A semana rendeu um “salutar” debate sobre se determinada sister pegou ou não o pênis de determinado brother, quando ambos estavam sob o edredon na casa do BBB. A despeito das negativas do brother, das evasivas da sister, é óbvio que qualquer um que aceite as regras de um jogo desses sabe que pegar ou não pegar não é o dilema. Ganhar o jogo vai depender bem mais do que pegar ou deixar de pegar.
A resposta certa é que dois objetos supostamente humanos se prestam a algo que não tem em si absolutamente problema algum num contexto correto. Da forma como é feito ou não, é incentivado, é regra, faz parte do caráter amoral da tevê brasileira, a GLOBO e a RECORDE são as líderes em amoralidade. Uma discute o pegar ou não o pênis, outra o quanto se deve pagar para entrar no paraíso. Não há diferença entre Marinhos e Edir Macedo.
De permeio, correndo por fora, já não tão azarão assim, o do chapéu de vaqueiro. Vende tijolos para a construção de casas no paraíso e em seguida vai lançar a argamassa.
Esse tipo de situação é intrínseco ao capitalismo. É o show, o espetáculo. John Brennan, indicado para ser o diretor da CIA – AGÊNCIA CENTRAL DE INTELIGÊNCIA – disse no Congresso dos EUA que não considera “afogamento simulado” como tortura e vai prosseguir na política de assassinatos seletivos de “inimigos da democracia norte-americana”. É homem do governo Bush, está no governo Obama desde o primeiro momento, o que demonstra que enquanto Bush lia livros de cabeça para baixo, Obama é exímio cervejeiro, pois os donos do poder são outros. A queda de pouco mais de 7 pontos percentuais na audiência do JORNAL NACIONAL em janeiro, comparado com igual período do ano passado, mostra que o Homer Simpson começa a acordar e não tem vontade de colocar fogo no carro para receber o dinheiro do seguro.
Em OS SIMPSONS E A FILOSOFIA, James Lawler mostra a seguinte passagem de um dos episódios da série para retratar o perfil de Homer Simpson, segundo William Bonner, o perfil do telespectador do JORNAL NACIONAL. “Moe quer que Homer destrua seu automóvel para poder receber o dinheiro do seguro. Homer sente uma pressão intensa de Moe, um personagem geralmente egoísta, sempre pensando primeiro em si. Ele é intimidado pela ameaça da língua ferina de Moe e está propenso a ceder à insistência do amigo. Como modelo Moe coloca os interesses e desejos pessoais em primeiro lugar, e não liga para deveres morais conflitantes. Em contrapartida Homer tem um momento de dúvida, no qual se pergunta se está ou não agindo corretamente. Ele consulta sua consciência, que assume a forma de uma imagem mental de Marge, falando com ele. Ridiculamente, Marge lhe diz com determinação: seu dever consiste em destruir o carro de Moe para que possa receber o dinheiro do seguro. Com a consciência satisfeita Homer parte para a ação, com sua característica energia.”
Compra a torradeira, pega no pênis, compra o tijolo, guarda o dinheiro da argamassa e assiste ao JORNAL NACIONAL.
Não tem a menor ideia que o governo do presidente Chávez está ajudando norte-americanos pobre a dispor de meios de calefação em suas casas, isso quando têm casas, pois o preço de mercado nos melhores magazines dos EUA é insuportável e só acessível ou a quem bebe a cerveja de Obama, ou lê os livros preferidos de George Bush.
Não deve ter a menor ideia do que seja afogamento simulado. Assassinato seletivo, nem sabe que rebeldes sírios estão sequestrando meninas nas cidades por onde passam para que possam estuprá-las. O sorriso de Patrícia Poeta, ou o rosto de Ana Maria Braga, ou de Fátima Bernardes, o jeito convincente de William Moe Bonner não mostram esse tipo de situação.
Aí, chega em casa, liga a tevê, toma uma ou duas cervejas, em breve vira um obeso e é descartado na política de combate à obesidade posta em prática pelo governo de Obama.
O pateta perfeito.
A tarefa real dos meios de comunicação no sistema capitalista é exatamente fabricar patetas como Homer Simpson. Chamam isso de “liberdade de expressão” e reagem a qualquer tentativa mínima de fazer aflorar condições de acesso às informações de forma democrática, sem mistificações.
Não há surpresa alguma em Renan Calheiros vir a ser o presidente do Senado em substituição a José Sarney, ou em Joaquim Barbosa virar estrela de primeira grandeza num universo conturbado, onde Aécio Neves vir quente depois do carnaval.
Deve trazer Luciano Huck a tiracolo e ambos guardarem prudente distância de bafômetros, ainda mais agora que medem bem mais que a quantidade de álcool ingerida. Medem outras mágicas.
Eu não sei como não lançaram ainda a vodka Aécio. Insípida, inodora e incolor, mas não é água. E se for está contaminada.
Para fechar, o abraço de confraternização do senador Lindemberg, outrora líder dos caras pintadas, no ex-presidente Fernando Collor. Pegar ou não no pênis no bordel da GLOBO, o BBB, é irrelevante diante de toda essa amoralidade capitalista.
Que o digam os lucros dos principais bancos, inclusive o SANTANDER, quebrado no mundo inteiro, quer dizer quase, pois salva-o não o rum creosotado, mas o Brasil.