O jornalista acusa e prova documentalmente que gilmar se valeu do cargo para obtenção de vantagens ilícitas e, por extensão, todas as revelações levam a que se conclua que gilmar mendes funcionou como amparo de Daniel Dantas nas duas vezes que concedeu habeas corpus ao banqueiro, um dos principais acionistas do Estado brasileiro. Pior que a falta de condições morais do ministro para continuar à frente da chamada corte suprema no Brasil é o silêncio, até agora, de seus pares.
Por trás de toda essa pantomima de honra ofendida, de toda a movimentação de gilmar mendes existe mais que corrupção. Ou, para melhor me fazer entender, a corrupção é conseqüência do modelo político e econômico implantado no Brasil a partir do governo FHV (Fernando Henrique Vende).
O modelo que ora começa a virar um monte de escombros e a se transformar na maior crise dos últimos anos, desde 1929, quando a economia mundial ainda não era globalizada.
Se a decisão do governo Lula, desde o primeiro mandato, de não implementar o cronograma montado por FHV e Clinton para a ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas), resta por evitar que o Brasil esteja afundando na crise do capitalismo como peça de um jogo perverso, por outro lado, a versão do que Ivan Pinheiro chama com propriedade de "capitalismo brasileiro", faz com que a crise tenha entrado na sala de visitas e esteja chegando à copa e à cozinha.
A velha afirmação de "se ficar o bicho come, se correr o bicho pega".
Lula além de inventar esse capitalismo, descobriu o viés populista do neoliberalismo e corre o risco de jogar para o alto e cair no abismo do o que que eu vou dizer em casa no quesito popularidade.
A coisa vai ficar brava se em 2010 o tucanato assumir o governo com José Serra, já que as eleições municipais enfraqueceram as chances de Aécio Neves dentro do PSDB ou do jogo de faz de conta que acaba PTSDB.
O Judiciário foi o último poder "integrado" a esse esquema de garantir a lei, a ordem e a propriedade privada a partir de Nelson Jobim e chega ao ápice da desmoralização com gilmar mendes.
Azar do casal Nardoni. Alguém tem que pagar o pato e ficar preso na ordem moral do modelo e nada como um crime capaz de comover o País inteiro para justificar que algemas sejam postas apenas em figuras assim, de natureza e caráter hediondos. Daniel Dantas é alguém que paga e paga nos três poderes. E paga em dia, no melhor estilo mafioso. Ou dá, ou desce.
É igual suéter. Se puxar um fio desmancha.
O jornalista Mino Carta escreveu com letras provocativas que a chamada grande mídia não repercutiu as denúncias comprovadas e documentadas que fez contra gilmar mendes. Não que imaginasse que as ditas denúncias fossem repercutir. A grande mídia é parte expressiva da folha de pagamento de Daniel Dantas e do que ele representa. Seus tentáculos não são como os do polvo gigante que Ned consegue cortar e salvar o capitão Nemo em Vinte Mil Léguas Submarinas.
E até porque a explosão de Wall Street é exatamente como a explosão do submarino de Júlio Verne, o Nautilus. Tem quilotons suficientes para destruir vasta extensão de áreas banqueiras.
Num momento como este gilmar mendes tem que fazer coro com o general Lessa e acreditar que a demarcação da reserva Raposa do Sol vá representar a desintegração do território brasileiro e isso enche de brios o valoroso povo colonizado pela GLOBO.
Há uma pergunta no ar, feita pelo grupo da FOLHA DE SÃO PAULO. Em quem Homer Simpson votaria?
Sei lá, nem quis ler. Mas sei que como as coisas ficam no caso gilmar mendes. O jornalista Mino Carta corre o risco de ser preso e algemado no que já começam a chamar de "estado autoritário". O fracasso do modelo.
À guisa de explicação o líder dos arrozeiros de Raposa Reserva do Sol, prefeito da cidade lá, não foi reeleito. Mas foi recebido por gilmar mendes.
O ministro presidente do stf não respondeu e nem desmentiu uma única das acusações do jornalista. Tão somente tentou desqualificar Mino Carta.
Sai fora gilmar. O mau cheiro que exala do stf é só reprodução do cheiro fétido de Wall Street e do modelo.