Vereadores citam o caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, vítima de acusações injustas na internet, linchada publicamente e que faleceu no hospital, no Guarujá (SP)
No Grande Expediente desta terça-feira, 6, na Câmara de Macaé, a violência foi assunto debatido pelos parlamentares. Um dos assuntos que trouxe a pauta para o plenário, foi o lamentável caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que faleceu no hospital, no Guarujá (SP), após ser vítima de acusações injustas na internet, linchada publicamente, sem se quer poder se defender.
“Esse é um exemplo da importância de termos cautela, da responsabilidade quando comunicamos, quando falamos com as pessoas, quando usamos o microfone. As redes sociais foram usadas para acusá-la, mentirosamente, de sequestrar crianças para rituais de magia negra e ela foi brutalmente assassinada”, disse o vereador Marcel Silvano.
Na ocasião, ele lembrou de um discurso semelhante que fez na semana passada na Câmara, quando criticou a utilização dos meios de comunicação para incitar a violência. “Quis trazer o exemplo dessa jovem para reafirmar essa posição que não podemos definir de forma equivocada os culpados. Nós não podemos de forma irresponsável fazer julgamentos, como tem acontecido”, alertou Marcel.
Segundo ele, a culpada de fato é a sociedade que erra, quando por vingança, reação por instinto e de forma irracional defendendo coça, linchamento, qualquer tipo de violência. “A sociedade não pode continuar com essa lógica que não traz outra saída se não barbárie e morte como dessa cidadã brasileira”, ressaltou Marcel.
Violência em Macaé
Marcel lembrou durante a sessão, que somente no último final de semana, quatro pessoas foram assassinadas em Macaé e que no último mês foram aproximadamente 30 pessoas, praticamente uma por dia. Segundo ele, é uma realidade que os jornais denunciam, e a maioria é jovem.
“Que a gente não permita que a nossa sociedade chegue ao ponto irreversível de linchamentos públicos que temos visto. Justiceiro é criminoso e não queremos que chegue em Macaé o ponto que pessoas sejam linchadas por crime que não cometeram. A justiça é quem deve avaliar. Quero reafirmar que nossa luta é por uma sociedade, uma humanidade que se respeite e que viva, quem sabe um dia, em paz”, concluiu o petista.