COMO A MÍDIA ENTRA DENTRO DE VOCÊ – IDENTIDADE NÚMERO ZERO, CONSUMIDOR ESCRAVO

A grande preocupação de boa parte dos jornalistas que cobrem os ensaios de escolas de samba no Rio de Janeiro é flagrar "notáveis", de preferência atrizes, ou as chamadas "musas", em situações digamos delicadas. O portal "globo.com" especialista em vender bobagens o dia inteiro, alienação o tempo todo, nada gratuito, tudo muito bem pesado e medido, está em "polvorosa" com a aparição de Luma Oliveira e seu show à frente da bateria da Portela, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio. Prato cheio para o esquema william bonner. Não pense, não sinta, não fale, apenas compre, só acredite.

Luma deixou, na empolgação do samba, que aparecesse a ponta de sua calcinha. Numa espécie de delírio programado o portal anuncia que a peça íntima (rs) é da cor azul, por sinal, a cor da escola, lógico.

Breve nas páginas e telas, "seja você também uma Luma de Oliveira".

Como estamos em tempo de big brother, edição brasileira – o programa surgiu em laboratórios de alienação na europa – o noticiário dá amplo destaque às pegadinhas, às brigas e comportamentos assim e assado dos brothers e das sisters.

A história de Paula de Oliveira a brasileira envolvida numa situação dramática na suíça está relegada a um segundo plano. Não deu o ibope que se pretendia. O encontro dos que receberam os órgãos doados pela família da menina Eloá, assassinada pelo ex-namorado num acesso de loucura, faz o contraponto da solidariedade humana.

Sobre as quadrilhas que traficam órgãos, ou traficam mulheres, o turismo sexual no Nordeste do País, tudo se resolve com uma semana de carnaval na Bahia e a turma atrás do trio elétrico.

Os documentos da ditadura militar, os seqüestros, a tortura, os estupros, os assassinatos, são de menor importância nesse contexto, melhor Tom Cruise dizendo maravilhas do Brasil.  

O governo nazi/sionista de israel está preocupado com o fato do Hezbollah dispor de artilharia antiaérea de última geração. Significa que as hordas nazi/sionistas não poderão atacar o sul do Líbano sem encontrar resistência adequada e forte. Foi assim em 2006 quando foram derrotados pelo Hezbollah.

As autoridades no bunker do primeiro-ministro de israel estudam como enfrentar a onda de protestos em todo o mundo. Se estende para além do período em que cometeram os mais bárbaros crimes contra palestinos em Gaza, numa destruição absoluta que, segundo eles próprios, não eliminou a força do Hamas. E ainda têm que se preocupar com a decisão de alguns países de processarem políticos e militares israelenses por crimes contra a humanidade.

O presidente do Irã e os principais líderes da revolução iraniana já mandaram um recado ao presidente dos eua, barak obama sobre negociações em torno do programa nuclear iraniano – "por que israel pode e nós não podemos?" O estado terrorista de israel é o único a dispor de armas nucleares na região. 

A mídia deu destaque à decisão do governo dos Emirados Árabes, país aliado dos eua, de não permitir a participação da tenista israelense Shahar Peer num torneio que faz parte do chamado grande slam (uma espécie de mundial do tênis) em protesto contra o genocídio a que submeteram os palestinos. Seria uma reação infantil segundo sugerem.

Omitem que Shahar Peer foi obrigada a abandonar uma quadra em plena disputa de um jogo, na Finlândia, país europeu e de primeiro mundo, por conta dos protestos dos finlandeses, cidadãos que vivem num dos dez lugares do mundo onde a qualidade de vida é superior. Índices criados por eles mesmos, os donos.

Não se trata, pois, de hordas de bárbaros protestando, ou promovendo um "holocausto" contra a tenista – que não tem nada com isso, é vítima como muitos israelenses –.    

Um norte-americano que na verdade é suíço, Bernard Madoff, deu um trambique de 50 bilhões de dólares no mercado mundial. Fez "vítimas" inclusive no Brasil e uma delas funcionária da Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo (meio milhão de dólares). O noticiário fala em lavagem de dinheiro, mas não revela o nome da funcionária e nem que o governador de São Paulo é o tucano josé serra, especialista nisso, lavagem de dinheiro, caixa dois e compra de senadores padrão jarbas vasconcelos.

O senador em questão, louco para ser vice de serra acusou o seu partido de ter mergulhado na corrupção – pmdb –. Na hora de apontar os "corruptos" não sabe, não viu, não conhece, mas afirma que o partido está mergulhado na corrupção.

O destaque à entrevista de jarbas vasconcelos e a própria entrevista foram comprados por verbas tucanas para empurrar o partido nos braços do psdb. "Hei de ser presidente nem que tenha que vender a mãe" é o raciocínio de gente como josé serra. Ou "comprar o jarbas, o roberto freire, o escambau".

"Vendam seus candidatos, como o mundo dos negócios vende seus produtos" – Leonard Hall, presidente do partido republicano nos eua, em 1956. Ano em que o general Eisenhower foi reeleito derrotando o democrata Adlai Stevenson. Nixon era o vice de Eisenhower.

"Durante muito tempo a propaganda foi uma questão idéias e opiniões. Difundia doutrinas e programas. Apelando para a faculdade de julgamento e raciocínio do cidadão. Hoje em dia a persuasão difunde mais imagens que idéias. Reduz a luta política a uma rivalidade entre pessoas. Substitui o difícil confronto das teses, a lenta comparação dos argumentos, por uma espécie de jogo dramatizado e vedetizado". – Roger-Gerard Schwartzenberg, "O Estado Espetáculo", Difel, 1978 – 

O autor chama isso de des-razão;.

E mais à frente – "o vedetismo no poder procura seduzir mais que convencer; encantar mais que argumentar; induz a escolher um perfil e não uma política; imagens e não uma ideologia; simplifica ao extremo o debate público. Esvazia-o de todas as dificuldades e complexidades ou as oculta. Com ele, passamos do nível de ensaio político para o das histórias em quadrinhos. Ou da luta de boxe ou de catch",

E sobre como você virar portador da carteira de identidade zero e consumidor escravo – "Com as celebridades, a ilusão muitas vezes suplanta a realidade. Sobretudo na vida pública transformada em mostruário de imagens. A imagem substitui ali o original e obscurece os fatos reais. Pode-se definir a ilusão como uma imagem confundida com a realidade. E empanturra-se o público de ilusões, de miragens e truques. Ele vive num universo feito de artifícios e falsas aparências, onde todos acabam entretanto por acreditar na realidade de sua própria publicidade e de sua própria imagem".  

O estado do eu, onde o outro não existe. Quando bate essa realidade, o outro, o mundo desaba e o espelho reflete apenas a solidão.

O autor Roger-Gerard Schwartezenberg quando chama esse estado de des-razão, mostra o ser humano em processo de des-ser. A sociedade autofágica dos escravos consumidores.

O que é a crise econômica senão uma fome desvairada do capitalismo, os donos, os geradores dessa situação? O Minotauro no centro de um labirinto a que o cidadão comum não tem acesso e nem vai ter, mas alimentado e engordado pelo cidadão comum, o des-ser.

O bicho nike, bicho berloques de todos os matizes e cores, o bicho atlético/a, o bicho sucesso por quinze minutos. O bicho que não enxerga nem a roseira logo ao abrir a janela e tampouco é capaz de compartilhar. É só um des-ser, no processo de des-informação e alienação.

Na semana que vem, depois de quarta-feira revistas e jornais com cadernos especiais não sobre o carnaval, uma festa popular em essência – mesmo descaracterizada -, mas sobre quem transou quem no camarote da brahma, ou no da rival de mentirinha skol, ou noutros tantos para o gáudio de milhares de des-ser transformados em zero na carteira de identidade e consumidores escravos de uma categoria acima – convidados por venderem ou comprarem bem – e, cá embaixo, a "turba", se comprazendo na ilusão da irrealidade vendida em supermercados.

Cuidado na hora de acordar. Você pode se deparar com josé serra, ou jarbas vasconcelos, pior, com o guru deles fhc e vai ser obrigado a encher a cara de anti depressivos. Como dizia Vinicius, "o infarto, ou pior o psquiatra".

Para que existam dominados é preciso que existam dominadores. É a lógica simples e linear do processo. São os donos. Banqueiros, empresários, latifundiários e seus braços e tentáculos. Políticos como serra, jarbas vasconcelos, aécio neves fhc, barak obama – você já pode comprar bonecos em tamanho natural do presidente dos eua – ou o maior de todos os tentáculos, a mídia.

Vende a você um sapato de três metros de altura, multicolorido a que chamam de plataforma. É onde você some, na plataforma do nada. 

É só esperar um pouquinho que o modelito da calcinha de Luma de Oliveira vai estar nas melhores lojas do ramo e você vai poder ficar igualzinha a Luma à frente da bateria da Portela. Ou ser encaçapada pelo modelo, o chefe, tanto faz. E se o seu problema for cueca, também não faz diferença, o modelo recomenda que você ande de quatro e dê bom dia, boa tarde, boa noite, mas proíbe que se atire banana ou amendoimn nas jaulas dos des-ser.

Os relógios suíços batem direitinho dentro dos parâmetros do meridiano de Greenwicht. Os bancos também. Conseguiram montar um país.

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