A não ser que um desses pastores que tem contato direto com Deus desça numa nuvem e proclame ao Brasil uma nova tábua de dez mandamentos e o primeiro seja votar em Marina da Silva, em condições completamente adversas daquelas das eleições anteriores, a candidata da REDE mal tecida e que se abrigou nas árvores do PSB, não tão fortes assim capazes de aguentá-la, Marina da Silva é só um susto.
Ao término do velório/festa de Eduardo Campos as fichas começam a cair e a candidata “pureza” vai junto, na hipocrisia de “a providência divina me salvou” (e matou Eduardo Campos) e “a providência divina me colocou essa missão nas mãos” (tirou-a das mãos de Eduardo Campos).
É incrível o cinismo da candidata. “esquerda e direita já não existem mais, vou defender idéias neoliberais”. Falta “repaginar a história da Europa”. Marina é, ao lado de Aécio Neves, os dois, as grandes ameaças ao futuro do Brasil como País soberano, voltado para o desenvolvimento e a justiça social.
Essas fichas começam a cair em pessoas da própria família de Eduardo Campos e é visível a contrariedade de Renata Campos, que almejava a candidatura presidencial. Não recusou a vice de Marina por pruridos de luto, mas, por consciência que estaria entrando num buraco cujo fim é um baita monstro do qual não se foge, porque “não é carroça abandonada a beira da estrada”, da História.
O PSB, hoje, com Beto Albuquerque ou não como vice, é um partido rachado, sem rumo, sem direção e sem ter a menor idéia do que seja socialismo. A candidata vai defender “idéias neoliberais”.
Terminou a comoção e explorar a morte de Eduardo Campos vai parecer uma ladainha daqueles que infernizam a vida de qualquer um, porque mentirosa na essência. E essa é a essência de Marina da Silva.
Eu ainda me lembro de um debate nas eleições anteriores, na REDE BANDEIRANTES, que após várias críticas ao governo de Lula, do qual fora ministro por mais de três anos, Plínio de Arruda Sampaio, lhe perguntou se em seu dicionário não havia a palavra “renúncia”. “Você se esqueceu do verbo renunciar Marina?”
Vai ser tragada na voracidade mal disfarçada de sua ambição desmedida e de seu caráter pusilânime.
Por mais esforço que um trêfego como Roberto Freire faça, ou setores da mídia que já perceberam que Aécio Neves é o que se chama de maior furada da história tucana. Sem teleprompter para ler o que querem que diga, não é nada. O vento faz com que balance e assuste o câmera, forçando-o a recuar. Ou pelo bafo, ou pelo estado etílico do candidato, usual e costumeiro, sem falar que dispõe de reserva de primeira qualidade vinda da Colômbia no helicóptero de Zezé Perrela, com direito a abastecimento no aeroporto privado de Claudio. A chave fica com “Quedo”, primo de Aécio e às voltas com a justiça por tráfico de drogas.
Vamos para as eleições de outubro com um dilema. Ou somos um País, Nação, ou somos uma grande farsa como a seleção brasileira de Luís Felipe Scolari. Na hora decisiva toma sete gols.
Marina não é nem um Dunga da vida, é só uma figura “ungida pela providência divina”. É algo imaterial, mas virou mercadoria no processo político para as próximas eleições presidenciais.
Que Deus nos livre dessa “providência”.
- Laerte Braga
- Opinião