“A NOVA CARA DA DIREITA”

O sociólogo português Boaventura Santos, em visita ao Brasil, afirmou que Marina da Silva “é a nova cara da direita brasileira”. Financiada por um dos mais poderosos bancos privados do Pais, o Itaú, com apoio de uma empresa predadora do meio-ambiente, a Natura e com simpatias do grupo GLOBO, a extrema-direita da mídia entre nós, Marina deixou de ser Marina e virou Santa Marina Itaú Natura da Globo Silva, uma espécie de monstro de muitas cabeças, aliada ao neto de Miguel Arraes (nada a ver com o ex-governador, exceto o parentesco) e a cata de formas de ser a cabeça de chapa do Partido Socialista Brasileiro, o único onde socialista não entra.
Mas há outra nova “cara da direita”. Dilma Roussef, favorita para a reeleição e preferida de Lula. A presidente deixou de lado todos os compromissos assumidos em campanha eleitoral, enveredou pelos caminhos do neoliberalismo e vai desde a privatização (que chama de concessão) de áreas petrolíferas do pre-sal, passando por estradas, aeroportos e portos e agora o Banco do Brasil. Uma das mais importantes instituições financeiras do poder público (sociedade de economia mista), criada por D. João VI quando a corte portuguesa fugiu de Napoleão para o Brasil.
O senador Roberto Requião, um dos que ainda conseguem se salvar no PMDB, denunciou da tribuna do Senado, que a presidente assinou, no início de outubro, um decreto abrindo 30% do capital ordinário (ações ordinárias com direito a voto) do Banco do Brasil a grupos externos. É meio caminho andado para a privatização, uma porta escancarada para a entrega de uma empresa vital para o Estado brasileiro.
O governo Dilma, com jargões diversos, repete o governo FHC.
Esse quadro mostra que se existem duas caras da direita, as da esquerda estão nos pequenos partidos e no processo eleitoral brasileiro não têm a mesma voz que os grandes como o PT, que alguns teimam em chamar de Partido dos Trabalhadores.
Todas as principais caras dos principais partidos brasileiros que vão disputar as eleições presidenciais de 2014 são caras da direita. Desde o oportunista governador de Pernambuco (aliado de Santa Marina) Eduardo Campos, passando pelo tucano que tanto pode ser Aécio Neves (ave de vôo rasteiro) ou José Serra (a figura mais ridícula da politica brasileira atualmente), até a presidente Dilma Roussef.
O Brasil hoje vive um dos quadros políticos, no todo, envolvendo Executivo, Legislativo e Judiciário, dos mais confusos. Boa parte dessa responsabilidade cabe a Lula e ao PT, agora a Dilma.
Começa pelo tamanho da presidente, menor que o cargo que ocupa
A direita voa em céu de brigadeiro, navega em mar de almirante, as esquerdas são massacradas pelo tacão das forças policiais.
Um exemplo? Ministros de tribunais superiores são designados pela presidente. Como não assinou a designação de um juiz com mais de 65 anos para um alto tribunal, um ministro do STF, escolhido por ela e comprometido até a alma com a corrupção, Fux, concedeu uma liminar mandando empossar o dito juiz. Substitui a presidente da República, desqualifica o Executivo e fica por isso mesmo.
O ex-governador de São Paulo, José Serra, o atual Geraldo Alckmin e o ex-prefeito da capital, Gilberto Kassab num barril de corrupção que a mídia esconde ou distorce, deitam falação sobre o futuro do País, como essa perspectiva exista na dimensão das aspirações populares.
A sonegação do grupo GLOBO, do banco Itaú e da Natura, atingem a bilhões de reais e permanecem intocáveis. O grupo GLOBO sobrevive de dinheiro público.
VEJA transforma um novo rico, um projeto de conde Chiquinho Scarpa, em capa e em alguém que “agrega no camarote”. Gasta cerca de 50 mil reais por noite. Lorenzo Carvalho, um brasileiro que reside em Portugal, já retrucou. Só na festa de aniversário gastou 927 mil reais.
É uma direita mais real e mais ampla que nunca.
E as jóias da coroa, o patrimônio público, vai para o capital externo. Seja com a nova cara, ou com a velha cara, no fundo é sempre a mesma.
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