A INTEGRIDADE E A MORAL DE BENTO CAVOUR FAZEM FALTA NOS DIAS DE HOJE:
BENTO CAVOUR FEZ DE SUA VIDA UMA HISTÓRIA BRILHANTE QUE DEIXOU SAUDADES EM MACAÉ E EM QUISSAMÃ
Sendo um dos mais assíduos leitores do nosso O REBATE nos anos de 1967/1976, Bento Cavour Pereira de Almeida, era um personagem alegre e feliz que nos recebia cordial e carinhosamente quando íamos na vizinha cidade. Aquele tempo Quissamã ainda era distrito de Macaé. Bento nasceu no Rio de Janeiro no dia 31 de maio de 1915 e, nos arquivos deste jornal pudemos encontrar e publicar que ele era filho de Antonio Cavour Pereira de Almeida e Francisca Maria Carneiro da Silva.
Antonio Cavour era engenheiro/ferroviário da Companhia Leopoldina Railway, residente em Macaé.Dois anos depois do casamento o ilustre pai de Bento, muda-se para o Rio de Janeiro onde nasceram os filhos e residiram até a morte de Francisca Maria, na ocasião do nascimento do ultimo filho- Bento.
O Dr. Cavour então aceitou o convite dos diretores da Cia. Engenho Central de Quissamã, Visconde de Ururaí, Visconde de Quissamã e Dr. José Ribeiro de Castro e veio gerenciar a Usina que foi a 1ª. Usina de Cana de Açúcar da América do Sul. Isto em 1915.
Em 1920 a usina ficou sob a direção do Dr. José Ribeiro de Castro, que comprara as ações dos outros sócios e Dr. Cavour despediu-se da usina.
Mudou-se, com toda a família, para Petrópolis. Nos conta a linda e inteligente Débora, sua neta que Bento tinha então 5 anos e passou a infância nessa cidade, estudando em colégios particulares e no Colégio S. Vicente de Paulo.
Em 1932, Dr. Cavour mudou-se para o Rio de Janeiro e Bento terminou o curso médio no Colégio Santo Inácio.
Em 1934, Dr. Cavour faleceu e Bento interrompeu o vestibular para Politécnica indo trabalhar no Moinho Inglês. Sempre pensando em Quisamã que era a melhor de suas saudades. Não demorou a voltar.
Ficou durante 5 anos no Moinho Inglês e, em 1940 transferiu-se para Quissamã.
Enquanto morava em Petrópolis e no Rio, Bento visitava a avó materna, Baronesa de Monte do Cedro, na sua Chácara, no centro de Quissamã. Sua história e raízes sempre acompanharam este grande homem que, pela simplicidade era sempre uma ponte afetiva junto à comunidade de Quissamã. Sempre cercado do carinho dos moradores ele criava amizades e afetos que o colocava na condição e no desejo de fixar-se na cidade. Em suas andanças conheceu sua prima Eliana, donde nasceu uma grande afeição e eles se casaram. Aceitou o convite do Edilberto Ribeiro de Castro, Diretor da Usina. Em janeiro de 1940, constando dos anais da história da usina, Bento Cavour reiniciava um longo período de trabalho.
Seu primeiro cargo foi de Caixa, depois Gerente do Departamento do Pessoal e por fim, Gerente do Patrimônio. É muito fácil para os leitores chegar aos moradores de Quissamã e perguntar sobre a passagem de Bento pela comunidade. Um olhar que brilha saudade flui dos que são perguntados e deixam escapar o quanto de felicidade este grande homem deixou junto aos que tiveram o privilégio de com ele conviver.
Casado, ficou morando na Chácara da Baronesa onde nasceram seus 8 filhos. Sofreu com a perda de sua tia Ana Francisca – Pachita – que foi sua 2ª mãe já que tinha ficado órfão com dois dias de vida. Sempre que O REBATE ia a Usina Central de Quissamã, a gente ficava horas a fio conversando com Bento e com o Dr.José Chistiano Ney. Foram destas longas conversas que tiramos estas verdades históricas que hoje colocamos on-line, mundialmente acessado no www.jornalorebate.com
A estória de Macaé e Quissama está intimamente ligada a este grande brasileiro que foi Bento Cavour. Seus filhos são a expressão viva destes relatos que o O REBATE torna público.
Seus netos e bisnetos tinham que conhecer o quanto de honradez este homem soube transmitir a quem teve, como nós de O REBATE, o privilégio de conhecê-lo.
Bento comprou um pequeno apartamento no Rio de Janeiro para acompanhar os estudos de seus filhos.
No Rio ele passou os últimos anos de sua vida e morreu no dia 28 de outubro de 1999, com 84 anos. Não sabemos se Quissamã homenageou este grande homem que dedicou grande parte de sua existência no trato feliz com o POVO simples da localidade. O REBATE faz presente estes relatos que doravante irão integrar a vida deste homem que foi um grande amigo e leitor do nosso jornal.
N.A. Alguns dados deste texto foram passados pela sua neta Débora Cavour que procurou escutar sua avó e é a ela que agradecemos fatos e datas que fugiam ao nosso arquivo.