NEYMAR - NÃO É BEM ASSIM

A época que vivemos é a dos descartáveis. Os quinze minutos de fama, a célebre frase de Andy Wahrol, via de regra, é produto da mídia. As pessoas vivem com pressa, sob pressão, são induzidas a acreditar no JORNAL NACIONAL e no produto que William Bonner vende, parece nem se importar em serem comparadas a Homer Simpson. Há quem ache graça e se sinta o próprio. Um desejo quase compulsivo de exibir as próprias vísceras.

Neymar pode vir a ser um extraordinário jogador de futebol. Por enquanto é alguém que decide uma ou outra partida, encolhe-se nas outras, mas virou o símbolo preferido do produto futebol, é servido aos brasileiros quatro a cinco vezes por semana.

Como Zico, transformado em super craque, sem ser a sombra, por exemplo, de Zizinho, de Didi, de Gérson, de Ademir da Guia, nem estou citando Pelé ou Garrincha.
Em 1958 não teria vaga na seleção campeã do mundo e nem em 1962. Nas copas que disputou foi um fiasco. No marketing um astro. A vantagem de jogar no Flamengo, a maior torcida do País. E ter junto consigo uma equipe que fez história no futebol do Brasil.

No afã de ser campeão do mundo aceitou resignado o papel de auxiliar técnico na copa do mundo que a seleção foi campeã sob a batuta de Luís Felipe Scolari e sequer era ouvido pela comissão técnica. A cena da partida final é curiosa. Ao levantar-se para comemorar o penta, Felipão olha para o lado e vê Zico. Sem ter o que fazer, no momento de emoção, dá-lhe um abraço. Em seguida volta a ignorá-lo.

Mano Menezes é um bom técnico, não tem o estofo de Zagalo, nem de Parreira, nem de Felipão. Falo de técnicos maiores. Capazes de dirigir uma seleção. Não significa que tenhamos que ganhar todas as copas. Não. Nem por isso Flávio Costa ou Zezé Moreira foram menores. Como grandes foram Feola e Aimoré Moreira. Grandes e humildes. Feola teve o bom senso de escutar Newton Santos e Didi, barrar Mazola e substituí-lo por Vavá. Trocar Dida por Pelé e Joel por Garrincha, percebendo que Dino Sani, que começou como titular, era um globe-trotter da bola e Zito a objetividade que nos faltava.

Amarildo encarnou o espírito de Pelé e virou o Possesso na definição perfeita de Nélson Rodrigues.

Quem disse que Hulck pode ser titular na seleção brasileira? Mano enxerga pequeno, é o que chamam técnico de clube.

Não deve nem saber quem foram Maurinho e Canhoteiro, dois pontas notáveis, um à direita e outro à esquerda, capazes de assombrar o futebol nos dias de hoje.Ou Gino, centro avante do São Paulo, bem melhor que Mazola. E Julinho, que calou o Maracanã quando substituiu Garrincha.

Futebol é jeito, não é força. É um dito antigo. Jorginho perdeu a copa do mundo por bobeira no jogo com a Holanda.

O futebol brasileiro continua sendo o que foi definido por Flávio Costa em 1950 depois da dolorosa derrota para o Uruguai - "o futebol evoluiu da boca do túnel para dentro". Àquela época não havia área técnica e os técnicos ficavam assentados nas escadas do túnel. Evoluiu do túnel para o campo.

José Maria Marins é o presidente da CBF. Não tem a menor diferença em relação a Ricardo Teixeira. Ou talvez até tenha. Teixeira era tudo menos idiota.

A fábrica de "craques" hoje é a mídia. Carlos Alberto Torres ou Djalma Santos dariam um nó em qualquer lateral direito dos que andam por aí. Newton Santos então, na esquerda. E olha que Marcelo é ótimo. E tivemos Júnior.

Neymar pode estar sendo jogado às feras. Celebrado como um deus do futebol virou garoto propaganda de um sem número de produtos.

Quando Evaristo Macedo, ponta esquerda do Flamengo e mais tarde técnico em vários clubes brasileiros, saiu do seu clube para o Barcelona, em pouco tempo foi saudado como um dos grandes do futebol espanhol, numa época que o Real Madrid tinha Puskas e Di Stefano (que segundo alguns jogava tanto quanto Pelé).

Mano "esqueceu" Ramirez, talvez o melhor brasileiro dentre os que atuam na Europa. Não tem time definido até hoje. E talvez nem saiba como fazê-lo. Tenho o palpite que não chega à copa do mundo de 2014.

Ou descobrem ou inventam um outro João Saldanha para dar uma sacudida nessa pasmaceira e nesse marketing deslavado de um ou outro jogador, ou daqui a pouco vamos estar amargando a dor de derrotas que não precisam ser sentidas ou vividas.

E, principalmente, ou arranjam um presidente para a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ou breve José Maria Marins, vice de Paulo Maluf no governo de São Paulo (e ex-governador por seis ou sete meses) vai ter que ser apresentado à bola.

"É isso aqui, ó. É com isso que jogam".

Quer dizer, alguns jogam, outros enganam.

Não adianta ter Itaquerão superfaturado e Hulck se enrolando todo com a bola.

No recém terminado campeonato do Rio de Janeiro o melhor jogador foi Deco. Apontado pela crítica. Tem mais de 34 anos, cogita de encerrar a carreira ano que vem e se o fizer o Fluminense vai ter que correr atrás de alguém capaz de enfiar a bola com a precisão milimétrica do seu meio de campo que chamam de luso/brasileiro.

Falta de jogadores? Nem tanto, mas de técnico com estatura e estofo para dirigir a seleção brasileira.

Acabou a era Parreira, acabou a era Zagalo e ficamos com Mano Menezes. Um bom sujeito, fala com classe nas entrevistas, se veste bem e com apuro, mas o tamanho da bola é de bolinha.

Se prestarmos atenção depois de Romário e Ronaldo (chamado de Fenômeno e com propriedade) o que temos em termos de centro avante é Fred, veterano, mas ainda o bastante para uma copa do mundo (o problema são as contusões).

E um detalhe. Júlio César, não sei se Mano ainda pensa nele, já era. Falo de goleiros. Não entressafra como costumam dizer. É incompetência e mídia. O jogador descartável, o jogador produto.

Hulck fez dois gols e deitou falação. Contra o México tropeçou em si próprio, na bola e toda a falação foi para o espaço.

Ou cuidam de Neymar, jogador de futebol, ou breve, num escaninho qualquer do almoxarifado das coisas passadas a aposentadoria precoce de um excelente jogador, que está virando marca de desodorante.
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