"HOMEM DE GRAVATA EU RESPEITO"

O bordão é do falecido Jô Soares num dos antigos programas humorísticos da GLOBO. Por vigarista maior que fosse, bastava usar gravata que se tornava merecedor de respeito.

Uma das formas mais seguras de se fazer respeitado hoje, além da gravata é ter às mãos um comentarista econômico, desses que anunciam onde o dinheiro que você não tem vai render mais. Que seja incisivo, não deixe margem a dúvidas e desperte em você a certeza que o mundo é assim, quadrado ou redondo, a forma que melhor couber aos interesses que o tal comentarista representa, logo, a forma do dono. Boa parte dos chamados "especialistas" funciona como miquinho amestrado. Coleira, corrente, conta bancária segura e polpuda e um monte de "verdades" lançadas assim de forma tronitoante, às vezes apocalíptica, mas tiradas da bíblia de quem paga. Ou, dócil e misericordiosa, quando a docilidade e a misericórdia são os instrumentos necessários a manter o curral a boiada que, no final, paga a conta, tanto do dono, quando do "especialista".

É o caso de Miriam Leitão. Comentarista de economia a soldo de bancos, empresas privadas e com uma parte do rabo trancada nos interesses dos tucanos (que por sua vez são parte/braço dos donos).

À época do golpe contra Chávez, abril de 2002, a senhora em questão apareceu na Venezuela, ouviu as elites e de regresso ao Brasil editou em conjunto com William Bonner e a turma do JORNAL NACIONAL, uma série de matérias, uma semana, cinco dias, afirmando que o povo não agüentava mais o governo bolivariano e estava nas ruas para exigir a saída do presidente.

Chávez foi preso numa quinta-feira e voltou ao poder no domingo porque cerca de dois milhões de venezuelanos cercaram o palácio Miraflores, o Congresso, a Corte Suprema e rejeitaram a fórmula que d. Miriam cantou por aqui. Por não estarem no Brasil não assistiram ao "trabalho" de d. Miriam e não pegaram as "instruções" a tempo. Que mandavam que permanecessem nos currais enquanto a turma de cima cuidava de refazer o lucro perdido.

D. Miriam e suas verdades incontestáveis, em qualquer empresa séria do mundo teria sido posta no olho da rua por não acertar uma. Não está preocupada com isso e trabalha para a GLOBO que, por sua vez, quer que ela fale exatamente essas "verdades verdadeiras" que são rotundas e muito bem remuneradas mentiras.

A vetusta senhora, posta em pince nez tucano, folheado a ouro dos grandes bancos e empresas petrolíferas estrangeiras, investiu dessa vez contra a PETROBRAS. Partidária do "deus" mercado (desde que possa receber indulgências de bom valor, ainda mais em dezembro, mês de presentes, festas e regabofes), estranhou um empréstimo feito pela Caixa Econômica Federal, banco estatal, à empresa, algo em torno de dois bilhões de reais.

Vendeu a informação que a empresa passa por dificuldades e corre riscos o que, com outra certeza, permitiu ganhos especulatórios de alguns investidores/mafiosos, lógico, uma beirada para a veneranda comentarista.

Tudo em cima de fonte tucana, os senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, dois capatazes do tucanato e dois dos melhores aquinhoados com os "negócios" da privatização no governo de FHV (Fernando Henrique Vende).

É a resposta ao pré-sal e às perspectivas que o País passa a ter, tanto quanto a luta para que todo o mar de petróleo descoberto agora seja entregue à sanha do capital estrangeiro, de olho no arremate de um país chamado Brasil, em vias de virar Roça de Cana e transformar a todos os seus cidadãos em bagaços.

A esperança que em 2010 José Serra possa "corrigir" distorções do governo Lula e passar a escritura da empresa. 

Desmentida pelo presidente da PETROBRAS d. Miriam nem se acanha e nem se enrola. Desde o princípio sabia que estava mentindo, inventando, foi paga para isso e não faz outra coisa que não representar esses interesses.

É diferente, por exemplo, a posição dela em relação às montadoras norte-americanas, Ford, GM e Chrysler, em vias de falência. D. Miriam acha que para continuar entupindo as cidades de carros e promovendo um aumento do aquecimento global é necessário dar dinheiro público a essa gente que voa de jatinho particular, assegurando os tais "empregos", eufemismo para a exploração constante e permanente dos escravos contemporâneos, na ilusão das vitrines natalinas. 

Se a PETROBRAS vai para um buraco nessa campanha solerte e traiçoeira das víboras tucanas, tudo bem para d. Miriam. Esse tipo de "especialista" só conhece uma pátria, a que paga.

A ex-comunista (já foi sim, mas o dinheiro falou mais alto) não deve ter lido o pedido de desculpas de George Bush sobre as armas químicas e biológicas inexistentes no Iraque e que matou mais de dois por cento da população daquele país numa guerra estúpida e colonialista, cujo objetivo real era o petróleo. 

É muito mais amplo do que se possa imaginar esse pedido fajuto de Bush. Se estende a todo o conjunto de ações do "deus mercado", do "deus liberdade", do american way life traçado nos capítulos bíblicos de Wall Street, num momento que quatro trilhões de dólares salvam banqueiros pobres e infelizes. Empresários geradores de "progresso." Um monte de pústulas padrão Zé Pastinha. Latifúndio no processo de recolonização de países como o Brasil à procura de terras agriculturáveis, o modelo falido e vivo, pior é isso, falência fraudulenta, enquanto a África morre de fome e palestinos são assassinados pelo "povo eleito" de Israel e milhões de pessoas morrem em todo o mundo à míngua ou nas ruas. Mas d. Miriam não diz, por exemplo, que nenhuma delas é cubana.

Há todo um processo em curso, uma espécie de moinho, onde tucanos e afiliados (DEMocratas), os grandes veículos de comunicação a soldo do capital internacional tentam reduzir a farinha o que resta de um Brasil privatizado e vendido por Fernando Henrique, na expectativa que José Serra possa chegar e completar o negócio. Tucano é aquele esquema "eu não perco venda". Nem de mãe se for o caso. Deu lucro está na bolsa. E no bolso.

Querem evitar que o movimento que começa a tomar vulto em torno da reestatização total e absoluta do petróleo, em torno da PETROBRAS, ganhe forças, se transforme em exigência de brasileiros que conseguem sair do curral e cada vez é maior o número (apesar do Big Brother e do quarto espelhado).

Não querem problemas em 2011 quando contam assumir o governo e sabem que é possível intimidar um presidente que ora vai e ora volta, Lula, num pêndulo que nem ele mesmo entende ou percebe, mas que abre espaços a que o poder volte aos homens de gravata.

Tasso Jereissati e Arthur Virgílio são como capitães do mato. Caçam escravos com todo o rigor da tecnologia atual. Um dos robôs/chicote em forma humana é d. Míriam Leitão. Eu imagino que ao optarem pela senhora supra citada e não por uma loura/meteorológica o fazem com precisão matemática, na convicção que "homem de gravata eu respeito."

E assombração? That is the question. To be or not to be. E eu se fosse d. Miriam, no melhor estilo especialista, trocava os dólares ganhos nos comentários verdades/mentiras, em euros. O dólar só sobe por aqui, no resto está indo para o buraco.

Seria bom a senhora pegar a bengala e ir consultar o parceiro Henry Meireles, lá no Banco Central, mesmo porque, por aí, pode sobrar outra beirada. A privatização/autonomia do banco ora citado.   
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