Ao contrário dos demais sua reação ao tomar conhecimento do resultado não foi de alegria. Foi de “e agora Serra, como vamos fazer?” Era visível o desconforto da moça com os comentários feitos pelos outros participantes sobre o papel decisivo do presidente da República na vitória da cidade do Rio de Janeiro. Quando foi chamada a intervir tentou tirar o foco do noticiário sobre Lula e transferi-lo para a presença de Pelé e a importância de Pelé no desfecho da votação sobre a sede das Olimpíadas em 2016. Pelé é imagem, só isso, quando abre a boca só diz besteiras. “Pelé seria um gênio total se fosse mudo” (afirmação de Romário).
Fátima Bernardes, nesse processo todo de engole gente que é a GLOBO, me parece meio que vítima consciente de tudo. Assim como quem resignada aceita o papel que lhe cabe. Miriam Leitão não. É o oposto. Se lhe disserem que Cristo desceu a Terra e elogiou Chávez começa uma cruzada contra o cristianismo antes mesmo do chefe mandar. Tem a prodigiosa capacidade, o feeling de perceber o que os que lhe pagam desejam antes mesmo de ser comunicada ou receber a ordem ou ordens do dia. De todos os dias. Isso deve valer um extra.
E ao contrário de Fátima, uma pessoa serena em suas aparições na tevê, Miriam é furibunda.
Miriam Leitão aposta e já disse isso no fracasso dos Jogos Olímpicos de 2016. Pensa como colonizada, é remunerada para ser colonizada. É um dos braços da elite econômica e política apátrida que detém ações importantes do BRAZIL/SA. Um consórcio de banqueiros, latifundiários e grandes empresários que tem braços na comunicação (a grande mídia como um todo) e partidos políticos como PSDB, DEM, PPS, etc.
Um dos que acompanhavam com o governador de São Paulo José Serra os momentos que antecederam o anúncio da escolha do Rio, relata que Serra referiu-se várias vezes ao prefeito Eduardo Paes (ex-tucano) com expressões de baixo calão e em todos os momentos destacava a necessidade de se medir o impacto eleitoral do fato para que pudesse ser neutralizado.
Mente doentia. Absoluta ausência de caráter (que é pilar do tucanato). Segundo essa mesma fonte, Serra mencionou Lula como “esse analfabeto, bebedor de cachaça”.
A edição do JORNAL NACIONAL (NACIONAL?) de sexta-feira, dois de outubro, mostrou o lado pragmático da mídia podre. Criticar o que? Contestar o que? A alegria pela vitória do Rio transbordou por todo o Brasil (pequenos grupos em São Paulo, parte do território nacional seccionada pelo esquema FIESP/DASLU e controlada pelo “socialista Paulo Skaft).
Há uma disputa por audiência com a RECORD e neste momento não seria prudente começar a levantar lebres sobre as Olimpíadas em 2016. Era engolir o sapo, dar destaque a quem de fato merece destaque e mais à frente trabalhar a tal estratégia mencionada por Serra sobre medir o impacto eleitoral do fato para que possa ser neutralizado.
Não se trata de ser lulista ou não ser lulista. Se trata de reconhecer o óbvio. A extraordinária empatia entre o presidente da República e o povo. E isso foi dito faz tempo e tem sido repetido agora por vários analistas.
O presidente que não fala inglês leva nítida vantagem sobre o ex-presidente que além de inglês fala várias outras línguas e comporta-se como manda o protocolo. Mas é um pilantra. Lula não.
Começa agora e até outubro de 2010 uma outra batalha na qual as Olimpíadas entram e batalha onde tucanos e DEMocratas vão tentar fazer escorrer todo o veneno de agentes estrangeiros a serviço de interesses inconfessáveis, na tentativa de ganhar o jogo, qualquer que seja o preço a pagar, qualquer que seja o golpe baixo a aplicar.
É da gênese deles. São bandidos antes mesmo de nascer. Freud fala nisso, a pre-existência do ser, antes da concepção propriamente dita, na essência de quem o concebe.
E quem concebe o tucanato? Washington, Wall Street, Fundação Ford, ALSTOM, etc, etc.
A mesma fonte que referiu-se às explosões de mau humor de Serra, de ira, dá conta que o presidente da Câmara, Michel Temer foi aquinhoado com o epíteto “traidor fdp”.
Há duas formas de se enxergar a conquista do direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 pela cidade do Rio de Janeiro. Primeiro a cidade do Rio de Janeiro é uma cidade brasileira. Segundo o esquema FIESP/DASLU Brasil é BRAZIL.
No aspecto da conquista em si, ela extrapola o mundinho de gente como Serra. Transforma numa extraordinária possibilidade de afirmação para o País, em todos os ângulos que se olhe o fato e principalmente na auto-estima de um povo sofrido e de fato induzido a pensar como o colonizador quer. E aí se abre uma porta imensa para a luta popular. Essa corre por fora exatamente desse mundinho de eleições aqui e ali, disputas mesquinhas, mas que em si, trazem o germe, o vírus do colonizador.
É onde entra Miriam Leitão. Onde entra A GLOBO. Onde entra VEJA. Essa conversa mole de gastos altíssimos é já uma tentativa de desqualificar a conquista, a vitória e tentar transformá-la num pesadelo futuro.
Admitamos, para efeito de raciocínio, que Serra (vade retro satanás) seja o próximo presidente. Toma posse num dia e transforma as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014 em fatos tucanos. São cretinos lato senso, chamados engenheiros de obras prontas.
Mas vamos lá. O que o golpe militar que derrubou o presidente Zelaya em Honduras tem a ver com isso?
No meio do caminho descobriu-se que existe uma empresa em Washington DC (como gostam de dizer os norte-americanos) que presta serviços a empresas dos EUA, financiando campanhas de políticos comprados em países da América Latina, ou mesmo políticos daquele país que se oponham a seus interesses, interesses desse complexo empresarial/militar.
Roberto Michelleti, orientado pelos mentores do golpe, em Washington, foi lá e contratou CHLOPACK, LEONARD, SCHECTHER Y ASSOCIADOS, para vender o golpe aos congressistas dos EUA, “abastecer a mídia de noticias favoráveis e criar imagem positiva da quartelada junto à opinião pública”.
E, de repente, se descobre que essa empresa prestou e presta serviços ao narco/presidente da Colômbia Álvaro Uribe. Ao ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. Aos sobreviventes da Klu Klux Kan nos EUA contra a candidatura presidencial de Obama. E mais que isso, “abastecer a mídia” de notícias que demonizem governos e políticos adversários como Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega.
O maior exemplo disso é o documentário “a revolução não será traída” que mostra in totum o fracassado golpe midiático de abril de 2002 contra Chávez na Venezuela. O papel exercido pelas grandes redes de tevê (GLOBO aqui no Brasil) na tarefa de vender o colonizador, apresentá-lo como aquele que traz apitos novinhos para trocar por ouro do colonizado e um modelo político, econômico e social que leva você a pensar que é John Travolta, mas no duro mesmo é apenas o Mané nesse esquema que William Bonner chamou de Homer Simpson.
Faltam ranhuras, mas é na dignidade dessa gente. Ranhuras de decência, de verdade, de honra, de respeito pelo outro.
Para quem tem dúvidas, a íntegra do contrato entre os golpistas e a empresa norte-americana está em
http://hondurasurgente.blogspot.com/2009/09/marqueteiro-trabalha-para-micheletti.html
É esse tipo de contrato padrão que norteia o trabalho de Míriam Leitão, de Alexandre Garcia, a partir da GLOBO. E atende a VEJA, a FOLHA DE SÃO PAULO, a todo o conjunto da mídia brasileira dita grande. Como atende a Uribe, a FHC e vai atender a Serra lógico, com maior ímpeto na campanha eleitoral.
E é por conta disso que Bonner se refere ao distinto telespectador, que é também por extensão o leitor de jornais e revistas, como Homer Simpson, o idiota honesto que não percebe o mundo para além da lata de cerveja e do jogo de futebol. Querem que assim seja, trabalham para que assim permaneça.
Conseguiram transformar o governador de Minas Gerais Aécio Neves, um tresloucado que está liquidando com o Estado, em alguém com alguma preocupação que não sejam as viagens alucinadas do pó dele de cada dia.
No caso das Olimpíadas, a tarefa é transformar a conquista do Rio (que é Brasil até segunda ordem) num pesadelo, ou como dizem no futebol ou no vôlei, tirar o peso do fato, sua importância. Isso, curiosamente, independe de Olimpíadas ou não. Os Jogos Olímpicos são o fato do momento e de grande peso, depende no duro mesmo, é da luta desesperada para alcançar a chave do cofre, a caneta que nomeia e demite, para passar a escritura do BRAZIL, completando a tarefa de FHC.
Como colher de chá, é preciso só um pouco mais de HALDOL na dose diária de Miriam Leitão, do contrário a senhora em questão, repaginada por plásticas, etc, vai achar que pode voar.
Imagino FHC, poliglota, doutor nisso, naquilo, que segundo Millôr Fernandes pensa que “FHC é superlativo de PhD”, ao tomar conhecimento que um “analfabeto” conseguiu trazer as Olimpíadas para o Brasil. Aí a dose de HALDOL tem que ser dobrada.