O discurso do presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad acusando Israel de racismo e denunciando o sionismo como prática racista fez mais que esvaziar o plenário do encontro de chefes de governo ou estado, deixando ali apenas funcionários de seus países. Tocou o dedo numa das feridas abertas do cinismo e da hipocrisia do presidente dos EUA, Barak Obama, que antes mesmo do discurso de Ahmadinejad já havia determinado o boicote norte-americano ao encontro.
O motivo? O temor que o documento final refletisse uma condenação explícita à limpeza étnica e todo o seu repertório de tortura, saques, estupros, expansão territorial de Israel contra palestinos.
A barbárie sionista é anterior a Obama e foi denunciada numa célebre carta do físico Albert Einstein, judeu como tantos outros que não aceitam o caráter nazi/sionista de um estado terrorista, Israel. O sionismo, de uma forma simples, entende que os judeus são o povo escolhido por Deus e por isso devem ter o domínio de determinada parte do mundo e serem o farol do resto.
Isso é racismo. E disfarça, ou é a roupa que veste os interesses econômicos e políticos, a bíblia real dessa gente.
Obama sabe que para ser presidente dos Estados Unidos é preciso ceder à pressão dos grupos sionistas que atuam em seu país, financiam a barbárie de Israel contra palestinos e controlam importantes setores da economia norte-americana. Mais ou menos como se fala em máfia japonesa, máfia russa, máfia chinesa, tem a máfia sionista.
E tanto sabe que em sua campanha eleitoral, ao primeiro sinal que poderia ter posições diferentes dos presidentes dos EUA desde a criação de Israel em 1948, correu á sede da máfia sionista e jurou juras de amor eterno.
Ahmadinejad foi a Genebra e em nome dos povos árabes (povos, repito, governos não) fez ecoar o mesmo grito que o Ocidente ignorou durante anos dos negros sul africanos contra as políticas de apartheid. Se àquela época negros eram inferiores aos brancos naquele país e Mandela estava preso por se opor à “ordem”, hoje os palestinos são “inferiores” aos judeus e por isso estão sendo exterminados metódica e sistematicamente pelos sucessivos governos de Israel.
Só que essa “inferioridade” traz na prática o controle da água palestina, dos territórios palestinos, dos “negócios” palestinos, enfim, o vil metal, verdadeiro deus de norte-americanos e sionistas.
A nota final do encontro toca de leve no assunto. Evita irritar demais os israelenses, não agrada aos norte-americanos, mas alivia os europeus (também submissos à máfia sionista) e toda a culpa se volta para o Irã. A história de sempre desde tempos imemoriais e descritos com precisão na fábula de La Fontaine, “o cordeiro e o lobo”. No caso é só mudar lobo por hiena.
Se soldados de Israel se vestem com camisas com desenhos de mulheres árabes grávidas e os dizeres “mate dois inimigos com um tiro”, isso é irrelevante diante do poder econômico das grandes corporações sionistas espalhadas pelo mundo.
Não condenar Israel por crime de racismo, suas conseqüências, o genocídio, toda a sorte de violência contra palestinos, é como ignorar num julgamento as testemunhas e provas dos fatos.
Os inúmeros vídeos da boçalidade sionista. As fotos repugnantes dos atos de tortura, estupro e barbárie dos eleitos por Deus para orientar o mundo. E pior, a ação contínua – permanece – contra o povo palestino.
A farsa Obama aparece é aí. Nos lances decisivos, nos momentos cruciais, faz como fez Benedito Valadares, nem lá e nem cá, ou como o avestruz, enfia a cabeça num buraco, mas consciente e submisso ao poder da máfia sionista.
Sionismo é racismo. É presunção de superioridade de um povo sobre os outros. E de superioridade ditada por um deus deles que pretendem ser a verdade absoluta. Disfarçam os interesses dos grandes conglomerados econômicos e políticos igualmente sionistas que controlam boa parte dos governos ocidentais, dentre eles o dos EUA, logo o do presidente de plástico, o sabão que lava mais branco, justamente o negro de origem muçulmana Barak Obama.
Nem deve lembrar disso mais.
O que o presidente do Irã fez foi mostrar a coragem de seu povo no compromisso básico da luta pelos palestinos. Reafirmar os compromissos de seu país com essa luta e deixar claro que o Irã não vai ceder a essa política traiçoeira e mentirosa de rótulos que norte-americanos e sionistas costumam colocar nos adversários para evitar discussões reais sobre esse ou aquele problema, fato ou assunto.
E até onde um presidente que ao contrário de Bush que usava a areia, passou a usar a vaselina vai conseguir enganar a opinão pública mundial, isso é outra história. São infindáveis os recursos de efeitos especiais de Hollywood e extraordinário o poder tecnológico para isso.
Os jornais de hoje mostram uma emboscada em que soldados dos EUA que ocupam o Afeganistão são saudados. É que na “nova” visão da velha guerra, eles conseguiram emboscar os talibãs. O que não acontecia no governo Bush. Como se fossem anjos libertando os reféns do inferno.
E mostram mais. Um adolescente somali de 16 anos preso em seu país e conduzido aos Estados Unidos – seqüestro – para ser julgado por crime de “pirataria”. Como a Somália é usada como depósito de lixo para países como os EUA, Japão, Austrália e europeus – lixo atômico, nuclear, hospitalar, industrial – é preciso exemplar aqueles que lutam pela sobrevivência num primeiro momento e pela independência do que os americanos chamam de pátria.
Esse ser etéreo e abstrato que via de regra é refúgio dos canalhas.
Obama não é diferente. Os métodos é que são.
A ONU hoje vai perdendo cada vez mais o seu sentido, sua razão e sua essência. Mas ainda é um fórum importante para que se possa dizer ao mundo que criminosos são os norte-americanos. Terroristas são os sionistas. E cúmplices são japoneses, australianos e europeus.
Foi o que Mahmoud Ahmadinejad fez. Foi na boca da hiena mostrar às hienas que hienas são eles.
Fizeram o que sempre fazem quando não querem discutir. Levantaram-se, foram embora e resolveram tudo no velho esquema sórdido de valores cristãos, ocidentais e democráticos, que, normalmente, são traduzidos em interesses econômicos.
Se Mahmoud Ahmadinejad fosse executivo da General Motors receberia um bônus. Como não é. Corre o risco de receber bombas.