É o presidente da Disneylândia. Tem trem fantasma, roleta russa, rodas gigantes de tamanhos muito acima dos tradicionais, toda a parafernália de parques de diversões sofisticados e um presidente.
Pateta? Nem tanto. Pateta é ingênuo. Obama é esperto. Coloca o pé onde sabe que o pé pode ser colocado e não vai além disso. Não se atreve. Deixa o trabalho sujo para Hilary Clinton e Israel. Submete-se ao poder paralelo dos resquícios de George Bush e se fala uma coisa e acontece outra, logo arranja um espetáculo diferente para distrair a meninada.
É o caso de Honduras. Um golpe militar com todas as características bestiais de golpes militares, pretextos mentirosos, o patriotismo canalha dos defensores da “democracia” e, lógico, a velha aliança entre o crime legalizado (empresários, banqueiros e latifundiários) e o crime organizado (tráfico de drogas, tráfico de mulheres, contrabando, sonegação, etc).
Para o ministério da “justiça” um justiceiro de um desses esquadrões da morte que infestam o mundo e eliminam aqueles que não consideram “dignos” de viver. Via de regra são concorrentes na bandidagem. Mas se unem como fizeram em 1964 no Brasil e em muitos países da América Latina nas décadas de 60 e 70 do século XX.
Por conta do silêncio da mídia atrelada aos interesses das grandes corporações, poucas notícias reais se tem do que está acontecendo em Honduras. Um massacre frio, insensível e boçal praticado por militares e policiais contra a população civil que resiste ao golpe que derrubou o presidente constitucional Manuel Zelaya. Aliás, o que militares e policiais fazem ao longo da história que não massacres?
Para se ter uma idéia da bestialidade dos militares hondurenhos desde a tarde de ontem, dia 18, forças do quarto batalhão de infantaria e da marinha estão cercando as comunidades camponesas de Guadalupe, Cartney de Silin Trujillo, preparando uma grande operação de ataque. A desculpa do governo golpista do empresário/traficante Roberto Michetti é que os camponeses estão armados. O velho pretexto montado para justificar a boçalidade costumeira de militares em qualquer lugar do mundo.
O ataque, se consumado, fere o que foi acordado entre as partes, uma negociação que se processa na Costa Rica.
Uma das características da reação ao golpe das várias quadrilhas hondurenhas, são semelhantes às brasileiras, é a decisão de protestos pacíficos. Duros, constantes, mas pacíficos.
A característica dos golpistas, bárbaros e ao estilo de gangsters é o que são, é de provocar situações que possam justificar como reação a uma legalidade definida por eles.
O presidente da Disneylândia, Barak Obama, condenou o golpe. Os países de todas as Américas condenaram o golpe. A comunidade européia condenou o golpe. E os golpistas permanecem tranqüilos, serenos, apoiados pelo governo real dos EUA, o da CIA, Dick Chaney e John McCain e pelos 500 militares norte-americanos numa base naquele país, além do embaixador que coordena e dá aval às ações estúpidas típicas de militares pais da pátria – a deles e dos que lhes pagam – contra a população resistente do país. Em tese o tal embaixador é representante do governo de Obama. Como esse governo é ficção...
Obama faz de conta que não é que ele. Prefere receber turistas na porta de entrada da Disneylândia, ou fingir que está preocupado com a África.
É de quebra foi chamado de “El negrito” pelo chanceler do governo golpista. Enrique Ortez, com pompa e circunstância, tapinhas nas costas, foi recebido nos EUA pelo senador McCain, empresários norte-americanos e estimulado a reagir a qualquer tentativa de contra golpe, preservando intacto os “negócios.” Recebeu mimos e contribuições dos grandes traficantes de droga de Miami.
Por aqui a mídia é silêncio puro. Limita-se a notícias óbvias, sem maiores detalhes sobre os massacres que ocorrem em Honduras – como fazem quando morrem cem palestinos nas mãos de terroristas israelenses e esbravejam, quando palestinos conseguem eliminar um desses bandidos fardados do estado sionista e terrorista de Israel. Ou como fizeram nas armas químicas e biológicas que Saddam não tinha.
O que acontece em Honduras é uma das maiores vergonhas que governos dito democráticos, Lula inclusive, vão carregar por toda a história. A condenação do golpe em si não resolve nada. A ação direta dos países do mundo contra a horda de militares que tomou conta do poder essa sim.
E a maior de todas as imposturas dos últimos tempos. Barak Obama não é presidente dos Estados Unidos. No máximo porteiro da Disneylândia. Quiçá presidente do complexo de fantasia e ilusão criado por Walt Disney que, por sinal, trabalhava em estreita colaboração com o Departamento de Estado.
Já em Honduras centenas de pessoas foram mortas por militares boçais – pleonasmo –, a mando de empresários (assim como quadrilhas que têm os chefões e os pistoleiros. Empresários, latifundiários e banqueiros são os chefões, militares e policiais os pistoleiros), mais de mil pessoas estão desaparecidas e o país começa a enfrentar uma grave crise econômica, pois nada funciona.
Tudo pelo controle dos “negócios”. Desde os crimes chamados legais, como bancos, empresas, latifúndios até os chamados ilegais, mas associados aos legais, trafíco de drogas, de mulheres, jogo, etc, etc, com apoio e aval do Vaticano. Edir, o Macedo, que abra os olhos, está arriscado a perder um grande mercado para Bento XVI. O outro, no máximo perde uma propina vagabunda aqui, outra ali, mas sempre dá um jeito num torneio de sinuca. E nos ingredientes da pasta sórdida que carrega.
“Se ficamos em casa, nos prendem e nos assassinam. Se estamos nas ruas protestamos”. De um hondurenho que se recusa a ficar de quatro para militares, afinal não se chama nem William Bonner, nem Miriam Leitão e nem é da GLOBO, ou da FOLHA, ou da VEJA, ou da FOX, da CNN. E muito menos ouviu falar de um boçal em tamanho gigante chamado Faustão. Ou outro em tamanho diminuto e trajetória duvidosa, chamado Gugu. São contínuos na Disneylândia, offices boys.