O senador quis aproveitar a crise na penitenciária de Pedrinhas no Maranhão para fustigar o governo federal, para lamentar, embora não tenha dito, a ausência de um sistema penal e carcerário capaz de atender às necessidades, já que a governadora do Maranhão é aliada de Dilma Roussef.
Aécio nasceu em Minas, faz carreira politica no estado onde foi governador por oito anos, mas mora no Rio e foi autor de uma célebre carteirada quando teve seu carro parado por estar dirigindo embriagado.
Se chamado a um debate sobre o problema do sistema penitenciário brasileiro vai repetir o óbvio, não tem a menor idéia do assunto no seu todo e é assim em toda e qualquer questão que lhe seja proposta para debate.
É o candidato das respostas clichês.
Já os discursos são preparados por marqueteiros, supervisionados pela irmã Andréa, trazem algum, pouco, mas algum conteúdo político e voltados para o momento, na tentativa de decolar, à medida que as pesquisas eleitorais mostram que continua desconhecido de grande parte da população brasileira, tem problemas em seu partido e enfrenta denúncias de ser usuário de drogas.
Na eleição anterior isso foi inclusive objeto de comentário do jornalista Juca Kfoury, ligado a Serra, em sua coluna num dos jornais de São Paulo.
É difícil imaginar que o Brasil venha a ser governado por alguém com uma folha política negativa tão extensa quanto Aécio que, no duro mesmo, é apenas neto de Tancredo Neves e não nem de longe a estatura do ex-presidente.
O Brasil vai para as eleições de outubro de 2014 em seguida a uma copa do mundo que tanta celeuma tem causado e declarações desse jaez das de Aécio. A de Pelé, por exemplo. “O dinheiro da corrupção vai ser recuperado com o turismo”. Um primor de cinismo.
Mais ou menos vamos roubar desde que seja incrementado o turismo. É só uma variação da frase de chave de Maluf. “Rouba, mas faz”.
Aécio não enxergou, em seu pronunciamento, a situação das penitenciárias e prisões de Minas, ignorou o massacre da penitenciária de Ponte Nova em seu governo, mesmo porque sabe que a mídia lhe é favorável e vai ignorar toda e qualquer realidade que possa prejudicar sua candidatura.
De fato o Brasil prende muito e prende mal. José Dirceu e José Genoíno estão presos sem terem cometido o crime do qual foram acusados e Aécio, FHC, Serra, Alckmin e a corja tucana, todos eles, estão soltos, como consequência do controle que exercem sobre figuras chaves do Judiciário, agora inclusive o ministro Joaquim Miami Barbosa, presidente da corte suprema pelo menos até março.
Vale dizer de “prender muito e prender mal” o senador e candidato entende direitinho.