EUA e Canadá são os grandes beneficiários do acordo. O México, apesar do aumento do PIB (Produto Interno Bruto, medida capitalista para o suposto crescimento econômico de um país) perdeu sua identidade nacional e viu aumentar de forma assustadora o desemprego, a pobreza, transformou-se numa espécie dos negócios sujos dos EUA e do Canadá.
Se no século XIX boa parte do território mexicano foi tomada pelos norte-americanos (Texas e Califórnia por exemplo), a totalidade do México foi conquistada sem que um único tiro fosse disparado. Bastou um green card para as elites políticas e econômicas mexicanas e algum dinheiro em contas em paraíso fiscais.
Proteger, por exemplo, patentes, significava e continua significando que os mexicanos não podem investir naquilo que os norte-americanos e canadenses já produzem. A disparidade entre os três países é de tal ordem que o México é uma espécie de lata de lixo dos dois parceiros mais fortes.
Uma das conseqüências visíveis do NAFTA é o muro que separa os EUA do México na fronteira entre os dois países. Norte-americanos têm acesso livre ao país de Zapata, mexicanos não. São caçados por animais tanto pelo FBI, pela polícia de fronteira, como por organizações fascistas dos EUA que atuam contra imigrantes.
Um exemplo claro disso é o das GRANJAS CARROL. A empresa de capital norte-americano foi expulsa de dois estados dos EUA por poluir o ambiente, alojou-se numa parte do México, poluiu de tal forma que por ali nasceu a gripe suína.
Boa parte do lixo nuclear dos EUA é depositado em território mexicano. Uma prefeitura que reagiu a essa atitude acabou condenada a indenizar a empresa encarregada desses serviços com base no tratado. A decisão, pelos termos do acordo, foi tomada por uma corte de New York.
Em sua campanha eleitoral o candidato democrata Barack Obama, nascido no Hawai, com peregrinação pelo mundo africano quando jovem, primeiro presidente supostamente negro dos EUA, prometeu mudanças na legislação de seu país sobre imigrantes com o sentido de obter o voto dos eleitores latinos.
Republicanos, defensores da pureza racial e da supremacia branca, foram contrários.
Presidente da República (de brincadeirinha, não controla nem o salão oval da Casa Branca), Obama anuncia como um dos grandes feitos de seu governo o recorde em deportação de imigrantes ilegais, mexicanos principalmente. Supera o governo de seu antecessor George Bush e ainda assim é alvo de crítica de republicanos que querem os EUA branco e mais rigor no controle dos chamados "ilegais".
Os chamados ganhos econômicos dos EUA e do Canadá superam de longe a exclusão social imposta aos mexicanos.
No último ano fiscal dos EUA (terminou em setembro) mais de 392 mil imigrantes foram deportados. Número superiores aos de 2009 (389 mil) e aos de 2008 (369), números maiores que os do governo Bush.
Obama aumentou a fiscalização sobre empresas que empregam ilegais (pagam salários mais baixos e ficam livres de impostos).
A justificativa do Departamento de Imigração é que a maior parte dos deportados eram criminosos em seus países de origem e muitos deles acusados de crimes graves como assassinatos e estupros.
Dividida, a sociedade norte-americana quer, de um lado, uma revisão na lei para facilitar a entrada de imigrantes (há carência de mão de obra em determinados setores da produção) e republicanos e que tais querem um maior rigor.
É mais ou menos o seguinte, a classe média quer escravos para trabalhos domésticos e republicanos sonham ainda com a volta da escravidão em tempos anteriores ao da Guerra da Secessão.
Um dado interessante é que com a proximidade dos EUA com a Colômbia, principal colônia na América do Sul, a rigor a ocupação daquele país, aumentou o número de colombianos que foram para os EUA e cuja principal atividade é o tráfico de drogas. O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, amigo de Bush e Obama, foi apontado pelo Departamento antidrogas do governo de Washington, como ligado ao tráfico e eleito pelo tráfico nos dois mandatos que exerceu.
Isso, para propósitos maiores, objetivos mais proeminentes, é irrelevante para os EUA.
A promessa de mudar a lei para permitir melhores condições aos mexicanos, principalmente, Obama deixou de lado assim que terminou a contagem de votos e se viu eleito. Virou branco e mandou soltar os cachorros, literalmente. A fronteira com o México entre forças policiais tem também "forças caninas", especializadas em farejar mexicanos.
No estado do Arizona uma lei estadual torna crime a presença dos chamados imigrantes ilegais, a despeito dos protestos da comunidade latina e hispânica que atribui caráter discriminatório à medida. Vários outros estados cogitam de adotar legislação semelhante.
Não vai demorar muito e um Billy Graham da vida vai sugerir que o adultério seja crime também.
Segundo os cálculos de organizações de defesa dos imigrantes existem pelo menos 12 milhões desses esperando a legalização. No governo Bush, quando se tornaram necessários os "bucha de canhão" para as guerras do Iraque e do Afeganistão, o presidente determinou que os "ilegais" que se alistassem voluntariamente para aquelas guerras seriam legalizados. Os que conseguiram voltar.
Essa xenofobia aumenta também em países da Europa.
Certa feita fazendo uma palestra numa cidade mineira o bispo D. Thomas Balduíno (uma das exceções dentro da Igreja Católica em matéria de sacerdócio responsável, humilde, digno), perguntado sobre a formação das elites daquela cidade, respondeu assim, nas barbas dessa elite - "as elites de Juiz de Fora são produto de grandes incestos -.
Estava se referindo ao poder econômico. Essas chamadas elites tradicionais, com títulos de barões, comendadores, etc, já nem existem mais em sua quase totalidade. Foram engolidas por emergentes políticos e econômicos.
O escritor Pedro Nava já havia sugerido com todas as letras essa prática das elites. Era nascido na cidade.
EUA, Canadá e Europa (alguns países) marcham para situações semelhantes.
Mas bem mais que o preconceito e o caráter imperialista das políticas norte-americanas para o México, América Central, do Sul, África e países do Oriente Médio e alguns da Ásia, além da colonização da Europa, o que se percebe é que nos antolhos das políticas dos EUA, o império vive de fato o seu declínio.
A idéia de supremacia branca não morreu. Está forte e viva na empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Pode-se acrescentar racismo sem qualquer medo de erro.