Meios de comunicação de massa: manipulação da população e dos profissionais da comunicação

Os jornais que lemos pela manhã ao irmos para o trabalho, a revista que lemos em nossas horas de almoço e o jornal que assistimos à noite em nossas casas podem não ser assim tão imparciais e meramente informativos quanto parecem. Se o jornalismo informativo está sumindo e estão surgindo profissionais empacotados em linhas de fábrica, e se transformando em jornalismo industrial, a culpa é de grande parte das universidades (que formam profissionais técnicos, pouco interessados no sentimento e no impacto da notícia), de grande parte do mercado de trabalho (que pasteurizam os profissionais e as notícias, muitas vezes dizendo-lhes o que redigir ou não em determinada matéria), e de grande parte da população (que engole a “azeitona com caroço”, ouve apenas uma metade da história e com isso se dá por informado).


As Universidades

Que a demanda de jornalistas saídos de universidades todos os anos é grande, nós já sabemos. O que não sabemos é como se dá a formação destes jornalistas. Ser jornalista não é apenas uma profissão em que se deve escrever bem, ter um bom conteúdo técnico, e um diploma da “melhor universidade do país” na mão. Ser jornalista é conhecer o ser humano, é ter sentimentos ao escrever ao mesmo tempo com parcialidade. É presenciar os fatos e escrever da maneira como se deram os fatos. É aprender um pouco de tudo e ser curioso o bastante pra sempre continuar aprendendo. Infelizmente, a faculdade não ensina isso. O que alguns professores fazem com a falta deste conteúdo, é incitar seus alunos a pensarem, a aprender e a querer saber. Em compensação, a grande maioria dos docentes das universidades brasileiras, se limitam somente a ensinar o conteúdo técnico de maneira extremamente robótica, fazendo com que seus alunos ajam de maneira recíproca. Com isso, grande parte desta demanda de profissionais que se forma todos os anos, é ruim. Serão (ou já são) profissionais frustrados com a profissão e com o seu trabalho.


O mercado de trabalho
Jornais impressos
Com o aumento da velocidade das informações e dos veículos de comunicação as notícias se tornam pasteurizadas. A maior parte dos grandes jornais faz sua pauta um pelo outro. O que um jornal publica, o outro também publica. As entrevistas quase nunca são exclusivas e os conteúdos das matérias são, muitas vezes, empacotados  e muito parecidos de um jornal para outro.
As capas, fotos e diagramações dos jornais são extremamente parecidas, salvo exceções. As reuniões de pauta são produzidas em cima de materiais de agências de notícias, ou a partir do conteúdo dos outros jornais. A partir daí, o repórter redige a matéria que é enviada ao copidesque que, por sua vez, é responsável pela padronização da matéria para o jornal. É aí que muita coisa se perde, já que o copidesque trabalha dentro da redação e não estava no momento do acontecimento que o jornalista narrou. Em algumas circunstâncias, o jornal diz ao repórter o que deve ser escrito ou não ou o que deve ser perguntado ou não em uma entrevista.
Este tipo de procedimento dentro das grandes redações minimiza o profissional que perde a função de jornalista para mero digitador de notícias produzidas por terceiros que não presenciaram ou cobriram o fato como ele. Da mesma forma, este procedimento é feito dentro de grandes revistas.


Os Telejornais
Este assunto é um pouco mais complexo, pois cada emissora de televisão tem interesses específicos em cada matéria, mas vou tentar generalizar os maiores jornais da televisão brasileira pautando alguns pontos:
•     A notícia é dada, na grande maioria das vezes, de maneira tendenciosa e parcial, sem que isso transpareça diretamente ao telespectador.
•    Em determinadas matérias, nem sempre os dois lados são ouvidos e, se são, as edições cortam determinadas partes de entrevistas ou imagens para que se sobressaia algum dos lados.
•    A televisão perdeu o sentido de comunicar parcialmente, de levar a notícia da maneira que ela é ao telespectador. Ganhou a conotação tendenciosa e conveniente a ela mesma apoiando o que pode favorecê-la.
•    Todos os jornais que são transmitidos no mesmo horário em emissoras diferentes (e concorrentes!) tem a pauta identicamente igual. As notícias são as mesmas e, muitas vezes, as entrevistas e pontos de vista também.


A Manipulação da população
Diante de todo o exposto, podemos dizer que praticamente tudo o que vemos hoje na grande mídia, tanto impressa quanto televisiva, é por nós CONSUMIDA. Estamos diante de uma indústria da comunicação onde lucrar é mais importante do que informar. Claro, que sobreviver e pagar as contas com seu trabalho é unanimidade e assim também o é para os jornalistas e profissionais da notícia. Mas a falta de ética jornalística dos meios de comunicação em massa ultrapassa limites quando entram na casa do leitor ou telespectador e lhe diz no que acreditar e no que pensar. Esta é uma opção que cabe única e exclusivamente ao leitor ou telespectador da notícia. Devemos sim assistir os grandes telejornais, ler as grandes revistas e os jornais de maior circulação. Mas atentem-se sempre ao outro lado da notícia, muitas vezes não veiculado por estas mídias. Atentem-se para aquilo que estas grandes mídias não mostram e que muitas vezes é mais próximo de nossa realidade do que nós mesmos imaginamos. 

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