Professor Dias fala sobre a luta pela conquista dos laboratórios
Com a participação de representação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), do reitor e vice-reitor da UENF, gerentes da Petrobras, do Centro de Pesquisas e expressivo número de geofísicos, geólogos e geoquímicos, o Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep-Uenf) de Macaé inaugurou, na última terça-feira, três laboratórios de excelência tecnológica, com apoio de recursos da Petrobras: Petrofísica, Modelagem Integrada de Reservatório e Geoquímica do Petróleo.
Eufórico com o evento, o chefe do Lenep, professor Helio Severiano Ribeiro informou que “o Lenep está aqui em Macaé desde 1994, quando cheguei. Nos últimos anos, vendo a necessidade de investir em pesquisas, principalmente com as novas perspectivas decorrentes do pré-sal, a Petrobras, com os recursos das chamadas participações especiais do petróleo vindos dos campos de alta produtividade, passou a investir em instituições acadêmicas credenciadas, como o Lenep, e esses três laboratórios que hoje estamos inaugurando são frutos disso. Várias pesquisas já foram desenvolvidas para a cadeia petrolífera e outras estão em desenvolvimento. A Petrobras sempre foi a grande parceira da UENF, tendo já investido cerca de R$ 35 milhões na Uenf e desse valor R$ 25 milhões aqui em Macaé em obras e em aquisição de equipamentos. Somente com os laboratório foram R$ 7,5 milhões. A resposta que o Lenep dá a esses recursos é que cerca de 70% dos jovens graduados e com mestrados e doutorados estão hoje na Petrobras”. Informa ainda o professor que, além da Petrobras, o Lenep está aberto ao mercado do petróleo, podendo desenvolver trabalhos para outras empresas envolvidas nessa cadeia produtiva”, finalizou o chefe da instituição.
Laboratório de Geofísica ganha o nome de Jorge A. Trigüi
Bastante emocionado, o professor Carlos Alberto Dias chegou a dizer: - “Olha, isto aqui é uma realização muito grande. A gente ter conseguido motar esses laboratórios foi um terceiro grau de dificuldade para chegar nesse ponto. Mesmo para construir este prédio, que foi tão difícil, levamsos dez anos e mais ainda para instalar esses laboratório foram 20 anos. Veja quanta dificuldade. Podemos afirmar que temos hoje aqui um sistema de pesquisa cde primeiro mundo na área de engenharia, geologia e geofísica de petróleo. Confesso, para mim é até dificil acreditar que isso tenha acontecido nesse nível. Passei momentos de apreensão, mas hoje estou em estado de graça. É preciso ver que uma nova realidade neste nosso pais foi criada por uma nova mentalidade e com os investimentos que a Petrobras vem fazendo nas universidades com envolvimento nas pesquisas. E o que é importante dizer, com uma excelente supervisão, coisa que as agências dos governos não sabem ainda fazer. Dão o dinheiro, mas não cobram resultado”. Enaltecendo a importância e o grau de excelência do Lenep na formação de jovens em Macaé, Dias fez questão de citar a primeira colocação que seu ex-aluno, Alexandre Nunes Barreto, em trabalho de doutorado ná área de petróleo, obteve em concurso promovido pela Brasil Offshore, concorrendo com vários candidatos da Unicamp, Usp e Cope. Aliás, essa é a segunda premiação que o Lenep comemora.
SÓ COM DOUTORADO
Sinal do avanço que o Brasil vem alcançado na formação de sua juventude pode ser visto com a Medida Provisória aprovada pelo Senado na última terça-feira (03/09), que passa a exigir do professor universitário formação em nível de doutorado. Quer dizer, não basta mais nem mesmo o título de mestrado, permitido apenas em localidades onde houver grave carência de professor com doutorado. Mesmo assim, para que a vaga seja ocupada por um mestre ou graduado será necessário a fundamentação pelo Conselho Superior da Instituição Federal de Ensino. A matéria vai agora para a sanção da Presidente Dilma Rousseff. No Lenep, todos tem doutorado.
Chefe do Lenep Helio Severiano Ribeiro
Para se avaliar melhor essa evolução, basta lembrar a grande dificuldade que o Brasil teve quando da criação da Petrobras por Getúlio Vargas, em 1954, batendo de frente contra a política americana que dizia não haver petróleo aqui que justificasse tal medida. Foi preciso importar geólogos e técnicos, com altos custos, para tocar a exploração ainda em terra,simplesmente porque não havia para atender suas atividades. Além disso, é bom dizer que o primeiro brasileiro com PhD em Geofísica foi o Professor paraense Carlos Alberto Dias, em 1968, mesmo assim com formação em Berkeley - Estados Unidos.
FOTOS: Laboratório de Geoquímica do Petróleo “Professor Jorge A. Trigüis”. homenagem do Lenep ao grande educador.