E muito menos sobre a visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil em novembro próximo. Na cabeça da secretária o Brasil não conta como país ocidental.
Hilary Clinton está preocupada com a “corrida armamentista” na América Latina e enxerga focos de futuros conflitos em toda essa parte do mundo. A secretária de Estado não vê sentido nas forças armadas de países latino-americanos se equiparem e sofisticarem seus arsenais. Entende que os EUA podem cuidar da segurança de cada um desses países.
E, em contrapartida, submissão total a Washington. Essa proposta curiosamente veio de outro Clinton, o marido Bil. Quando presidente da república propôs a FHC então presidente do Brasil que as forças armadas dos dois países se fundissem para garantia da “democracia”. FHC não foi contra a idéia, lógico, mas recomendou que o assunto viesse a ser discutido mais à frente. Temia reações dos militares brasileiros.
Para Hilary a grande fonte de preocupação são os generais de países latinos. Existem as chamadas áreas de tensão e generais, como enxerga a secretária têm a mania da guerra. Caso de Leopoldo Galtieri na aventura para tentar libertar as ilhas Malvinas do domínio inglês. Costumam custar caro e às vezes se transformam em ditadores fanfarrões como o foram Stroessner, Pinochet, Trujillo, Batista e outros.
A forma como Hilary Clinton enxerga o que chama de “corrida armamentista” está exposta de forma clara em
www.coha.org/south-america-and-its-likelihood-of-a-season-of-splendid-little-wars-an-analysis-of-arms-races-and-regional-geopolitics/
Fica transparente nesse documento que os norte-americanos não querem os países latino-americanos capazes de se defender de eventuais agressores, o maior deles, em potencial, os Estados Unidos.
Sete bases militares na Colômbia a pretexto de combater o narcotráfico e sustentar um governo de um traficante. Não há contradição nisso, apenas deixam cair a máscara imperialista da hipocrisia capitalista.
Há uma guerra global pelo controle das principais fontes energéticas no mundo e posições geopolíticas que assegurem o controle do planeta pelo império norte-americano.
A ofensiva hoje se dá tanto do ponto de vista militar, como aconteceu no Iraque, acontece no Afeganistão e muitas delas antes, ou se dá pelo controle de governos (caso de FHC no Brasil e da aposta em José Jânio Serra). Pelo controle da mídia, setores estratégicos da economia, enfim, a exportação do american way life com grife de Hollywood para facilitar a penetração.
Os EUA hoje agem em sintonia com o estado terrorista de Israel. Para além das barbáries cometidas contra palestinos, dos saques, estupros de mulheres palestinas, assassinatos, torturas, Israel executa os chamados serviços sujos da “inteligência” norte-americana, mesmo porque, grupos sionistas são os principais acionistas da Cervejaria Casa Branca.
A presença do MOSSAD, esquadrão terrorista de Israel pode ser compreendida em
http://arlequinhn.blogspot.com/2009/10/no-es-casual-la-presencia-del-mossad-en.html
O golpe militar que derrubou o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, saiu de Washington. O referendo que o presidente pretendia realizar não tratava de reeleição. Zelaya queria saber do povo hondurenho se deseja ou não uma nova constituição. Foi o pretexto. O presidente vinha tomando medidas consideradas contrárias aos interesses dos EUA. E principalmente das elites do seu país. Aumento de salário mínino, saúde e educação com acesso a todos os cidadãos e iniciava passos na direção de uma reforma agrária.
Zelaya se aproximou de Hugo Chávez, Venezuela e, para Hilary Clinton e o stablishment norte-americano, isso é intolerável. A América Latina é quintal dos Estados Unidos. A idéia que governos identificados com as aspirações de seus povos e que sejam capazes de promover a integração política e econômica dessa parte do mundo não é aceita pelos norte-americanos, sejam eles republicanos ou democratas.
Desde o fim da União Soviética que os sucessivos presidentes dos EUA cultivam políticas de um grande bloco econômico unindo todas as Américas. Reagan apostou tudo na derrubada de Ortega na Nicarágua, interveio em Granada, submeteu governos e promoveu uma onda neoliberal em países de extrema importância como o Brasil e a Argentina (com a cumplicidade de presidentes comprados).
A ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas) foi definida por Colin Powell, general e secretário de Estado do primeiro mandato de George Bush filho, como “um mercado de um trilhão de dólares”. Para esse projeto o Brasil é de capital importância. Nixon foi claro ao dizer que “para onde se inclinar o Brasil se inclinará a América Latina”, ainda em plena guerra fria e com países como o nosso submetidos a ditaduras militares implantadas e centralizadas em Washington. Os tais militares patriotas.
A eleição de Lula (malgrado o seu equilibrismo, bem menor neste final de governo), a presença de Chávez, Evo Morales, Rafael Corrêa, Fernando Lugo, os incômodos causados por Cristina Kirchnner e os governos da Nicarágua e El Salvador na América Central, além da presença de Cuba há cinqüenta anos, tudo isso e mais alguma coisa transformou a democracia num pesadelo para norte-americanos e seus interesses.
Falo de América Latina. É assim na África, na Ásia, no Oriente Médio e poucas não têm sido as tentativas de controle das antigas repúblicas que formavam a União Soviética. O recuo é momentâneo diante da reação de Wladimir Putin na Ossétia, Geórgia.
Bases militares, intervenções em países como o Haiti (com a cumplicidade do Brasil). A guerra do Iraque, a do Afeganistão (que especialistas apontam como outro Vietnã), isso tudo e o gerente geral da cervejaria recebe o prêmio Nobel da Paz.
A agressão da Grã Bretanha a Argentina na guerra das Malvinas foi apoiada e incensada por Reagan, a despeito do governo argentino estar em mãos de militares subsidiados e sustentados pelos EUA.
Na década de 70, século passado, um estudo das Nações Unidas apontava para futuros conflitos militares na América Latina. Seja por questões de fronteiras mal definidas, seja por tensões como as que vemos agora, quando os EUA transformam a Colômbia em colônia (pouco se importando que Uribe seja do cartel de traficantes) e mantêm em Honduras uma base militar que opera golpes em toda a América Central.
Apostam tudo na eleição do atual governador do antigo estado de São Paulo (condado FIESP/DASLU) José Jânio Serra (o que limpa as mãos com álcool gel depois de cumprimentar eleitores), para fechar o cerco e incluir no rol de países submissos o maior e mais importante país da América Latina, o Brasil. O escalpo dos brasileiros no salão oval da cervejaria.
A descoberta de reservas fantásticas de petróleo na camada do pré-sal no litoral aumenta a importância do Brasil. Sem o Brasil os EUA marcham para perder toda a América Latina e diante da grave crise do capitalismo começam a murchar. É exatamente aí que se tornam mais agressivos.
A guerra hoje se faz com bandeira da ONU a serviço do imperialismo norte-americano. É mais barata. Incorporam forças armadas “aliadas”, vale dizer colonizadas e o custo é bem mais baixo. Transferem para países/colônias, pseudo nações independentes, a responsabilidade de defender o que chamam de democracia, o que Hilary chama de mundo ocidental.
Criminalizam e para isso contam com a mídia comprada a peso de ouro movimentos populares como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) no Brasil. Atribuem às FARCS-EP o tráfico de drogas que é feito por Uribe e os paramilitares de extrema direita (cinco mil opositores assassinados nos anos Uribe). Investem contra governos democráticos como o do presidente Chávez. Fomentam o separatismo na Bolívia a partir de elites podres (elites são apátridas e fétidas).
Disseminam o modo de ser norte-americano pelo mundo, hoje uma sociedade estigmatizada por 90 milhões de cidadãos sem qualquer amparo do Estado e enchem as burras das empresas privadas com dinheiro público para evitar falências como a da GENERAL MOTORS.
Uma das primeiras providências da quadrilha que tomou de assalto o poder em Honduras foi transferir dinheiro público para banqueiros em estado pré-falimentar, decisão que Zelaya havia se negado a tomar. Está lá, em
www.argenpress.info/2009/10/proyecto-censurado-los-bancos-salvados.html
http://hibueras.blogspot.com/2009/10/de-como-derrochar-el-dinero-de-los.html
O Partido Comunista Brasileiro – o velho/novo Partidão – em seu XIV Congresso Nacional realizado semana passada no Rio de Janeiro tratou do tema “Reconstrução Revolucionária”.
Num espectro maior que o do próprio partido, pois abriu o evento a convidados e observadores, diagnosticou toda essa realidade e o mote do Congresso resta sendo a tarefa das forças populares em toda a América Latina.
Não é uma luta brasileira. É uma luta latino-americana. Ou se compreende assim, ou nos EUA vão comendo o mingau pelas beiradas, como fazem nos chamados tratados de livre comércio bi-laterais (Chile por exemplo, ou a incorporação do México no NAFTA).
Acreditar em alternativas dentro do mundo institucional é acreditar em ilusões. Basta dar uma olhada no Senado brasileiro. Ou em congressos de países onde os governos são submissos a Washington.
O próprio Judiciário (o nosso é um escandaloso exemplo) teve sua espinha dorsal quebrada. É mero departamento, pelas cortes supremas, de grandes conglomerados de empresas todas elas passando por Washington, sejam italianas, francesas, britânicas, etc.
A cara do mundo neoliberal é a cara de Wall Street.
Nem tampouco existe saída em reformas. Meros paliativos. Espécie de amendoim jogado aos macacos nas jaulas. Nada além disso.
O processo exige atitude de ruptura com o modelo. Não passa por eleições nos moldes que as temos. Exige um novo desenho da estrutura de comunicações (fim dos monopólios como a GLOBO) e de uma ampla participação popular.
Só se chegará a isso com organização. Esse é o grande desafio se quisermos sobreviver como nação soberana, livre e se desejarmos um futuro de justiça para os brasileiros. Do contrário sucumbiremos, como está sucumbindo Honduras a despeito da brava e exemplar reação de seu povo. Está sendo sumariamente executado num genocídio em nome de uma quadrilha de empresários/banqueiros e militares. O de sempre.
A boçalidade dos militares associados e subordinados a empresários não tem limites e em nosso país não é diferente. São poucos os chefes militares com consciência dessa ofensiva sobre o Brasil. E quando o tem, o viés é nacionalista e fascistóide. O expurgo promovido pelo movimento fascista de 1964 afastou militares comprometidos com o Brasil. O comando era norte-americano.
É preciso perceber que a guerra está batendo em nossa porta, chegando ao nosso quintal e é fundamental estar preparado para enfrentar as hordas bárbaras do prêmio Nobel da Paz. O gerente geral da Cervejaria Casa Branca. O que finge que é negro, mas na primeira cabine telefônica, longe de Lois Lane, veste a roupa de Superman, branco e fascista.