Um estudo feita por pesquisadores do sul da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que pequenos peixes do norte do Oceano Pacífico estão ingerindo plástico.
De acordo com a publicação, 9% dos peixes capturados durante uma expedição feita em 2008, na Costa Oeste dos Estados Unidos, continham pedaços de plástico em seus estômagos. Com base em evidências, os autores do estudo, Peter Davison e Rebecca Asch, estimam que os peixes que vivem em profundezas intermediária do Pacífico Norte ingerem entre 12 mil e 24 mil toneladas de plástico por ano.
O estudo foi apresentado no final de junho na revista científica Marine Ecology Progress Series e chamou a atenção para os efeitos do lixo que circula através das correntes marítimas. Fizeram parte da pesquisa a Algalita Marine Research Foundation (Fundação de Pesquisa Marinha Algalita) e California Coastal Water Research Project (Projeto de Pesquisa das Águas Costeiras da Califórnia).
De acordo com a pesquisa, cada peixe capturado pelo grupo continha, em média, dois pedaços de plástico. Mas animais de algumas espécies, como os peixes-lanterna, que se alimentam de plânctons, chegaram a engolir 83 peças do material.
Plástico ao longo da cadeia alimentar
Essa espécie de peixe é uma das mais comuns nos oceanos e é fonte de alimentos para outros, como o atum e o dourado. Dessa forma, o plástico ingerido pelos peixes-lanterna acaba sendo transferido para o estômago de outras espécies ao longo da cadeia alimentar. A dúvida dos cientistas agora é se essa substância pode chegar até os seres humanos
“À medida que os pedaços grandes de plástico se fragmentam, eles vão ficando do tamanho e com a textura de um alimento natural”, disse Charles Mooore, fundador da Fundação Algalita e autor do estudo. “O que estamos observando é toda a rede alimentar sendo contaminada pelo plástico”.
Os estudiosos já documentaram os perigos apresentados por esse lixo flutuante para as tartarugas, os pássaros marinhos e os mamíferos que se alimentam desse lixo ou ficam presos nos detritos.
Para realizar o estudo, os pesquisadores das duas instituições avançaram por cerca de 1,6 mil quilômetros da costa, em busca de peixes vivendo em meio às partículas de lixo flutuante numa área do Pacífico conhecida como Eastern Garbage Patch. Eles dissecaram e analisaram os peixes num laboratório em Costa Mesa.
*publicado originalmente no EcoD.
- por Redação EcoD