A REFORMA DOS “CORONÉIS”

Coronel sem aspas, patente nas forças armadas, quando reforma coloca pijama e vai para casa. Na política, com aspas, ganha vitaliciedade. É o caso da reforma política proposta pelo governo Lula, a tal lista fechada. Partidos decidem os candidatos, fecham as listas a seu critério e o eleitor vota no partido. Em tese um voto ideológico, na prática, a permanência dos grandes chefes políticos, os “coronéis”, já que controlam os partidos.

A despeito da reação de parte dos setores da chamada sociedade civil organizada, de denúncias de perpetuação de poder encoberta em pseudo-avanços os partidos da base governista se movimentam no velho esquema de um pra lá, dois pra cá e tentam aprovar a medida que, por exemplo, garante a José Sarney e a toda a família uma vaga eterna no Congresso.

Está se propondo eliminar o voto nominal e garantir o voto de curral.

As instituições no Brasil estão falidas. O País não tem cara e o presidente da República beira ao desatino quando afirma que a situação crítica do Nordeste se deve à falta de projetos de prefeitos e aos burocratas. Menos de 5% das verbas consignadas em orçamento para a região foram liberados pelo governo de Lula. Fica tudo no tal contingenciamento sei lá de que, mas que agrada a Obama. Por isso e outras coisas Lula é o cara.

O deputado federal Sérgio Moraes foi franco e sincero quando disse que iria dar seu voto de relator pela absolvição do deputado Edmar Moreira. O castelo é o de menos, megalomania de um presunçoso. O demais são as mutretas, como o demais foram os tempos das torturas. Sérgio Moraes declarou estar “me lixando para a opinião pública. Vocês falam, falam e a gente continua a ser reeleito”. Bandido assumido.

Foi afastado apenas por pruridos moralistas de pura hipocrisia de um Congresso onde o número de pilantras ultrapassa no barato aos trezentos a que Lula aludia em anos anteriores. 

O Executivo é a “inocência personificada”, o Legislativo é corrupção e o Judiciário se deleita entre outras coisas num resort na Bahia com tudo pago pela FEBRABAN – Federação Brasileira dos Bancos – O STF vira braço das empresas de Daniel Dantas, transforma-se em STF DANTAS INCORPORATION LTD e Gilmar Mendes é senhor da corte e da maioria dos ministros. 

E o que entra, entra pelos fundos, como no caso Battisti. 

Não há como reformar o que está corroído por cupins. 

Saímos da ditadura militar e entramos num processo democrático que mantém as mesmas práticas, agora disfarçadas no esquema previsto por Golbery – sístole e diástole –. Períodos de abertura, períodos de fechamento.  O modelo é sempre o mesmo.

A base de apoio do governo Lula, supostamente de esquerda, é o PMDB de Sarney e Geddel Vieira Lima (ministro inclusive). 

Somos um povo controlado e formado pela grande mídia que vende a idéia do espetáculo, do sucesso, transforma seres humanos em rebanho de consumidores e molda a Nação segundo seus interesses e critérios.

Qual a cara do Brasil?

O maior sucesso de vendas na Venezuela é um pequeno aparelho celular com as mesmas funções dos que aqui circulam e uma diferença. São fabricados com tecnologia chinesa transferida à Venezuela. Por aqui Nokia, Siemens e vai por aí afora.

Lula disse outro dia que a crise na indústria automobilística nos EUA vai favorecer a indústria automobilística brasileira. Qual? Virou visionário? A GM, a FORD, a CITROEN, a MERCEDES? A FIAT?

Desde quando existe indústria automobilística brasileira?

Se formos falar em reforma é preciso que a palavra seja entendida como mudança das estruturas políticas e econômicas permitindo profundas mudanças sociais e isso não passa por listas fechadas. Listas fechadas são arranjos de chefes partidários para se perpetuarem no poder.

A primeira grande reforma, com esse sentido, mudanças estruturais, passa pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte e ampla participação popular. Qualquer outra coisa é remendo para manter criminosos controlando o Brasil. Um Congresso servil e dócil a interesses de banqueiros, empresários, latifundiários. Um Judiciário onde uma aberração ética como Gilmar Mendes pontifica de sumo pontífice.

Listas fechadas são como um golpe de estado com o objetivo de manter toda essa corja intocada. Brincadeira de democracia. Democracia de fachada.

Os últimos meses do governo Lula lembram um episódio de uma das poucas séries de tevê com vida inteligente, SEINFELD, em que o protagonista principal, o próprio SEINFELD vai a um circo com um dos seus amigos, Kramer. SEINFELD namora uma ginasta rumena e acha que a moça, pelo que faz na trave em solo é capaz de proezas mágicas na cama. E Kramer atormentado por uma pedra nos rins, expele-a num grito que ecoa por todo o circo e desequilibra o equilibrista, amigo da ginasta, gerando um tombo e um grotesco espetáculo.

Se vinha se equilibrando até agora, aqui e ali, dando uns pulinhos pra lá e pra cá, Lula agora perdeu o rumo, está estendido na rede por conta de manobras de seu próprio partido, dito de esquerda e progressista e seus cúmplices de direita e ditos conservadores.

José Serra projeta, diante da perspectiva de uma aliança nacional do PMDB com o PT, de fazer alianças regionais com o PMDB. Onde o voto ideológico? Lula projeta palanques para Dilma em que eventuais adversários nacionais possam estar juntos nos estados, caso de Aécio que faz que vai e nunca vai. Onde os partidos?

Nas eleições de 2006, quando Lula foi reeleito, a base paulista da candidatura de Geraldo DASLU Alckimin votou toda em Lula para não atrapalhar a candidatura Serra agora em 2010. E tanto é assim que Serra elegeu Kassab prefeito largando Alckimin de lado.

Onde o voto ideológico? Ou o compromisso com o programa de governo de cada partido? São como sabão em pó os tais programas e compromissos. Se dissolvem na água – caso do sabão – e depois das eleições, caso dos políticos.

É nesse ponto que o deputado Sérgio Moraes, corrupto de quatro costados, acaba tendo razão quando diz que “estou me lixando para a opinião pública”. Tem um monte igual a ele. Se perde a próxima eleição, como ele próprio disse, entra o Moraes Sérgio e fica tudo do mesmo tamanho.

É o esquema e só vai se agravar com a tal reforma política, a tal lista fechada. Um instrumento arbitrário que estão querendo impor para não correr riscos de um ou outro eleitor da manada se desgarrar.

De repente sai um, leva outros e bagunça o coreto dos Sarneys. Isso é inadmissível para esse tipo de pilantra.

Lembram as tais diretorias do Senado? Vão mudar de nome, viraram departamentos e continuam com os mesmos diretores, agora chefes de departamentos.

Lista fechada é exatamente isso.  
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