É possível que nessa estupidez para diversão, os presentes tenham até torcido ou pela cobra – o inevitável – ou pelo rato, é mínima a possibilidade de um ou outro ter se espantado com a solidariedade entre ratos.
Se os ratos são abjetos, transmissores de doenças, isso é outra história. O fato, no entanto, explica porque ratos da política se solidarizam, mesmo quando têm divergências. É o caso dos tucanos na roubalheira do metrô de São Paulo.
Alckmin detesta Serra, que detesta Aécio e Fernando Henrique se acha acima do bem e do mal, seu maior temor agora é que Joaquim Barbosa assuma seu trono divino junto à mídia que o transformou em “deus”. Uma toca de cobras o PSDB. Os ratos colocados para alimentá-los? Os trabalhadores brasileiros. Sejam pobres ou de classe média.
A presidente Dilma Roussef parece não ter percebido as manobras em curso para transformar seu governo em fiasco (não é preciso muito esforço, é um fiasco) e de fiasco em chances eleitorais para dois candidatos à espera de uma definição dos banqueiros, latifundiários e grande empresários. Marina da Silva, a nova versão de Madre Tereza de Calcutá ao contrário e Aécio Neves, especialista em pó, correndo por fora tanto o governador Alckmin e a OPUS DEI quanto José Serra, que lembra aquele sujeito destrambelhado e alucinado que só enxerga a presidência da República. Colocou-a na cama e dorme, o pouco que dorme, com a faixa presidencial posta sobre o pijama.
Se os trabalhadores brasileiros somos os ratos que alimentamos essa corja, noutra ponta os ratos do dinheiro público são eles. PSDB, Banco Itaú e GLOBO com suas dívidas milionárias junto ao fisco. O xis da questão é que numa metamorfose dessas que ocorrem na natureza e no mundo político, são cobras também.
E como dizia Brizola, o veneno deles “vem de longe”.
Há todo um fio ligando a histeria de Joaquim Barbosa a esse processo politico, pois o presidente do STF acha que de repente os brasileiros irão lhe pedir para ser o candidato da “moralização”, em troca de uma semana no apartamento de Miami.
Como existem setores da direita financiando parte dos movimentos de rua na expectativa de uma situação que costumam chamar de “desordem” e invocar a lei, a Constituição para restabelecer a ordem. Vide violência das PMs em todos os estados, num nível semelhante ou superior ao da ditadura militar, notadamente no Rio e em São Paulo, que repercutem mais.
.Se as redes sociais têm sido fundamentais para denunciar e impulsionar os protestos, se observarmos os comentários em vários sites, Joaquim Barbosa é tratado como “deus”. Se renasce o movimento estudantil à margem de uma UNE pelega (para usar uma expressão da época de Goulart), se começam a reagir os sindicatos e forçam suas centrais à luta, existe um policial que carrega vinte coquetéis molotov em uma mochila para transformar manifestantes pacíficos em “vândalos” e justificar a boçalidade que leva um delegado de Polícia a pedir a retirada da PM da porta de sua delegacia com o argumento de “excessos e provocações”.
Fora de controle outro ninho de cobras.
Do jeito que estamos, com o Brasil sendo absorvido pelos EUA no Plano Grande Colômbia, breve nas telas O PLANETA DOS RATOS. Estrelado pelos tucanos e com Joaquim Barbosa no papel de Rocky o lutador. Ou de Rambo, tanto faz.
Não são mais que cobras peçonhentas.