Com o calor, os insetos saem das tocas. Se por um lado, alguns trazem um colorido especial para a primavera e o verão, como as borboletas, outros causam incomodo e prejuízo às pessoas, seja em casa, no campo ou na praia. Formigas, baratas, mosquitos e cupins são algumas das espécies que mais provocam estragos.
O clima quente e a umidade alta são os responsáveis pela intensa atividade dos insetos nesta época do ano, pois favorecem o desenvolvimento e a reprodução deles. Em áreas litorâneas e rurais, destinos comuns nas férias, a concentração de mosquitos costuma aumentar muito. O uso de repelentes cosméticos é indicado quando a situação está crítica, mas os especialistas advertem que o produto não deve ser utilizado por longos períodos, muito menos no dia-a-dia.
Nos centros, há pessoas que colocam tela protetora nas janelas, o que também não é indicado. O mosquito urbano se cria dentro de casa, por isso, as telas só servem para prendê-lo no interior do imóvel. Uma opção é usar um mosquiteiro apenas para cobrir a cama. Inseticidas em spray ou em pastilhas também podem ajudar no combate. No entanto, os insetos criam resistência ao produto, deve-se variar a marca e usar o mínimo.
A maioria das picadas de pernilongos não fazem mal à saúde, mas vale ressaltar que algumas espécies são vetores de doenças como a Dengue e a Febre Amarela. Portanto, é melhor prevenir! Evite água acumulada em pratos de vasos, pneus, calhas e outros recipientes, e mantenha a caixa d’água bem fechada, esses locais são propícios para a criação e reprodução destes mosquitos.
Outras que também costumam incomodar mais no verão são as formigas. Em casa, um saquinho com cravo-da-índia é uma solução para deixá-las longe dos alimentos. Mas, problema sério é quando há infestação em hospitais, pois aumenta o risco de infecções. As formigas podem entrar em contato com bactérias resistentes aos antibióticos e levá-las para diversos lugares. Olha o perigo!
Entretanto, para grande parte da população, a maior praga da estação quente são as baratas. Asquerosas e tão velhas quanto os dinossauros, elas estão no meio dos homens há séculos. A convivência, é claro, não é nada pacífica, pois são consideradas perigosas à saúde humana, além de nojentas. Atuam como vetores de bactérias, fungos, protozoários, vermes e vírus, sendo responsáveis pela transmissão de várias doenças, principalmente gastroenterites.
Para evitar que entrem em sua casa, siga as dicas: deixar o lixo sempre dentro de sacos plásticos fechados; vedar frestas, rachaduras e vãos que possam servir de abrigo; colocar empecilhos (como sacos de areia) em ralos e encanamentos para evitar a entrada delas; não armazenar caixas de papelão e muito papel junto; não deixar alimento exposto, panelas sujas dentro do forno, sobre o fogão ou dentro da pia; fazer limpeza periódica nos armários da cozinha, forno, despensa, e qualquer local que possa acumular gordura. Essas medidas ajudam a prevenir, mas, caso haja uma infestação, deve-se chamar logo uma empresa de desinsetização.
De acordo com estatísticas da Associação Brasileira do Controle de Vetores e Pragas (ABCVP), o maior nível de infestação residencial por praga é de baratas, com 57%, em seguida está o cupim. Falando nele, é nesta época do ano que acontecem as revoadas. Quem não conhece os famosos mosquitinhos de luz que aparecem quando está quente? Pois é, ao perder a asa e se juntar a um parceiro eles formam um ninho de cupins, e podem ameaçar seus móveis. Na primavera e no verão é muito comum que esses bichinhos invadam sua casa no anoitecer atraídos pela iluminação, por isso, é bom manter as janelas fechadas neste horário.
Mas, voltando às baratas, até mesmo fora de casa elas são um problema, principalmente nos transportes públicos. Milhares de pessoas passam pelos ônibus e sem perceber deixam para trás restos de alimentos. Nas frestas do chão do veículo, os insetos encontram um lugar ideal para se abrigar.
Embora não haja datas específicas para a dedetização em transportes públicos, Lucy Figueiredo, bióloga e diretora da ABCVP, alerta a importância de a empresa de ônibus estar sempre atenta. “Tem que haver inspeção e monitoramento dos veículos, em alguns casos a dedetização tem que ser feita em 15 em 15 dias. O grande erro é que algumas pessoas acham que a dedetização tem que ser feita somente no automóvel, mas não é assim, a garagem e onde os ônibus ficam guardados precisam ser dedetizados também.”, explica.
Com os insetos à solta, é preciso atenção, pois as picadas podem provocar alergias. Mas, existe confusão na hora de identificar uma possível alergia, pois alguns insetos causam reação local em qualquer um, apenas uma irritação na pele. Já a alergia normalmente traz mais sintomas, como coceira em outras partes do corpo e bolhas. Bom, em geral, picadas de vespas, abelhas e formigas em grande quantidade são mais perigosas do que os ataques dos mosquitos. Fique atento para aproveitar o verão da melhor forma e curtir tudo das férias!
* Publicado originalmente no site Saúde.