OS CÍNICOS – OS "INOCENTES"

A cúpula da Igreja Católica em Honduras é um dos suportes do golpe militar que derrubou o presidente Manuel Zelaya. Não é novidade esse tipo de atitude dos principais dignatários – como gostam de ser chamados – da Igreja desde a ascensão de João Paulo II. O retrocesso a tudo o que havia sido conquistado no Concílio Vaticano II com os papas João XXIII e Paulo VI é notório. Bento XVI está apenas consolidando o caráter fascista dessa cúpula. Que se revela, inclusive, intramuros, já que padres e bispos considerados progressistas têm sido perseguidos muitas vezes de uma forma cruel e insana, típica das ditaduras.

E a Igreja Católica é uma ditadura.

Não se trata de discutir a fé. Fé é uma questão de foro íntimo Direito legítimo de cada um. O uso da fé como instrumento de poder, de dominação, esse não. É uma atitude canalha. Nesse momento, a Igreja Católica é um instrumento de opressão e barbárie a partir de sua cúpula, o papa inclusive e desde João Paulo II. Exceções? Claro. Cada vez em menor número à medida que vão sendo expurgados ou colocados num limbo pelos “generais/cardeais fascistas” do Vaticano.

E o que parecia impossível. Com o surgimento de uma seita dentro do catolicismo, a chamada Renovação Carismática as paralelas se encontram no finito mesmo, seja em Honduras, seja na Colômbia, seja no Paquistão (de maioria muçulmana), no massacre impiedoso que o império norte-americano promove em todas as partes do mundo. Que paralelas? As chamadas seitas neopentecostais onde milhões de seres são ludibriados na ação política de estelionatários da fé como Edir, falo do Macedo.

Retornamos à Idade Média. Nesse fase do processo histórico, a farsa que se repete guarda os barões em castelos de máquinas e tecnologias destrutivas, predadoras, assassinas e transforma seres humanos em robôs, amparados na percepção que pelos meios de comunicação é possível criar esse tipo de robô. De carne e osso.

É a “personalidade do sabão”.  Expressão criada em 1939 pelo psiquiatra Ernest Dichter, fundador do Instituto for Motivational Research com o objetivo de desvendar as motivações ocultas dos clientes a fim de melhor orientá-los para este ou aquele produto.

Dichter descobriu que o laço que liga o consumidor ao produto não é de essência exclusivamente econômica. É também psicológica, o significar a maneira de ser ou de parecer. Comprovou sua descoberta em 1939 mesmo quando deu “alma” ao sabão IVORY, através dos conceitos de imagem e de personalidade de um produto. “Personalidade do sabão” é a denominação dada por Roger Gerard Schwartzenberg ao trabalho do psiquiatra.

Consumidores somos todos nós, o rebanho de hondurenhos, de colombianos, de afegãos, de iraquianos, de palestinos, abençoados por líderes fascistas como Bento XVI e Edir, o Macedo, na convicção do reino eterno, da felicidade eterna e o sabão IVORY é hoje o american way life, o modo Obama de ser – pode ser modo Bush também – no espetáculo da sociedade cristã, democrática e capitalista.

Consumismo a paz cínica e dos devoradores de humanos enquanto vivemos no “silêncio dos inocentes”. Não importa que nossa orelhas sejam arrancadas e nossas vísceras expostas, importa a marca do tênis e a capacidade de ajoelharmo-nos enquanto um boçal qualquer como Fausto Silva salva o mundo com seu domingo. Não por acaso, o “domingo é do Senhor”. Mas o deles.

Homer Simpson que a princípio era uma denúncia, resta sendo uma verdade irônica e dolorosa.

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Esta fantástica máquina acima esta sendo mostrada com orgulho pelos senhores do mundo. São aviões não tripulados, controlados por computador e que disparam mísseis contra inimigos em terra, ar ou mar. O presidente Barak Obama que passa vaselina antes de morder, determinou que os predadores fossem usados contra afegãos. Mais de 687 civis já foram mortos, o que dá um índice, segundo o TIMES ON LINE, de cinqüenta civis por cada líder da Al Qaeda, assassinato pura e simples.

O tenente-general David Deptula explica cheio de orgulho que esses aviões cada vez menos vão depender de controle humano. Para o “patriota” norte-americano esses aviões são como se vivêssemos a década de 20 do século passado com o que está por vir. Por exemplo, o “bigDog”, um cão recheado de tecnologia, capaz de carregar 150 quilos, inclinações de até 35 graus. A idéia é que ele seja o “melhor amigo dos soldados”.

Segundo o TIMES ON LINE, “tudo remoto, limpo, impessoal, matando insurgentes e não pessoas, sem qualquer risco (a não ser a perda do predador), do ar condicionado, de uma sala em Nevada, no expediente... E depois é só dirigir de volta para casa, beijar a mulher, ajudar os filhos nas tarefas escolares... Que amanhã tem, de novo, tudo igual, só com mais uns alvos a eliminar aqui e acolá”.

São chamados de UAV e podem ser vistos, eles e outras maravilhas tipo “personalidade do sabão” em http://www.military.com/news/article/firm-building-man-carrying-vtol-drone.html?col=1186032310810&wh=news.

Obama autorizou o uso desses aviões no Afeganistão, no Paquistão e quer instalar cinco bases militares na Colômbia – estado governado por narcotraficantes –. Em Honduras uma base militar mantém mil soldados dos EUA prontos para qualquer ação, como agora, o suporte logístico, que inclui armas, ao golpe de militares, empresários e latifundiários, abençoados pela cúpula da Igreja Católica, o silêncio cúmplice de herr Bento XVI e a santa aliança com os neopentecostais de gente como Edir, o Macedo (o outro no máximo pega uma propina aqui e outra ali, é pé de chinelo).

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Este é o efeito da limpeza de IVORY, a “personalidade do sabão. É um cidadão hondurenho que foi à fronteira de seu país com a Nicarágua esperar o presidente constitucional do seu país, deposto por empresários, latifundiários, militares, narcotraficantes, criminosos de um modo geral, mas todos caminhantes com “Deus, pátria e família”, pela “liberdade” e pela “democracia”.

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Aqui os “patriotas”, defensores dos “negócios”. A senhora Hilary Clinton quer “diálogo” entre as partes. Obama faz de conta que não é que ele. O condado do Canadá, a Sibéria dos norte-americanos vai reconhecer os golpistas como legítimos. Lógico, são cínicos. São senhores do mundo, ou parte do grupo de senhores. Têm a bênção de cardeais, papa, de pregadores e salvadores. Os alvos não são apenas hondurenhos. São os povos livres da Nicarágua, de Cuba, da Venezuela, do Equador, da Bolívia, de El Salvador, do Paraguai. Isso na América Latina. Mas estendem o complexo predador a todo o mundo. Afeganistão, Paquistão, Iraque e estão em condições de destruir o que for necessário para manter a “democracia”, “a liberdade”, para assegurar o “silêncio dos inocentes”. A complacência. Para que cada um compre democracia em um supermercado qualquer, seja PSDB, DEM, liberais, conservadores, a marca que preferirem.  

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Esses “bravos e intrépidos defensores” dos valores mais altos que se alevantam para garantir o “mundo livre”, entraram em greve em dias da semana passada por melhores salários e para “protestar” contra o “excesso de trabalho”, por conta da resistência de insurgentes.

São bestas feras moldadas segundo os interesses dos donos.

Não existe perspectiva de saída – “a saída, onde fica a saída?” (sobrevivente do holocausto de Hiroshima, no filme Hiroshima mon amour, de René Clair) – no chamado mundo institucional. Na chamada legalidade democrática. Ela está toda contaminada pelos predadores e pelos “negócios”.

A luta passa por outro campo e o tempo de lutá-la está passando. A resistência dos hondurenhos é um exemplo.

E há um inimigo pior. Qualquer REDE GLOBO da vida, em qualquer desses países. Qualquer ser abjeto padrão Miriam Leitão ou William Bonner (variáveis aparentemente mais civilizadas de bestas/feras).

Não sei porque, mas a resistência em Honduras me lembra Asterix e sua luta contra o império romano, os césares.

A única poção mágica que temos é a capacidade de nos preservamos humanos. É a maior de todas. A mola mestra da resistência. Antes que sejamos apenas hordas de “civilizados” calçando sapatos de marca, tênis que nos permitem correr com mais desenvoltura e maior velocidade. E antes que estejamos tomando banho com o sabão IVORY.

O poder predador do império ultrapassou os limites da sanidade e supera em muito a ficção.

É lutar e lutar, só isso, mais nada. Porque isso é sobreviver, existir, coexistir e buscar conviver em bases dignas e humanas.

E a culpa não é do Irã.

A Dinamarca é um país “civilizado”. Em determinada época do ano jovens têm que mostrar que alcançaram a idade adulta, a maturidade. E o fazem na forma exibida nas fotos abaixo. Matança de uma espécie de golfinhos comuns na região. Faz parte do grupo de cínicos. Tingem as águas de sangue. É uma forma de aprender a matar e “libertar” o mundo dos “atrasados”.

A Dinamarca enviou tropas para “salvar” o Iraque. O governo dinamarquês             acha que o Irã é a ameaça mais perigosa ao futuro da humanidade. E que Israel tem o direito de prender, torturar, estuprar, assassinar, roubar palestinos e que o golpe em Honduras é apenas um ato de legítima defesa em nome da “maturidade” e óbvio, dos “negócios.”

É por isso que continua havendo algo de podre por lá. Faz parte do complexo que conhecemos como EUA.

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Jovens dinamarqueses provando que alcançaram a maturidade

Os golfinhos são da espécie “calderone” e se aproximam dos supostos humanos por pura curiosidade. Os cientistas consideram os “calderones” uma das espécies mais inteligentes dentre os golfinhos. Dentre esses jovens, certamente, futuros deputados, senadores, primeiros ministros, grandes empresários, os “donos” dos negócios”. Vão ajudar a libertar o mundo e traçar os caminhos para os inocentes.

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Resultado de um dia de maturidade

Em seguida ao ato de afirmação dos dinamarqueses, um culto para que os jovens sejam introduzidos no mundo dos “negócios.” Recebem a bênção divina e podem desfrutar das jovens que se encantam com a coragem e a determinação dos “caçadores” – assassinos – todos cheios de patriotismo e orgulho comum às “raças superiores”. 

Não terão a menor dificuldade em apertar botões limpos e desinfetados que detonam bombas e matam atrasados no Irã, na Palestina, em Honduras. E como afirmou o TIMES ON LINE sobre os controladores dos aviões predadores, no fim do dia voltam para casa e agradecem o “golfinho” de cada dia.

Golfinhos somos os inocentes.

 

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