O fato de empresários brasileiros terem “importado” lixo inglês só reforça a certeza que elites econômicas não têm pátria. São, isso mesmo, apátridas. Vivem da lógica do “nada pessoal, só negócios”.
A irregularidade detectada por autoridades diante do mau cheiro em contêiner em um ou dois portos não chegou a provocar uma crise de indignação com os ingleses ou mesmo com os “importadores”. No máximo algo como “o que eles pensam que somos, um lixão?”
É exatamente o que pensam.
Como na Somália movimentos rebeldes tomam navios estrangeiros em represália à decisão de países europeus de despejar lixo no mar territorial somali, inclusive lixo atômico, o “negócio” ficou caro por conta dos “piratas”, o Brasil virou alternativa.
São duas frentes de ação. Reforçar o ganho da REDE GLOBO naquela história de “piratas” e “terroristas” e assim fazer a cabeça do Homer Simpson, enquanto contratam “importadores” para despejar por aqui dejetos ingleses. São reais, trazem o símbolo de Her Majestade.
Mais ou menos enquanto você olhar para o lado eles despeja toda a imundície dos súditos de sua majestade. Sem ter idéia de onde apareceu toda aquela porcaria você acaba acreditando que seu cachorro é o responsável.
Parece que não colou. O lixo de sua majestade está sendo devolvido a sua majestade. Deve ficar nas cavalariças do príncipe até que se decida em que Somália ou Brasil será despejado. Ao som de God save the Queen. Ou se esperam as eleições de 2010. Se Serra vence podem mandar o lixo que quiserem. O assunto se resolve com medida provisória. É simples de entender, elegem um lixo.
É aí que está o pulo do gato. Que Somália ou que Brasil. São como ingleses, ou britânicos, como queiram, nos enxergam, somalis e brasileiros.
Obama, se não for um papagaio, fala sempre a mesma coisa, é um robô branco pintado de negro, para negro parecer ser, naquilo que ser negro representa em termos de luta popular, seja no país da KLB Klug Klan, ou aqui, onde segundo Millôr Fernandes “o negro reconhece o seu lugar”.
Sete bases militares na Colômbia, a expectativa da eleição de José Serra e da transferência do pré-sal para o controle de Washington e Wall Street e de quebra uma base militar no Recife. Terra de nordestinos de olhos azuis e cabelos loiros por conta de Maurício de Nassau. Deve ser algum acordo com Jarbas Vasconcelos, corrupto de carteirinha.
Tudo por medida provisória. Eliane Catanhede, jornalista “independente” da FOLHA DE SÃO PAULO (casada com funcionário tucano) vê jogo eleitoral em tudo isso. É claro que existe. Só que a senhora em questão enxerga isso pelo lado de Serra. Do esquema FIESP/DASLU. Sem nota fiscal. Ou terceira via, expressão dos tempos de Ademar de Barros, precursor de Maluf, Alckimin e Serra. FHC é mais britânico apesar dos ternos de Geraldo Pastel. Terceira via na importação de caducas.
FHC já aboliu a brilhantina. Adotou a “roubatina” sem disfarces ou Opus Dei pelo meio do caminho. Não quer cruzar com Indiana Jones. Nem correr o risco de um Código Da Vinci pelo meio do caminho.
Barack Obama enxerga o Brasil tal e qual os súditos de sua majestade a rainha Elizabeth II. É só despejar e depois dar descarga. Qualquer problema os tucanos estão aí para fazer a faxina. São bem pagos para isso. E de quebra privatizam, terceirizam e levam vinte por cento por baixo dos panos.
O governador de Minas Aécio Neves, tem estômago de avestruz além de ser tucano, agüenta a pior mala da política brasileira, o ex-presidente Itamar Franco, deve imaginar que vivemos no antigo Egito. Está construindo uma fantástica pirâmide para abrigar desde o palácio do governador às repartições governamentais, com túneis, passagens secretas, etc, tem marquesa de Santos aí, com certeza tem.
E as empreiteiras que contribuem com um percentual para suas campanhas eleitorais. E de seus aliados. Uma delas é especialista em mutreta com lixo, a Queiroz Galvão. Comprou os dois últimos prefeitos de Juiz de Fora, uma das mais importantes cidades mineiras. O anterior, Alberto Bejani e o atual, Custódio Matos. O próprio governador e o Quinzinho da FEAM (FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE).
Já rendeu um apartamento de 12 milhões de reais no Rio, alguns imóveis em outras cidades da orla, como gosta de dizer e quiçá no exterior.
Disputa com José Serra o direito de chegar primeiro no topo e pegar a nota que está lá em cima, no alto do pau de sebo. É a chave do cofre.
Deveríamos, isso sim, exportar esse lixo. Lixo tucano, lixo Democrata o “conselheiro” Roberto Freire, aquele que pretendeu que o Louvre o adotasse como padrão de honestidade. De permeio nomeia Gabeira comandante da nau. Não é de insensatos. É de espertalhões.
E uma boa parte do PT também, a maioria hoje.
A vida não passa por esse mundo de imundos containeres ingleses. E nem por bases norte-americanas aqui ou acolá.
E nem o Senado cabe num contêiner, ainda mais agora, que o juiz do jogo é Suplicy. Adora um cartão vermelho. Como é que fica Gilmar Mendes? Vai onde, ou aonde?
O modelo todo é um contêiner.
Ah! Para a senadora Kátia Abreu não serve contêiner, tem que ser jaula.