Legalidade na ótica de militar golpista é propina pela submissão a interesses estrangeiros e de elites de seu país. Não têm o menor compromisso com Honduras ou o que quer que seja que não signifique a hipocrisia da “pátria amada”. São bandidos fardados pura e simplesmente, a serviço grandes quadrilhas empresariais, bancos e latifundiários.
Foi assim no Brasil em 1964 quando aceitaram passivamente o comando norte-americano – general Vernon Walther –. Foi assim no Chile quando derrubaram Salvador Allende num golpe conduzido pela CIA e Henry Kissinger. É assim em Honduras, a despeito do boquirroto Barak Obama. Não percebe que não governa coisa alguma, é fantoche, espetáculo num país que vive da exploração de outros e povos do mundo inteiro.
O presidente de Honduras Manuel Zelaya firmou acordos para compra e fabricação de medicamentos genéricos em seu país. A decisão do presidente e a entrada do governo de Zelaya na ALBA – ALIANÇA BOLIVARIANA – para facilitar a compra e fabricação de genéricos geraram uma reação da burocracia – controlada pelas elites – e essas por sua vez, compraram ministros da suprema corte, congressistas e um bando de bandidos fardados para impedir que o acordo se materializasse.
Não é só por aqui que acontecem essas coisas não. É regra geral quando quadrilhas/empresas e o setor farmacêutico é uma das mais perversas e cruéis dentre essas quadrilhas, têm seus “negócios” abalados.
Não basta a condenação pura e simples da Comunidade Européia e das nações do resto do mundo. É sintomático – até agora – o silêncio de Barak Obama (deve ter tomado uma prensa dos donos do seu país, a sede é ali e acordado para a realidade, é só um show).
Torna-se necessário que a reação se transforme em manifestações vivas e contundentes contra generais corruptos e golpistas a soldo de empresas que matam até quando vendem remédios – supostamente para curar –, ainda mais num país como Honduras, onde testam seus venenos até que possam colocar à venda em mercados mais sofisticados.
Imaginar que bandidos desse porte aceitem medicamentos genéricos acessíveis à população e um projeto de saúde pública que contraria interesses das grandes corporações de saúde é acreditar em contos de fada.
Não têm o menor escrúpulo com povo algum exceto aqueles onde estão suas matrizes. E sabem que é fácil controlar elites locais, basta financiar colunas de fofocas e fuxicos, manter uns trocados mensais em contas de meia dúzia de “patriotas” e buscar generais em quartéis. É só mostrar a carteira que se enchem de “brios”, “vontade democrática” e partem para a “luta”.
O referendo que o presidente Zelaya pretendia realizar hoje estava dentro dos termos constitucionais. A reação da suprema corte e do congresso foi apenas após o pagamento das propinas golpistas. A posição das forças armadas, no caso do general chefe do estado maior, a mesma coisa. Levaram a mala, como fizeram com o Brasil em 64, com Pinochet, os argentinos, e o tal general colocou a farda de gala, as medalhas e foi defender a “constituição”, “a democracia”.
O povo hondurenho que se dane, é preciso consumir os remédios salvadores dessas empresas, os agrotóxicos no agronegócio dos latifundiários (a maior parte nem fala, grunhe, é que nem Kátia Abreu por aqui, vocifera) e submeter-se ao grande espectro “salvador” dos conglomerados de saúde que controlam o país inteiro.
Vai daí, se o povo não entende esse “patriotismo” (por via das dúvidas para que ninguém seja pego de surpresa, por aqui, quem quiser tomar conhecimento é só acompanhar os discursos e conferências do general Augusto Heleno), eles tomam a si a tarefa de “proteger” o povo e “salvaguardar” a “dignidade nacional”.
As contas para os fundos que entram como os que Gilmar Mendes recebe, chegam pela porta dos fundos. Ou seja, são noutras e doutras “pátrias”. Todas amadas.
O povo hondurenho tem agora as “benesses” dessas quadrilhas e de quebra, se cismar de reagir, como está reagindo, a borduna fascista de militares golpistas.
Acredita-se que Hilary Clinton fale por Obama e diga que “espero um gesto de boa vontade do presidente Zelaya”.
Corra à farmácia mais próxima, de preferência as grandes redes que controlam o “negócio” e se previna. Não falo da gripe suína. No caso de um general bater à sua porta e pedir os documentos mostre cartelas e mais cartelas de medicamentos fabricados pelos grandes laboratórios. Entre em posição de sentido e grite viva o golpe.
Em Honduras a indústria farmacêutica comprou o congresso, a corte suprema, meia dúzia de generais, tudo num pacote só e vai poder continuar “salvando” os hondurenhos.
É hora de luta. Não importa qual. É hora de luta.