Almir Narayamoga. Foto: Paiter.org
Almir Narayamoga, líder do povo Surui, de Rondônia, foi o vencedor para América Latina e Caribe; ele conseguiu parcerias com o Banco Mundial e o Google Earth para projetos de proteção da floresta Amazônica.
O líder indígena da tribo Paiter-Surui, de Rondônia, no norte do Brasil, recebe nesta quarta-feira o prêmio Heroi da Floresta. Almir Narayamoga é o vencedor para a América Latina e Caribe, pelo trabalho que tem feito em prol de sua comunidade e da proteção da floresta Amazônica.
A premiação ocorre durante a 10ª sessão do Fórum sobre Florestas das Nações Unidas, em Istambul, na Turquia. Os outros Herois da Floresta são dos Estados Unidos, Ruanda, Tailândia e Turquia.
Projetos
O indígena brasileiro conseguiu negociar com o governo a construção de escolas e postos de saúde para o povo Surui. Com o Banco Mundial, Almir Narayamoga conquistou a reforma de um programa de desenvolvimento, para que grupos indígenas pudessem ser beneficiados.
Em Istambul, o líder indígena explicou a jornalistas que sua comunidade começou a sofrer extinção após o primeiro contato com não-indígenas, em 1968.
Clima
“Meu povo foi reduzido de 5 mil para 292 pessoas. Então quando me tornei, aos 17 anos, líder do povo Surui, eu comecei a diagnosticar como eu poderia buscar soluções (para problemas) enfrentados pelo meu povo. Um instrumento importante é diálogo, consciência, respeito e valor da cultura e da floresta. Não estou dizendo que a floresta tem que ser intocável, mas tem que ser usada com responsabilidade, com respeito e com estratégia.”
Almir Narayamoga lembra que a preservação é importante porque as florestas trazem equilíbrio climático. O líder Surui conseguiu uma parceria com o Google Earth, para que os indígenas aprendessem a usar a tecnologia digital e assim, monitorar e mapear a floresta onde vivem.
O “Heroi da Floresta” também criou um plano de 50 anos, para a conservação em larga escala da Amazônia.
* Publicado originalmente no site Rádio ONU.