Os moradores da Região do Centro, na Cidadezinha de Macaé, hoje Noroste Fluminense e Capital Brasileira de Petróleo, ja estavam acostumados com a presença matinal de um jovem nordestino. Esquálido, falhas nos dentes centrais de sua boca, sempre às pressas como se fosse para algum lugar. "AMARELINHO' tinha um olhar cansado, fixado num distante mundo de seu interior humano. Olhar que era dotado de pouco brilho mais que, quando visto em sua profundidade por pessoas puras e de dom espiritual sublimado, deixava-se ver na beleza que levada até a sua alma...
"AMARELINHO" era assim. Atencioso no trato com todos, ganhava pela beleza de sua alma que irradiava gentilezas. Fluia criação, nos toque mágioos das plantas que cultivava gratuitamente no CETEP onde era "bem chegado", tratado como humano e fazia seus trabalhos Voluntários...
Por gostar de ser visto pelo que tinha em sua beleza interior, olhado como ser vivo, por alguém que amainava a sua beleza interior, afeiçoou-se a muitos macaenses e moradores que o tratavam cordialmente.
"AMARELINHO" tinha o dom natural de todo nordestino. Dizia que tinha nascido em Jiquié, cidade perto de Aracajú e morava dentro de um carro abandonado no final do Bairro Miramar, bem atrás de um Barração da PMM. Gostava muito de uma Birita, comum a quem vive e mora assim. Nunca se soube porque veio e como chegou. Sabia-se que era de fino trato, devia ter tido uma criação delicada mais nunca deixou abrir a causa de sua opçao pela solidão das dormidas sem destino matinal...
Angela, minha companheira, sempre trazia do CETEP mudas pequeninas de plamtas que ele dava por saber que ela gostava e morava em local onda podia crescer e florir. A epilepsia, unida as doces de Cachaça, devia dar revertérios em sua cabeça ao ponto de evitar maiores ações de trabalho. Dai porque, mesmo sendo aconselhado a deixar o alcool ele nao o fazia. Por estar sempre ajudando as pessoas no CETEP e lá ser visto com carinho e afeto, AMARELINHO falou que ia fazer o Concurso para a Prefeitura que será no Mês de Fevereiro. Queria ter uma renda, voltar a estudar, dizia até que ia receber uma casinha para morar. Gostava de Marilena e de Guto porque olhavam para ele com o mesmo carinho que Angela.
Ontem soube que este jovem Andarilho que fixou-se em Macaé, tinha falecido. As pessoas do mundo das midias de jornais e blogs não devem se deter em uma morte tão simples e tão anunciada. Preocupam-se, creio eu, com outras mortes, ceifadas no auge do Poder e oom suas heranças a serem divididas e buscadas a ferro e fogo com...
Para mim, talvés passasse despercebidas a morte deste jovem Andarilho não fosse a tristeza que vi no sembrante de Angela ao me falar sobre o fato. A ultima Muda de Flores que ela trouxe plantei e tenho certeza que crescerá. Irá se juntar a outras Amarelas que ele mandou e plantei. Por sinal estão floridas no amarelar como se tivessem homenageando ele...
AMARELINHO, com toda simplicidade de sua curta existência, deixou saudades em muitas pessoas que habitam a Educação em Macaé. Trabalho puro, sem nenhum interesse material sem nenhum pedido, apenas doando sua gentileza, seu trabalho e suas flores...
José Milbs editor de O REBATE