O favorito republicano para a disputa com Barack Obama nas eleições presidenciais deste ano é Mitt Romney. Um empresário que governou o estado de Massassuchets e considera os Estados Unidos uma grande corporação. Em várias oportunidades deu a entender a até usou a expressão “gerenciar”, como sendo função do presidente.
Fidel Castro, em seu primeiro pronunciamento feito este ano, disse que os EUA podem ser governados por um robô que nada mudaria
O último empresário a ocupar a Casa Branca foi Herbert Hoover, embora alguns considerem George Bush como tal. O problema é que Bush foi afastado dos “negócios” da família quando quase levou o grupo à falência.
Lembra uma história atribuída ao pai do senador Benedito Valadares.
Ex-interventor e governador de Minas, formado em Odontologia. Benedito teria tentado a carreira e várias outras sempre sem êxito.O pai o chamou e decretou – “você não dá para nada mesmo, vai ser político”. Foi um dos grandes caciques do antigo PSD. E uma de suas frases memoráveis aconteceu no dia do golpe de 1964, quando um coronel golpista transitando pelo Congresso perguntou a Benedito que horas eram. Benedito na lata – “as que o senhor quiser meu coronel”.
Mitt Romney fez carreira como executivo de uma empresa que comprova outras empresas, essas em dificuldades. Saneava, vale dizer, demitia empregados, cortava vantagens e benefícios e “reerguiam” a tal empresa. Deve ser por isso que tem uma preferência acentuada pela frase “gosto de demitir pessoas”.
O perfil de Romney é esse. Lembra a atividade do ator Richard Gere no filme UMA LINDA MULHER. A diferença é que no filme tudo termina bem. Romney não tem escrúpulos, vê o seu país como uma grande empresa em crise e o “resto” como detalhes do processo capitalista e imperialista.
Hoje disparou críticas contra Obama por negociar com os talibãs no Afeganistão. É fácil. Sabe que os norte-americanos estão sendo surrados, que o equilíbrio no Paquistão é precário desde o assassinato de bin Laden e se eleito vai continuar as negociações ainda que possa dizer o contrário, ou nos primeiro momentos tentar esmagar a rebelião.
As Nações Unidas divulgaram relatório em que mostram cenário de crise mundial, novo período de recessão e entre as más notícias uma previsão de queda pela metade do PIB brasileiro. Não é só conseqüência das privatizações da quadrilha tucana, FHC, Serra e outros. Mas do governo Lula e sua invenção de “capitalismo a brasileira”, como se isso fosse possível.
É claro que há exagero nas previsões da ONU em relação ao Brasil. Mas continuamos a ser um entreposto do capital estrangeiro. Volátil, especulador e que no fim das contas só saqueia por conta dos altos juros pagos pelo Brasil.
O milagre Lula ruiu. As lágrimas choradas pelo petista eram falsas. Das receitas orçamentárias 49% vão para o pagamento da dívida pública.
Mitt Romney vê a América Latina como um quintal dos EUA. Velha visão dos norte-americanos. Vai assestar baterias contra governos de esquerda na região, mais que Obama já faz, até porque seus métodos são os de empresário de grandes corporações e essas se regem pela ética do “nada pessoal só negócios”.
São máfias.
No caso dele existe o pessoal. Considera que fora dos EUA e de Israel não existem seres humanos mas animais.
A perspectiva de um novo Bush é desastrada. Acelera o processo de crise do capitalismo, mas no fim das contas pesam as cinco mil ogivas nucleares capazes de destruir o planeta cem vezes. E ainda mais num mundo onde a Europa assume características de leite em pó instantâneo. Está se dissolvendo sem bater.
A soma desses fatos deve acelerar os preparativos para uma nova guerra. Essa contra o Irã. Obama vai tentar não cair na armadilha que montaram contra Carter e acabou elegendo um zumbi. Ronald Reagan.
No final das contas os bancos, as grandes corporações norte-americanas vão colocar os prós e contras, em função de seus interesses, na balança e decidir quem deve receber mais recursos para vencer as eleições. Se o estilo tresloucado de Mitt Romney aumentar durante o processo eleitoral o republicano se arrebenta antes do tempo.
A sorte de Obama, pelo menos até agora, é essa. O fato de não ser nada, de se moldar a qualquer situação, faz do atual presidente o favorito para as eleições de novembro. Mesmo quando deputados republicanos o consideram “socialista” e alguns mais radicais enxerguem nele um “perigoso líder muçulmano disfarçado”.
O cidadão médio dos EUA tem desse negócio. A imensa e esmagadora maioria da população não tem a menor idéia de onde é o norte e se a CNN e a FOX não explicarem direitinho que o trânsito em Miami está engarrafado, um dá a louca entra numa escola e mata dez porque a professora não entendeu suas respostas na prova de história.
Uai! A Nicarágua não fica na Ásia? E tome bala.
Qualquer que seja o resultado das eleições nos EUA, por aqui continuaremos à mercê do capitalismo. E da GLOBO com a edição anual do BBB, agora com direito a estupro.
Tenho, no entanto, a impressão, que a cada manhã quando vai se vestir e sair em campanha, Mitt Romney olha a foto de Sarah Palin num altar em sua casa, aquela com pose sensual e as pernas de fora e pede que a deusa o inspire na busca dos códigos do arsenal de ogivas nucleares que demite o mundo inteiro.