- Adolpho Peixoto do Valle
MORRE NA REGIÃO DE PETRÓLEO JOSÉ PEIXOTO DO VALLE UMA DAS PESSOAS MAIS SIMPLES E HUMANAS QUE CONHECI EM TODA A MINHA LONGA EXISTÊNCIA
Peixotinho (Tio de Zé Peixoto e Xico Xavier) José Peixoto do Valle, nosso querido "Zé Peixoto" saiu de cena neste fabuloso Palco que é a vida. Iluminador de grandes peças de teatro nos anos 60 e 70, nascido e criado nas empoeiradas travessas e Ruas que levam as pessoas a Imbetiba e ao centro da Velha Macaé dos anos 40, Zé Peixoto é o que se pode afirmar ser ou ter sido um cara iluminada pelos focos inapagáveis (existe isso?) da vida escura em que entramos em saber como e, saímos sem ver para onde vamos... De uma família Kardecista, sobrinho de "Peixotinho" que Materializou no Centro Pedro em Macaé a Irmã Sheilla, cujo desmembramento familiar publíco abaixo deste texto, em lindo momento histórico, de seu irmão carnal Adolpho Peixoto do Valle. Falo irmão carnal por que me coloco, com sua devida autorização pos-morte, como seu irmão... Fomos criados juntos nos bons tempo de uma CIDADE PURA, pinçando a frase de meu velho amigo Paulo Mendes Campos em uma entrevista ao "O REBATE" sobre Macaé. Esta Cidade Pura transfiro totalmente, ao longo destes últimos anos, ao Zé. Ele foi puro, foi anjo, foi homem e soube ser amigo fiel a todos que o cercaram em sua vida de 72 anos. Dedicou uns 30 anos cuidando de seu irmão mais velho Gerônimo Peixoto do Valle e sempre, ao me encontrar, fazia suas frases na 3a pessoa (será que e isso?) quando falava nas saudades de seus outros irmãos que partiram. Falava em Dona Maria José, sua mãe, em Emília, sua doce irmã, em Toninho e Ney Peixoto do Valle. Nele mesmo, já com o peso dos 70 anos, falava pouco... Nos anos 60, quando eu era líder dos Estudantes do Estado do Rio de Janeiro, quando, num estalar de meus dedos, tinha o que queria dos Poderes dos Governos, só não soube pedir cargos, eu viajava muito. Muitos jovens, alguns deles ainda vivos, tive a honra de liderar e, com eles participar de Congressos Estudantis e reuniões em muitos Estados do Brasil. Só não pude ir, em 1962 no Congresso de Rio Grande,n RGS, por que minha amada avó que me criou estava doente e pediu para não ir. O Presidente da UBES, meu querido companheiro DA BAHIA JARBAS SANTANA veio pessoalmente em Macaé trazer as passagens de avião. Não pude ir. Perdi minha Santa Avó, Alice Quintino de Lacerda - Dona Nhasinha - no dia 28de Agosto de 1962, em pleno Congresso da UBES. Cito isso por que o Zé Peixoto iria em minha companhia. Era o meu presente pela sua fidelidade ao meu trabalho de Líder e ser ele, um dos que me incentivaram a pedir ao Governador do Estado Rio de Janeiro, Celso Peçanha, para criar um COLÉGIO ESTADUAL EM MACAÉ. Atendi a ideia de Zé Peixoto e exigi de Celso que transformasse o Colégio Luiz Reid que, era pago e só atendi pessoas mini-ricas, num colégio totalmente grátis. José Peixoto do Valle, do alto se sua simplicidade de menino puro, sempre esteve ao lado das grandes transformações havidas em Macaé nos anos de 1960 e 1970. Ontem, dia 06 de Junho de 2014, no final de uma tarde amena de Outono, ainda com o Sol passando por entre os frondosos Oitís da Pça. Veríssimo de Mello onde a gente brincava, trocava figurinhas do Vasco, do Fluminense e do Flamengo, ele viu ser apagada a Luz que o mantinha ainda por aqui junto aos que ficaram... O Iluminador de Teatro dos então jovens Ricardo Vieira Meirelles, Phydias Barbosa Barreto, Moadyr Votorino, Eisaburo e tantos outros "seus alunos nesta ate bela", viu-se na escuridão da vida e pode então ver a luminosida da Grande Luz que poucos poderão ver nesta partida... Zé Peixoto, se isto pode confortar a Saudade, deve estar levando notícias GRANDE PEIXOTINHO de seu primo Guilber a quem conheci através de Zé... Vai, Grande Zé Peixoto, iluminar o Palco dos Deuses com sua beleza humana. (jose Milbs) TEXTO QUE FIZ SOBRE ESTE AMIGO E QUE TRANSCREVO Pensando em algo puro e nosso. Vou falar de José Peixoto do Valle, o nosso Zé Peixoto. Os talentos de Ricardo, Izaburo, Lincoln e Phidias nasceram das criativas aparições deste grande amigo. Zé Peixoto é uma alma muito além de nosso tempo e dele flui toda a arte de quem tem o privilégio de conviver com ele. Seria uma espécie de “Midas”? Sei lá. Sei apenas que é um ser altamente puro e de espírito evoluído. O teatro de Macaé teve seus primeiros passos iluminados por suas maosmãos. Sua presença marca o inicio do talento, da simplicidade e do companheirismo. Iluminar sua presença em nossos palcos da vida seria uma forma de homenagear um vulto que nunca pensou em si Vvive para servir. Zé merece uma homenagem no palco da vida macaense. Ontem eu fui a cidade, numa dessas obrigatoriedade que somos obrigados a fazer no BB onde recebo minha merreca de aposentado. Vi o José caminhando pela Rua Principal da cidade. Misturados aos trancos e barrancos da cidade que inchou ele nem me percebeu. Veio a minha memória ele andando com seu pai, o velho Peixoto, abraçados nesta mesma rua, revi seu carinho com sua mãe Maria José, sua irmã Emilia, seu afeto fiel ao irmão Jeronimo e o orgulho que tinha dos demais manos. Seu caminhar já o curva na idade que o tempo nao perdoa. Mais ainda é o meu amigo, fiel dos tempos de Federação dos Estudantes e viagns pelas cidades de interior que fizemos juntos. Lá vai ele, cortando gente ali e acolá, como uma velha fecha em busca de um alvo distante e belo... Se algum contemporâneo conheceu uma alma pura, alegre como a de “Zé” me fale. Nunca conheci. A tempos escrevi uma crônica e citei fatos havidos e falei deste alma doce que é José Peixoto do Valle. Recebi de Adolpho, e meu companheiro de lides estudantis, uma carta que a republico para que faça parte da história esquecida de nossa cidade.Ai vai a carta: “Niterói, 06 de setembro de 1996. Prezado Jornalista José Milbs. Hoje li a sua crônica sobre meu irmão José Peixoto do Valle, ou Zé, como é conhecido por seus amigos, e entre eles, se inclui o Jornalista José Milbs desde quando estudante quando o articulista militava na política estudantil. Estas duas almas simples e abnegadas , colocadas lado a lado, Peixotinho e Zé, como pai e filho, em sua coluna “DO COTIDIANO – Peixotinho vive em Zé, seu filho...” em edição do jornal O REBATE”, cometeu equivoco que deve ser esclarecido. Francisco Peixoto Lins, conhecido como Peixotinho, na verdade estava tio de Zé, e não era seu pai. Peixotinho estava nosso tio, porque se tornou irmão de nosso pai, sendo primos entre si, porque forma criados juntos, consideravam-se como irmãos, queriam-se como irmãos, e, ambos tiveram os mesmos pais adotivos. Mais curioso ainda, tinham o mesmo nome Peixoto Lins acrescentados aos seus primeiros nomes. Assim, Raymundo Peixoto Lins, nosso pai – Peixoto ou Peixotão-, Francisco Peixoto Lins, nosso tio – Peixotinho -, este mais conhecido no meio espírita brasileiro por suas extraordinárias faculdades mediúnicas, e aquele mais conhecido na sociedade macaense , onde viveu até seus últimos dias . Ambos foram espíritas. Peixotinho morou em Campos e papai em Macaé. Dai naturalmente o equívoco. Peixotinho, nosso tio, se hospedava na casa de seu irmão Peixotão, quando vinha a Macaé as sessões de tratamento espiritual para os doentes desenganados da ciência médica e que buscavam o socorro do além. Essas reuniões se realizavam no venerável Grupo Espírita Pedro. Macaé ficou associada ao lugar das materializações espíritas, e Peixotinho muito conhecido, não só pelas materializações, como pela singularidade de elas serem luminosas, estas sim, fenômeno raríssimo, que muitos macaenses, campistas e outros tantos brasileiros, tiveram a oportunidade de conviver com essa “invasão organizada” desses espíritos. Macaé, no século XX, com as materialização de Peixotinho, abriu caminho para se consolidar entre os espíritas do Brasil, o aspecto tríplice do Espiritismo: filosofia, ciência e religião, pois a sua finalidade não foi dirigida a ciência: o fenômeno pelo fenômeno, mais foi organizada por amor ao próximo. No século passado,na sua base, essa “invasão organizada”dos espíritos foi dirigida à ciência, e ocorreu num obscuro lugarejo chamado Hydesville, do Estado de Nova York, com as irmãs Fox para a programação do espiritismo no meio cientifico da Europa e Estados Unidos. Parte desse material sobre as materializações se encontram reunidos no livro “Materializações Luminosas”de R.A. Ranieri, em que sobressai o aspecto do fenômeno das materializações, e mais recentemente o professor Humberto Costa Vasconcellos reorganizou este material num livro com o sugestivo título “materialização do amor” como querendo nos dizer que o amor produziu aquelas materializações luminosas. E sobre a fenomenologia das manifestações espíritas , na Europa e nos Estados Unidos, é interessante consultar o livro , “História do espiritismo, do escritor inglês, Arthur Conan Doyle, o criador do Sherlock Homes. Tenho conhecimento que em 1970 foi editado em Londres o livro “The Flyng Cow”, traduzida pelo português como “Força Desconhecida”, de Guy Lyon Playfair, que dedica vinte e duas páginas ao médium Peixotinho. Feitos estes esclarecimentos, agradeço-lhe as referencias carinhosas ao nosso irmão Zé, que trás não só os traços físicos mais fortes como também a hospitalidade e a solidariedade dos cearenses de boa cepa. Atenciosamente. Adolpho Peixoto do Valle...