Aécio sabe que não é nada além de neto de Tancredo. Que os oito anos de governo em Minas representaram a falência do estado que explode agora nas mãos de um burocrata de quinta categoria Antônio Anastasia.
É réu num processo de caixa dois, que chamam “mensalão mineiro”, desvio de verbas da saúde tendo à frente o deputado Marcus Pestana, atual presidente do partido em Minas e pré-candidato ao governodo estado.
As pesquisas mostram Aécio atrás de Marina da Silva, candidata indicada pelo Banco Itaú e pelo grupo Natura (um dos principais responsáveis pelo desmatamento da Amazônia). A despeito das dificuldades para o registro do seu partido (escrevo antes da decisão do TSE), não vai faltar legenda (no Brasil são alugadas com facilidade) para que seja candidata.
O sonho é uma aliança com Santa Marina Itaú Natura da Silva. E de quebra o governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, montando palanque para disputar as eleições de 2018, fazendo dessas, de 2014, um trampolim.
O dado mais preocupante é que Serra aparece à frente de Aécio em todas as pesquisas de opinião pública, embora se saiba que o ex-governador de São Paulo é especialista em perder eleições presidenciais.
Sua figura já começa a soar e a parecer ridícula diante das pessoas. Está envolvido no escândalo do metrô paulista que bate de longe qualquer outro escândalo recente, exceto a compra do segundo mandato de FHC (teve até cheque pré-datado), desfiada tim tim por tim tim no livro de Palmério Dória sobre o assunto.
Cestos de víboras são comuns em filmes de Holywood e os tucanos são frequentadores assíduos dos porões da Casa Branca, no afã de garantir a venda do que sobrou e a transferência da escritura do Brasil para os Estados Unidos. Se em 1964 tínhamos um Lincoln Gordon, hoje temos um FHC.
É onde Aécio se vira revira para sair intacto e ser o adversário de Dilma nas próximas eleições.
O senador, mesmo remotamente, trabalha com a hipótese de 2018, quando ainda terá, provavelmente, a aparência de galã
Apoio externo já tem. Abre a conferência de um grupo de investidores e empresários norte-americanos no dia 8 de outubro e assegura que vende a PETROBRAS, vende o BANCO DO BRASIL, vende a CAIXA ECONÔMICA e tudo o mais que os norte-americanos desejarem, agora em parceria com Israel no avanço sobre o Brasil, num negócio chamado “choque de gestão”, que no Centro Administrativo que construiu para o governo de Minas está tomado por goteiras.
Nesse cesto uma víbora não tão estranha, o deputado Roberto Freire, espera a definição de José Serra, abriga-o em sua legenda e bagunça de vez o coreto de Aécio.
Nada disso significa que a reeleição de Dilma seja pacífica. A presidente vai enfrentar a forte oposição da mídia de mercado (sob controle de Washington e Tel Aviv), vai enfrentar a decisão sobre o processo do “mensalão” – mentirão – e seu próprio governo, neoliberal com viés populista, mas traz consigo a figura de Lula, ainda imbatível em todos os cantos do Brasil.
No PT o cesto de víboras não é em torno do candidato presidencial, mas dos cargos disponíveis na sua transformação em PSDB do B.
A incógnita Santa Marina do Itaú Natura da Silva vai ficar por conta do Poder Judiciário, neste momento, um dos mais desmoralizados do País, quase no mesmo nível que o Congresso Nacional, mas marchando rapidamente para isso, ainda mais com Joaquim Barbosa na presidência do STF, a suprema corte (assessorado por Gilmar Mendes e seus capangas, que um dia denunciou).
É a víbora amazônica. A suposta fragilidade esconde uma Anaconda.
O dilema de Aécio é esse, ou passa pelo bafômetro das víboras ou morre do próprio veneno. É o cesto tucano de cobras.