A CONFISSÃO

Segundo o governador Geraldo Alkmin “não houve cartel só em São Paulo”. Confissão clara e espontânea. Como numa luta de boxe e o governador ao soar do gongo voltou tonto para o seu canto de tanto levar socos. Aí confessou.

A decisão do governo federal foi exatamente a de suspender a concorrência do trem bala para evitar cartel. O PSDB sai da toca e acusa a presidente de adiar a decisão para aproveitar o momento eleitoral ano que vem. Se tivesse feito a licitação com um só concorrente o PSDB diria que Dilma sacramentou um cartel.

É, pressupostamente, um partido de pessoas inteligentes. Parece difícil de acreditar. É possível que a decisão de adotar essa estratégia tenha vindo de Aécio depois da meia noite. Não se trata de gatos pardos, mas zumbis voando em meio a extraterrestres.

As chances de Alkcmin vir a ser o candidato a presidente são nulas, zero. Aécio percebeu que levou a melhor e só um fato político de grande peso pode anular seu favoritismo. O julgamento do desvio de verbas da saúde em Minas, por exemplo. Dele e do deputado Marcus Pestana, que aspira ser candidato a governador.

Foi o seu secretário de Saúde e várias vezes denunciado por crime eleitoral. Compra de votos, troca de ambulâncias por votos, coisas corriqueiras no Brasil.

As preocupações de Aécio com Serra, que mandou sondar suas chances reais, não são tão grandes assim. O ex-governador de São Paulo é uma espécie de candidato piada e depende de um milagre para ter um mínimo de chance. Serra, hoje, é uma figura ridícula na politica brasileira.

O risco real é Marina da Silva. A Idade Média financiada pelo ITAÚ e pela NATURA, arrastando boa parte do empresariado paulista, a turma da FIESP. É risco até para Dilma se a presidente não conseguir reverter o quadro atual, levando em conta que a mídia está louca para entrar de sola na campanha de Marina.

Essa debilidade atual de Dilma significa que a despeito das declarações, Lula está no páreo e pode vir em socorro do seu partido. As pesquisas mostram que vence com facilidade.

A confissão de Alckmin é força de hábito. Confessa-se todos os dias a OPUS DEI e neste momento o papa Francisco está investigando não a ordem, mas o Banco do Vaticano, dirigido por longo período pela organização criminosa.

Deu uma escorregada, achou que os jornalistas fossem padres da OPUS DEI e falou – “não houve cartel só em São Paulo”.

É claro, é uma prática histórica no Brasil, a corrupção em se tratando de obras públicas.

Jogou fora futuros vestidos sonhados por sua esposa, talvez até uma visita a Grã Bretanha e um beijo às mãos da rainha.

Essa gente pensa assim e uma visita ao túmulo do ditador Francisco Franco na Espanha.

Em São Paulo hoje há um grande carência com o término das atividades da DASLU. Essa carência tem causado depressões e D. Lu Alckmin é uma das mais atingidas.

A confissão pode estar encerrando também a perspectiva do governador ser reeleito.

Ao que tudo indica São Paulo, um país vizinho que fala a mesma língua, está voltando à Federação.

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