Vladimir Putin tocou ao piano uma canção soviética cercado de estudantes que cantaram a música junto com o presidente. Quer o fim de guerra, quer Israel foram do conflito, direta ou indiretamente e quer o Irã, o maior aliado da Síria na região participando da Conferência.
O avião da delegação síria foi retido na Grécia com os eternos pretextos estúpidos dos vassalos norte-americanos,
Imaginar que o presidente Bashar Al Assad não possa ser parte de um processo político de paz na guerra civil deflagrada por mercenários armados por Israel, EUA e Arábia Saudita e excluir o Irã das negociações condena, a não ser que haja um milagre, toda e qualquer tentativa de paz ao fracasso.
Bashar Al Assad, ao contrário da mídia brasileira que o chama de ditador, é presidente eleito num país pluripartidário, onde ate o Partido Comunista tem assento no Parlamento.
Putin já percebeu que por trás de tudo isso existe um projeto maior, que ultrapassa o controle do Oriente Médio. O cerco à Rússia e os fatos que acontecem na Ucrânia mostram isso com clareza.
Desarmou os instintos bélicos de Barack Obama quando impediu, inclusive derrubando mísseis norte-americanos, que os EUA atacassem bases militares de Assad.
Kerry não quer sair da Conferência de Paz com o gosto amargo da derrota novamente. Pouco importa o que aconteça a Síria e aos sírios.
A Arábia Saudita, principal aliada dos EUA no Oriente Médio (além dos egípcios) já fala em comprar armas nucleares do Paquistão e nenhuma preocupação foi manifestada pelos defensores da paz em Washinton, já que a paz em qualquer canto do mundo para Obama e o complexo militar e industrial que controlam o país, é apenas figura de retórica em discursos vazios de uma antiga nação, hoje uma espécie de copo de leite que vai se dissolvendo vagarosamente.
Na quarta-feira mesmo, para não fugir à rotina, alguém entrou numa universidade, disparou vários tiros e matou pelo menos uma pessoa.
Obama já pediu conforto para a família da vítima. E que Deus proteja a América. Um dos mais importantes aliados dos mercenários na Síria é a Al Qaeda, em franca reconciliação com os norte-americanos.
Noutra ponta, o líder nazi/sionista de Israel, Benjamin Netanyahu promete para breve uma lição ao Hamas, partido político que venceu as eleições em Gaza e onde as pessoas morrem à míngua como consequência da insanidade terrorista de um cerco boçal promovido pelo governo de Israel.
Tudo isso coloca em risco o recente acordo sobre energia nuclear com o Irã. O discurso radical do país islâmico pode ser retomado e a Rússia é a grande aliada daquele país.
Putin tem o controle do seu país. Obama não apita nada no seu. É mero fantoche e aceita essa situação sem qualquer constrangimento. É um dos maiores blefes dos últimos tempos.
Não há como excluir Assad da Conferência, ou de qualquer fato que diga respeito à Síria, desconvidar o Irã e tentar impor um governo que vai fragmentar o país, real desejo dos norte-americanos (como acontece na Líbia).
A intransigência com que norte-americanos chegam ao encontro e a arrogância vazia de John Kerry mostram isso.
Por que não incluir todos os participantes direto ou indiretos da guerra?
É discurso de quem não quer paz e Putin sabe disso.