Dois pontos essenciais para que um País possa sobreviver. A reeleição de Dilma é líquida e certa, caso seja de fato a candidata. É crônica a incompetência da oposição. Mas não convém brincar. Um dos alertas mais importantes sobre essa perspectiva foi dado por João Pedro Stédile, no congresso nacional do MST – “parte do movimento no nordeste está indo para a candidatura de Eduardo Campos”.
É o clássico caso de “a falta de tu, vai tu mesmo”.
Você dorme com o tomate a 2,99 e acorda com o mesmo tomate a 3,99, numa agricultura cada vez mais dominada por multinacionais do agronegócio e pelo latifúndio que já disponibilizou vaga de motorista de trator para a presidente quando Dilma quiser.
Lula foi a Cuba tratar da questão venezuelana, por exemplo e só em sua volta ao Brasil o governo se pronunciou contra os desmandos da oposição naquele país, pois nossa chancelaria desde Patriot e o atual ministro obedece ordens de Washington e mesmo espionada Dilma se cala. Tem um trem qualquer por trás disso. Lá isso tem.
O “volta Lula” é consequência natural da incompetência do governo Dilma do esfacelamento do PT, que semelhante aos partidos tradicionais, gosta de se dizer diferente, abriga as mais estranhas figuras que adoram estar próximas do poder. E nisso até cafetinas, especialidade dos tempos de Ademar de Barros.
Os planos de eleger o futuro governador de São Paulo, de reeleger governadores como Tarso Genro e chegar ao governo de Minas através de Fernando Pimentel, começam a desmoronar na incapacidade da presidente de superar dificuldades mínimas e governar com outro mínimo, o de fidelidade aos seus compromissos.
São esses medos que trazem “o volta Lula” para o âmbito interno do partido e tentam antecipar o que era um projeto para 2018, no final de um segundo governo Dilma. Já existe o temor que Dilma possa, reeleita, se distanciar mais ainda do PT e terminar nos braços de Kátia Abreu.
O próprio vice-presidente Michel Temer é um dos que torce pelo “volta Lula”, pois sabe que seu mercado não funciona e nem vende tanto quanto consegue com o quadro atual.
Para Lula já passou da época de Dilma reformular a política econômica e demitir a atual equipe. Retomar uma política externa independente em alguns aspectos importantes, num jogo de equilíbrio, mas que inibiu os EUA. E inibiu principalmente ações golpistas na América Latina, abriu espaços para que presidente à esquerda fossem eleitos e hoje, como se estivesse preso no peito, um grito de “volta Lula”, com todos os erros e acertos do ex-presidente, pode num dado momento por fim ao sonho de Dilma de vir ter um segundo mandato.
Os resultados do julgamento do chamado “mensalão petista” desagradaram ao ex-presidente, é forte a presença do ex-ministro, mesmo preso, José Dirceu, dentro do quadro político e partidário e o tema é outra bomba para Dilma que, em nenhum momento se manifestou sobre os exageros do poder judiciário, particularmente de Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes.
Se a oposição não tem votos, se Aécio e Eduardo Campos não têm chances, nos bastidores do poder os estragos que PSDB e PSB têm causado são grandes e podem vir a se constituir em problemas eleitorais sérios. Não é só o próximo presidente que será eleito, mas governadores, assembleias legislativas, um terço do Senado e a totalidade da Câmara dos Deputados e Dilma parece não ter a menor noção disso.
E o detalhe principal. Dilma necessita de Lula agora, no processo eleitoral. No segundo mandato não. Esse fato tem pesado entre que tentam convencer o ex-presidente a vir para a disputa eleitoral.
