No golpe militar em julho deste ano que depôs o presidente constitucional de Honduras Manuel Zelaya foi decisiva a contribuição da cúpula da Igreja Católica para que militares, empresários, banqueiros e latifundiários tomassem o poder e praticassem, continuem a praticar, toda a sorte de violência costumeira dos regimes totalitários.
Na Espanha de Franco, o ditador fascista, a OPUS DEI era presença decisiva e o próprio governante integrava a ordem.
A escolha do cardeal polonês Karol Woitjla como papa, João Paulo II, marcou a ascensão da OPUS DEI ao centro do Vaticano e de lá para cá todos os setores progressistas da Igreja Católica foram sendo desmontados e perseguidos como na Inquisição. O ápice desse caráter fascista da ordem e da própria Igreja desde João Paulo II se acentua agora no papado de extrema-direita do ex integrante da juventude hitlerista, o cardeal Ratzinger, chamado Bento XVI.
O presidente “eleito” de Honduras é integrante da OPUS DEI. No Brasil, o ex-governador de São Paulo José Maria de Alckimin é um dos membros da organização.
Com conceitos tradicionais e toda a estrutura de uma sociedade secreta a OPUS DEI é na prática ou uma das principais máfias a atuarem no mundo capitalista, ou uma organização terrorista católica, hoje controlada pelos grandes grupos empresariais e financeiros dos EUA, ou as duas coisas ao mesmo tempo. O seu reconhecimento oficial aconteceu exatamente no papado de João Paulo II.
O célebre cardeal Marcinkus, braço direito de João Paulo II era ligado à máfia, teve prisão preventiva decretada por fraudes financeiras e associação a organizações criminosas e foi o principal responsável pelo desmonte da Teologia da Libertação ao lado de Ratzinger, também braço direito (João Paulo II não tinha braço esquerdo).
O avanço da OPUS DEI se dá através da cúpula da Igreja Romana e curiosamente, ao mesmo tempo que esvazia a essa Igreja (a que mais perde fiéis em todo o mundo) ganha mais poder por se juntar em torno de integrantes das elites políticas e econômicas em suas peregrinações nazi/fascistas.
O que antes era visto com certa desconfiança, sob as bênçãos de João Paulo II, um dos maiores produtos de marketing dos últimos tempos, ganhou ares e reconhecimento oficial.
A recente decisão do bispo de Mariana, tradicional centro católico no Brasil, de proibir um jornal diocesano de publicar críticas ao governador Aécio Pirlimpimpim Neves é um exemplo dessa guinada à direita da cúpula católica e que entre coisas, perseguiu um dos maiores teólogos do mundo, Leonardo Boff.
A OPUS DEI não controla necessariamente cada um dos grupos fundamentalistas da igreja Católica, mas estando no centro de decisões, o papa é integrante da ordem, influi sobre todo o conjunto. A chamada Renovação Carismática é um apêndice montado para retirar os jovens, principalmente, da influência de padres, bispos e mesmo cardeais ligados à Teologia da Libertação. Não é nada mais que uma versão católica do neopentecostalismo de figuras como Edir Macedo. Um dos seus principais astros no Brasil é Marcelo Rossi, dublê de padre, cantor, apresentador de shows e alienador (cada um tem o Bonner que merece).
As duas recentes participações em operações golpistas na América Latina, onde se concentra uma grande população católica, Venezuela e Honduras, a tentativa de eleger, em 2006, Geraldo Alckimin (notório corrupto e envolvido em várias denúncias nesse sentido), deve servir de alerta para o retorno da Igreja Católica opressora, fascista como nos melhores tempos da Inquisição.
A diferença está no fato que os Inquisidores são substituídos por militares golpistas a soldo dos EUA e todo o conjunto de interesses desse grande império (hoje é o principal acionista do Vaticano, além de maior credor da cidade/estado católico). No Brasil a OPUS DEI, mesmo apresentando um ou outro “trabalhador” como integrante, sustenta-se nos grandes banqueiros, latifundiários e empresários. O Centro da OPUS DEI em nosso País é na cidade de São Paulo, mais precisamente, no complexo predador FIESP/DASLU.
A Igreja Católica Apostólica Romana mais que nunca hoje é uma monarquia absoluta e totalitária a partir do Vaticano (existem resistentes a essa barbárie e esse terrorismo), como nos velhos e supostamente passados tempos da Idade Média.
Não se espantem se Bento VXI numa visão qualquer decidir que a Terra é plana e o centro do Universo, que toda a ciência e qualquer outra fé é ficção. Nunca chegou ao Renascimento, no máximo às cervejarias de Munique para admirar Hitler e agora à Cervejaria Casa Branca para reverenciar Barack Obama.
As câmaras de tortura da Inquisição foram transferidas para quartéis e prisões militares como Guantánamo ou bases instaladas pelo mundo inteiro, a de Honduras, onde com Pepe Lobo assume o governo e o controle do país. E tudo com a bênção do papa.
Há um episódio que serve para ilustrar o papel de batedor (aquele que chega à frente para avaliar o inimigo) de João Paulo II. Quando de sua visita a Cuba o Vaticano bateu o pé, não queria a solenidade no aeroporto de Havana, mas no centro da capital. O governo cubano exigiu e impôs o ato no aeroporto e ali Fidel Castro desarmou o golpe montado em Washington ao dizer que “milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo hoje e nenhuma delas é cubana”.
A despeito de todo o mau caratismo de João Paulo II e de toda subserviência ao império, não havia o que falar e sua visita se limitou aos adeusinhos, bênçãos e coisas assim. Para João Paulo II nunca importaram as milhões de crianças que pudessem estar dormindo no chão, nas ruas do mundo, mas as operações “salvadoras” do cardeal mafioso Marcinkus e o desmonte da Teologia da Libertação.
Castro cobriu de constrangimento o golpismo de João Paulo II.
O assassinato do arcebispo de El Salvador, progressista, por exemplo, crime praticado pela extrema-direita sob batuta da organização terrorista OPUS DEI, teve como conseqüência protestos formais e ficou do mesmo tamanho. A morte do arcebispo interessava aos EUA, foi um alívio para o Vaticano.
O Brasil foi um dos alvos principais de João Paulo II, pois aqui estavam figuras de destaque na Teologia de Libertação, como os cardeais Paulo Evaristo Arns, os irmãos Lorscheider, Dom Hélder Câmara, bispos do porte de Pedro Casaldáliga, Thomas Balduíno e tantos outros, inclusive o arcebispo anterior de Mariana, Dom Luciano Mendes de Almeida, além de vários sacerdotes diametralmente opostos ao que representa o showman Marcelo Rossi.
Hoje vivem em constante vigilância, muitos perseguidos ou isolados dentro da Igreja no processo de retorno ao período da Inquisição.
Quando da visita do fuhrer Bento XVI ao Brasil, por época da CELAM (CONFERÊNCIA EPISCOPAL LATINO/AMERICANA), o documento final, cuja tradução foi revista por um cardeal da nova ordem fascista católica, várias conquistas foram suprimidas com a desculpa de diferença entre um e outro idioma.
A OPUS DEI é só uma organização católica e terrorista e real o avanço do terrorismo católico sobre a classe trabalhadora (cidade e campo) em todo o mundo, mas principalmente na América Latina e na África. Entre Bento XVI e Edir Macedo a diferença está na fantasia com que se apresentam em público. O papa insiste em aparecer coroado, Macedo com sacos de dinheiro.
São iguais e servem ao mesmo senhor que certamente não é o Senhor que se escreve com letra maiúscula.
A OPUS DEI é uma prelazia pessoal formada por leigos, casados ou solteiros, e sacerdotes, foi reconhecida como prelatura pessoal por João Paulo II em 28 de novembro de 1982. Foi fundada por Josemaría Escrivã de Balaguer, em 2 de outubro de 1928 e fundamental na vitória dos fascistas na Espanha de Franco.
Balaguer foi substituído pelo bispo Dom Álvaro del Portillo e seu falecimento inesperado levou ao comando da organização terrorista Monsenhor Javier Echevarría Rodriguez. O comando é vitalício e o atual dirigente máximo foi sagrado bispo por João Paulo II em janeiro de 1995.
A mortificação, ou auto flagelação é uma das características impostas pela organização terrorista/católica, embora seus principais dirigentes falem em “sacrifícios corporais moderados”.
O centro de poder da OPUS DEI, hoje, está nos Estados Unidos.
Não poucos sacerdotes e estudiosos atribuem a OPUS DEI aspectos cruéis e perversos na luta pelo controle da cúpula católica, além da prática de atrocidades, fatos sempre desmentidos, mas nunca explicados por seus dirigentes. As críticas acabaram por impor a canonização de Josemaría Escrivá, como forma de atenuar a imagem da organização católica/terrorista.
O livro O CÓDIGO DA VINCI, transformado em filme, mostra a forma de agir da OPUS DEI. Métodos violentos para alcançarem seus objetivos e o comando da Igreja. O jornalista Cadu Silveira, em seu livro HISTÓRIA VIVA, maio de 2006, atribui a OPUS DEI ligações com regimes autoritários e elites conservadoras. É uma realidade perceptível nas tentativas de golpes militares na Venezuela (fracassado, abril de 2002) e na deposição do presidente Manuel Zelaya em Honduras. O presidente recém “eleito”, em pleito sob controle das armas e intimidações e prisões de opositores, além de abstenção superior a 69% do eleitorado, é integrante da organização.
Vai ver a culpa é do Irã, ou dos palestinos, pode até ser do MST e tudo deve ser complô de Chávez. Já Obama, vai mandar, em nome da cristandade, mais 30 mil soldados ao Afeganistão para “completar o serviço”.
As comemorações serão na Cervejaria Casa Branca. Qualquer comemoração em uma cervejaria qualquer de Munique despertaria maiores suspeitas sobre o caráter terrorista da OPUS DEI.