A MATA ATLÂNTICA E A FLORESTA AMAZÔNICA – OS PIRATAS

Uma das luzes do século XXI, a apresentadora de tevê Ana Maria Braga, no seu estilo deslumbrada e deslumbrante, chamou de Floresta Amazônica a Mata Atlântica. Um cenário no programa da rede GRANDE IRMÃO. No afã de levar suas luzes aos mortais comuns a senhora em questão foi corrigida por um papagaio que por lá assentou praça para pontificar essas emissões de vida segundo os cânones dos caviares iranianos.

Já o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela prisão do banqueiro Daniel Dantas, foi afastado de suas funções até o término do inquérito disciplinar que apura uso e abuso de autoridade. Exigência do “presidente” Gilmar Mendes. Tucano de plantão para qualquer emergência – como foram os hábeas corpus a Dantas – no STF DANTAS INCORPORATION LTD.
Muuse Yuusuf, 12/4/2009, WardheersNews, Mogadisco, Somália, revela no artigo “A Armada não é a solução”, que o conceito de “piratas” aplicado aos somalis que supostamente seqüestram navios de outros países na costa de seu país é deformado e se presta a esconder os verdadeiros objetivos desses navios.

Navios europeus, chineses, japoneses e norte-americanos valendo-se do caos que vive a Somália despejam ali o seu lixo nuclear. Pesqueiros europeus, japoneses, chineses e norte-americanos devastam toda a pesca no mar territorial da Somália.

Um único veículo de comunicação do chamado mundo ocidental divulgou a realidade. A CBC, tevê do Canadá. Relatórios da ONU falam em 700 pesqueiros de mais de 10 bandeiras diversas e originários dos mais diferentes portos da Tailândia e do Japão pescam clandestinamente em águas somalis desde o início da década de 90. O mesmo relatório fala num “desastre ambiental sem precedentes”.  Várias espécies marinhas das águas da Somália estão em extinção e os recifes de corais já sofreram danos considerados irreparáveis.

Os depósitos de lixo atômico e industrial só foram descobertos quando um tsunâmi atingiu a Somália, em 2004. Centenas de containers com lixo nuclear e industrial vieram ter às praias somalis e revelaram o que permaneceria escondido no fundo do mar. É mais barato para as empresas européias despejar o lixo ali, custo de 2,50 dólares por tonelada. Segundo um técnico da ONU “a Somália tem sido usada como destinação para lixo tóxico desde o início dos anos 90, processo que perdurou durante toda a guerra civil”. O custo atendendo a lei internacional para esse tipo de material seria de 250 dólares por tonelada.

“Há todo o tipo de lixo tóxico no fundo do mar em águas territoriais somalis. Chumbo, metais pesados como cádmio e mercúrio. Há lixo industrial, lixo hospitalar, lixo químico, há de tudo”, afirma o senhor Nuttal, funcionário do Programa da ONU para a Preservação do Meio-ambiente” – United Nations Environment Programme –.    

No Brasil, como no resto do mundo cristão e ocidental ficou mais fácil, em função dos interesses das grandes corporações, rotular de “piratas” a reação de somalis. É que essas grandes corporações patrocinam desde o programa em que atua o tal papagaio – não é papagaio de pirata – que conserta as besteiras de D. Ana Maria Braga – a todo o conjunto da programação da rede GRANDE IRMÃO, principalmente o noticiário, onde pontifica o senhor William Bonner, especialista em distorcer fatos a serviço dos donos e vender a mentira aos que chama de Homer Simpson – não custa lembrar, o idiota da série do mesmo nome –.

Há um aspecto legal, do ponto de vista do direito internacional, nesse rótulo, “piratas”. A lei internacional considera a pirataria crime e dá o direito de sanções e punições aos acusados dessa prática. Com isso as grandes corporações européias, chinesas, japonesas e norte-americanas, com a cumplicidade de seus governos invertem a realidade, vendem a idéia de crime puro e simples por parte de cidadãos somalis e justificam o envio de uma “armada” internacional para “resolver o problema”. Garantir o “direito” e assegurar que um “paiseco” qualquer não se coloque como obstáculo ao "progresso" e a grandeza do senhores dos castelos.

Se isso provoca o aumento da fome – pela devastação das espécies marítimas na pesca predatória – ou pelo aparecimento de doenças resultantes desse tipo de lixo, pouco importa. A “lei” e os “princípios” têm que ser mantidos. Milhões de pessoas negras num país pobre e dizimado por tragédias várias é mero detalhe para essa constelação de luzes e geradores de empregos.   

O cidadão cá embaixo, às vezes numa cidade banhada por um rio, ou num país com um litoral extenso como o brasileiro, passa a dormir temeroso que piratas saqueiem, por exemplo, o petróleo do pré-sal. Na verdade estão levando todo esse petróleo na esteira não de pesqueiros, mas de grandes acordos para o benefício de grandes empresas deles.

Como a Somália, hoje, é um país devastado pela fome, com seqüelas impressionantes, parte das águas territoriais do país teriam sido vendidas ao governo do Quênia. Esse fato está sendo contestado por falta de legitimidade dos vendedores somalis. Houve dano sem medida à Somália e a decisão não foi tomada publicamente por um governo que represente o povo somali. 

Muusse Yuusuf afirma que “no meu ponto de vista, a encenação de guerra entre a Armada universal e os piratas somalis é como 'guerra' entre o leão e a gazela. Todos já sabemos, de antemão, quem morrerá. Há um provérbio somali que ensina lição clara: “Dabagaallo Aar dilay ma aragteen? Pode ser facilmente traduzido para todas as línguas do mundo: "Quem algum dia viu a gazela matar o leão?"

Esses fatos não serão objeto de notícias por parte da grande mídia no Brasil e nos países cristãos e ocidentais. Nas democracias como gostam de dizer. Entre nós a rede GRANDE IRMÃO, surgida na ditadura militar e a serviço desses interesses, cada vez mais vivos e totalitários, ao lado de revistas e jornais, ou congêneres – como se dizia no velho e desaparecido jornalismo independente – não vai nem de longe mostrar essa realidade.

Está decretado que os somalis são piratas e pronto. É a verdade absoluta dos donos e é nela que o Homer Simpson deve acreditar. Do contrário, quem duvidar, ou manifestar incredulidade, um laivo sequer de querer conhecer os fatos como os fatos são, corre o risco de “ser afastado até o final do inquérito” como o delegado Protógenes.

Se uma gazela jamais matou um leão, lógico que as grandes corporações, os grandes bancos que financiam esse modelo, não serão mortos pelo cidadão comum.

É acreditar no que afirma a senhora Ana Maria Braga sobre a Floresta Amazônica, mesmo que seja a Mata Atlântica, sem tugir ou mugir.

A íntegra do trabalho de Muuse Yuusuf pode ser lida em inglês no endereço http://wardheernews.com/Articles_09/April/13_armada_not_solution_muuse.html. Ou no jornal http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/johann-hari/johann-hari-you-are-being-lied-to-about-pirates-1225817.html, em trabalho do jornalista Johann Hari
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