INTOLERÂNCIA RELIGIOSA – ROBINHO É UM BOCÓ

Alastra-se pelo País afora um vírus perigoso e letal para a liberdade. O fundamentalismo religioso a partir de igrejas neopentecostais e justo num momento que a Igreja Católica se desmorona num amontoado de crimes e num papado eivado de equívocos – a começar do próprio papa –.

Sexta-feira santa o jogador Robinho e outros do Santos Futebol Clube instigaram companheiros de equipe a não entrar numa casa de amparo a crianças sob a alegação que a entidade era mantida por um Centro Espírita. Jornalistas presentes testemunharam Robinho falando em “casa que tem macumba”.
 
Robinho é só um bocó que sabe jogar futebol, mas não tem um pinto de caráter e enlameia as tradições de um clube tradicional (já teve Ulisses Guimarães como presidente), manifestando um preconceito do qual muitas vezes se queixou por ser negro e ter sido pobre.
 
Deve imaginar que virou branco agora que é rico. Não entendeu nada de nada e nem vai entender, pois foi cooptado pela quadrilha neopentecostal. Não é necessariamente um conjunto de muitas seitas, mas uma ação política deliberada e com propósitos claros de poder no Brasil e em países da América Latina, África, Ásia e que no dizer do quadrilheiro Edir Macedo pretende chegar aos países muçulmanos.
 
É um dos muitos “atletas de Deus” que fanatizado (é fácil fanatizar idiotas) não percebe o valor e o sentido do ecumenismo na sua essência. Transcende ao respeito, supera limitações estúpidas de pretensão da verdade absoluta, a religiões e se esconde na mediocridade e na infelicidade de não ser ninguém.
 
O futebol corre o risco, vem correndo faz tempo, tanto que manifestações dessa natureza – religiosas – foram proibidas dentro de campo, de vir a ser permeado por essa hipocrisia gerada a partir de quadrilhas travestidas de “emissários divinos”.
 
De repente você pode achar que minha crítica seja em si um preconceito contra neopentecostais. Não. Conheço pastores decentes. Mas a projetos políticos de grupos que se estendem a vários setores da sociedade dita organizada, inclusive através de um partido próprio, traz em si o germe da barbárie que se esconde no fanatismo.
 
E Robinho nem tão bom jogador assim é, nem tão sério ou responsável. Usou de artimanhas e artifícios para fugir do contrato com um clube inglês a pretexto de justificar uma péssima fase em sua carreira.
 
Como pessoa é só um bocó, um preconceituoso.
 
Não deve vestir a camisa da seleção brasileira. Não tem estatura para tanto.
 
Toda a sorte de preconceitos tem sido ressuscitados por grupos religiosos radicais. Ocupam canais de tevê, emissoras de rádio, se valem de cooptar figuras desprezíveis como o jogador Robinho (e outros), pregam a intolerância, como o episódio de sexta-feira santa. Ofendem e depreciam religiões outras. Atiram-se contra homossexuais e lésbicas – há inúmeros casos de pastores que molestam “fiéis, nem sempre em busca de dinheiro, mas de outras coisas também –.
 
Ser católico, por exemplo, é um direito legítimo consagrado em Constituição, mais que isso, questão de foro íntimo de cada um, ser ou não ser, ser espírita, umbandista, mas o preconceito, de onde quer que venha, a intolerância, o cinismo e o deboche são inaceitáveis, são crimes e ameaçam lançar o Brasil numa Idade Média e num prazo curto que, sem dúvida nenhuma, trará momentos de luta religiosa.
 
No Rio, hordas de fanáticos neopentecostais têm molestado e agredido umbandistas principalmente. Não diferem dos caras que assaltaram uma trabalhadora para roubar dinheiro e comprar drogas. Esse tipo de fanatismo é uma droga tão letal como cocaína ou crack.
 
Na verdade encobre apenas projetos políticos de gente como Edir Macedo, os pastores da Renascer, quadrilhas transformadas em “igrejas”.
 
A meu juízo a atitude de Robinho e dos jogadores dos Santos, a maioria deles, os exclui de vestir a camisa da seleção brasileira que, em síntese, gostando ou não de futebol, representa o esporte preferido dos brasileiros que não questionam se o futebol de Robinho é pentecostal ou não.
 
E mesmo se achando um Garrincha da vida (que nunca conseguirá ser, é um bocó. Um mau caráter) é um dos muitos e lamentáveis equívocos do futebol.
 
Não há nada que justifique a convocação de Robinho para a Copa do Mundo. Futebol por si só não é suficiente. É preciso ter grandeza, o mínimo. Ele não tem nenhuma.
 
Felizes os que estão abrigados na instituição espírita que Robinho não quis deixar seus companheiros visitarem. Deixaram de receber a influência de uma presença negativa em todos os sentidos.
 
Um episódio isolado? A marcha fanática dessas hordas é muito mais perigosa que se imagina. O Estado do Rio já foi vítima, por oito anos, dos saques do casal Garotinho.
 
E nem se trata de proibir um culto, uma fé. Mas de prender os bandidos que se valem do direito de ter fé, para propósitos e objetivos outros.
 
E esse não é o caso de Robinho. Robinho é só um infeliz, um bocó.Um pau mandado. Mas tem que ser punido. 
 
Cabe a CBF – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL – tomar a atitude necessária para que esse marginal do futebol seja excluído da seleção brasileira.                   

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