar pelas próprias pernas, assim como fazemos os humanos, construir a liberdade na luta e num mundo alternativo a esse de espetáculo, violência, barbárie gerado pelo capitalismo e seus tentáculos, ou entrar na máquina de moer gente e aceitar resignadamente o irreal como real, o anormal como normal. E o caminhar pelas próprias pernas implica em juntar pernas numa caminhada solidária. Mas nada de passo de ganso.
Ser parte do show, como extra, corista, bailarino, ou aquele índio que morre com os tiros disparados por John Wayne ou por qualquer personagem dessa boçalidade que permite gente como Michelleti e golpes como os dado por ele e bestas/militares hondurenhos.
Há um fato grave a ser considerado sobre esse assunto. Um tenente coronel brasileiro chamado Pimentel, nome de guerra, estudando na Escola de Estado Maior Hondurenha (a base norte-americana naquele país) escreveu um artigo defendendo o golpe e aludindo a essa estupidez como “golpe democrático”. Um emaranhado de coisa nenhuma a pretexto de livrar o mundo dos demônios do mal.
A opção é resistir ou aceitar o tacão nazista dessa gente.
E não há como fazê-lo, aceitar o tacão. Exceto se nossas almas tiverem sido retiradas pelo que lava mais branco, pelo que tem o compromisso com os dentes mais brancos, ou pelo tal de ACTVIA, que gera saúde a partir de um componente retirado de fezes e simplesmente devora os nossos intestinos.
A culpa disso tudo é dos Palestinos, ou do Irã, ou de Chávez. Tem que acredite e como tem.